Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)

Capítulo 30

As coisas poderiam ter ido por um caminho que eu fosse capaz de seguir — não era quando moça e tudo não passava de brincadeira de criança, no entanto, já sendo uma mulher adulta, percebi que precisava tomar aquela decisão. Era impossível seguir em frente, estando apaixonada pelo padre Byun BaekHyun e vê-lo ir embora novamente e não fazer nada.

Ele estava lindo sob a luz que entrava pelos vitrais da capela, enquanto mantinha os olhos concentrados na bíblia. Soltei o ar dos pulmões em um suspiro, antes de dar os primeiros passos para dentro do local. O coração batia acelerado, depois de dias confinada em minha casa, finalmente voltei ao trabalho e vestida com o hábito.

— Padre — chamei-o, que ergueu a cabeça, logo virando em minha direção.

Um sorriso brotou em seus lábios rosados. O sorriso dele era gentil e acolhedor, apertando os olhos e exibindo já as marcas da idade, no entanto, mantinha aquela jovialidade de quem ainda estava na casa dos vintes. Eu sempre me sentia presa naquele sorriso e no quanto causava tantos sentimentos.

— Está bem para voltar? — Questionou ainda sorrindo, então me aproximei.

— Não adianta me esconder, preciso enfrentar isso de cabeça erguida. — Respondi e ele assentiu. — Eu sei que a madre superior pode tentar algo por ter sobrevivido, mas eu sei me virar.

— Iremos resolver isso juntos! — outro suspiro escapou dos meus lábios.

— Padre, precisamos conversar sobre sua partida após a missão. — O cenho dele franziu ao ouvir aquilo, dando espaço no banco para eu sentar. — Sei que quando essa missão acabar, vai partir para sei lá onde, mas dessa vez não pretendo aceitar de bom grado. — Seu rosto tornou-se sério, no entanto estava cheia de coragem e continuei. — Não importa para onde for, eu irei.

— Linda...

— Deixe-me falar — ergui a mão para não ser interrompida. — Já não tenho mais nada a perder nessa vida. Não tenho família, amigos ou qualquer coisa que me prenda... entende isso, não entende? — Mesmo um pouco hesitante, ele assentiu. — Quero estar ao seu lado, mesmo que apenas como sua amiga ou companheira de missão... faço o que for para estar ao seu lado.

— Linda, você tem uma profissão aqui!

— E posso ter em qualquer lugar do mundo, então aceite que serei sua sombra.

— Por que quer fazer isso?

— Porque eu te amo! — os olhos dele piscaram freneticamente, surpreso com aquela confissão.

Eu já estava cansada de me esconder, esconder o que sentia, sufocando anos porque tinha que me comportar. Quando se torna adulta, você fica puritano, quer seguir as convenções sociais, nunca se arrisca, ou teme cada palavra que sai da boca. Não, eu nunca mais me privaria de ser o que sempre fui, mesmo contra as convenções sociais — não iria mais me esconder.

Aquelas foram as últimas palavras que proferi antes do sinal avisando o início das aulas. Levantei do banco e sem dizer mais nada, segui para fora da capela, deixando o padre Byun para trás e sabendo da verdade, sabendo que a partir daquele dia eu não desistiria da gente.

Sorri ao dar de cara com Aninha em uma das carteiras; ela estava rodeada com suas amigas, parecendo ter se recuperado bem do trauma. Talvez ainda temesse, no entanto, ela sabia que foi muito corajosa ao enfrentar a freira sangrenta. Aninha ergueu a cabeça me encarando e lançou um sorriso, acenando com a cabeça — nós duas compartilhamos o mesmo trauma e éramos sobreviventes.

Chamei atenção da turma, iniciando a aula, quando encarei atrás da janela a imagem do convento do outro lado — o lar daquela desgraçada.

[...]