Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)

Capítulo 29

Gritei desesperada enquanto aquela maldita tentava arrancar um pedaço do meu pescoço e se deixasse, ela o faria. Reunindo toda força, cravei as unhas no pescoço dela também, a fim de tirá-la de cima de mim e por um breve momento consegui, mas acabei tendo um pedaço da carne arrancada.

Um gemido alto escapou dos meus lábios, me arrastando para longe dela antes que se recuperasse, o que foi impossível, pois aquela criatura maligna agarrou minhas pernas. Novamente gritei por ajuda, tentando me manter sã diante do ferimento que sangrava muito. Bati as pernas para conseguir ser solta e quando fui liberta de um dos pés, acertei em cheio seu rosto monstruoso.

A freira sangrenta urrou furiosa. Todas as noviças atacadas não tiveram nenhuma chance e eram vulneráveis demais para conseguir se defender. Eu lutaria com todas as minhas forças para sair dali viva, principalmente por ter visto um ferimento em sua testa, o mesmo local atingido por Aninha com o tijolo.

Uma adolescente foi capaz de sair dali viva, eu também conseguiria — era mais velha, mais forte e estava muito p*ta com toda aquela merda. De repente a vi com uma lâmina afiada em mãos, talvez a mesma para dilacerar os corpos de suas vítimas. Então berrando com a boca toda suja com meu sangue, ela me atacou com sua lâmina, cravando-a em uma das minhas pernas. Urrei de dor, enquanto aquela coisa escorregava por minha carne.

Se demônios existissem, certamente aquela criatura era uma. O hábito branco coberto de sangue, assim como a boca que salivava o líquido vermelho; olhos esbugalhados e pupilas dilatadas, a pele tão pálida, que quase fazia combinação com a cor de suas vestes. Aquilo parecia um grande pesadelo e gostaria encarecidamente de acordar, porque não tinha graça.

Novamente tentei chutar, pois há muito me esforçava para ficar de pé para correr, no entanto, não consegui esse feito e a criatura ficou sobre meu corpo, erguendo sua arma. Usando as poucas forças que ainda tinha, agarrei os pulsos da freira, impedindo-a de continuar seu ataque, ou cravar aquela coisa bem no meio da minha cara.

Merda, toda minha vida passou como um borrão bem diante dos meus olhos, assim como o alerta do padre Byun sobre eu estar me metendo em algo perigoso. Talvez se tivesse o escutado, não estaria naquela situação e o que me restava era resistir.

— Deixa-a em paz, criatura maléfica! — do absolutamente nada a irmã Francisca retornou, acertando a freira sangrenta na cabeça.

Aquela coisa caiu para o lado no impacto, me libertando de suas garras, então irmã Francisca foi ao meu socorro.

— Vamos, antes que ela recobre os sentidos! — ela me ajudou a ficar de pé.

A perna doía muito e quase não tinha forças para me locomover, no entanto, tentei tudo que podia para escapar. Gritamos desesperadas, chamando atenção de todos de dentro. Irmã Francisca batia nas portas dos aposentos gritando por ajuda e algumas noviças saíram de seus quartos assustadas. Olhei para trás e a criatura estava se levantando um pouco cambaleante.

— POR FAVOR, NOS AJUDE!! — tudo ao meu redor começou a ficar sem forma, pois estava sangrando pelo pescoço e perna.

Todo meu corpo pendeu para frente, fazendo com que levasse a irmã comigo, porém alguém nos segurou antes de irmos ao chão de vez. Ergui a cabeça e grande foi minha surpresa ao encarar o rosto do padre Byun, que estava com os olhos arregalados e preocupados.

— Ela... ela está ali... — murmurei apontando na direção da criatura.

Logo todos saíram de seus aposentos e algumas freiras correram para nos ajudar. Vi quando o padre Byun correu na direção a qual apontei, desaparecendo nos corredores. Em parte me sentia aliviada, ele era o único capaz de pegar aquela coisa. Mulheres indefesas estavam sendo atacadas e algo precisava ser feito — e se a polícia não o fizesse, que Deus tivesse misericórdia daquela criatura, pois o padre Byun era implacável.