Capítulo 18

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Sentei em um dos bancos da capela, encarando aquela cena macabra. Como alguém pôde fazer uma coisa horrenda daquelas com uma criança? Eu não conseguia acreditar e quando padre Byun me sentou, já tinha ficado completamente desmontada.

As lágrimas ainda estavam escorrendo em meus olhos, mas não consegui mover um músculo, ainda encarando Jason preso aquela lança, que lhe atravessava o corpo. Sua expressão era de pavor, talvez o maldito assassino o torturou, pois haviam marcas, provavelmente tentou lutar contra seu agressor, porém terminou naquela posição horrenda.

Os policiais ainda não tinham chegado e os seguranças da escola estavam tentando manter os alunos longe da cena do crime. Meus olhos pousaram na imagem do padre Byun. Tão belo, atemporal e angelical, enquanto de joelhos perante o corpo jazigo de Jason, rezava por sua alma. Ele deveria saber que Deus o abandonou, pois uma escola católica estava contaminada pelo mal.

A figura do diretor se fez presente ao meu lado, os olhos arregalados por trás dos óculos fundo de garrafa, enquanto passava uma toalhinha na testa suada e vi segurando firme o terço. Ele me pediu para ajudar com os alunos — alguns haviam desmaiado e outros passavam mal — estava um verdadeiro caos.

Eu era a enfermeira, não podia desmoronar naquela hora; precisava me encher de coragem e fazer meu trabalho, porque aquelas crianças precisavam de mim. Me pus de pé e segui até a enfermaria, onde minha assistente So Ha tentava manter tudo em ordem.

— Finalmente, enfermeira Campos! — ela suspirou aliviada ao me ver na porta.

Soltei um suspiro cansado e mantive a coluna ereta, tomando a postura de mulher adulta e uma agente da saúde para ajudar aqueles crianças. Eles nem tinham se recuperado do trauma da morte de Jaehyun e estavam novamente diante de outro assassinato. Dessa vez a escola fecharia.

Corri de um lado para o outro para atender um monte de adolescentes desesperados e histéricos. Meus pés já doíam de tanto andar e tudo que eu queria saber era o que estava acontecendo naquela capela, se os policiais descobriram alguma coisa — quando lembrei de algo.

Jason havia dito que poderia saber quem foi a pessoa insinuar algo com Jaehyun e ele acreditava que essa pessoa foi o assassino e que era um professor da escola. Com isso, não consegui pensar mais em nada, então falei para So Ha que precisava pegar algumas coisas e logo voltava. Praticamente deixei a coitada no fogo, correndo em direção do armário de Jason.

Estava contando que os policiais ainda não tinham pegado as coisas dele em seu armário, assim poderia saber se Jason havia mesmo descoberto o assassino de seu amigo. Era bem estranho logo ele morrer, sendo a única pessoa que poderia desconfiar de quem matou Jaehyun.

Abri o armário com um velho truque que aprendi na adolescência e não me orgulho disso (não repitam isso em casa). A mochila do garoto não estava, talvez porque foi morto pela noite e no armário havia alguns papéis, revistas e livros, no entanto nada de pistas.

Merda!

— O que está fazendo aí? — Virei a cabeça assustada na direção da voz, sendo surpreendida pela presença do padre Byun.

Ele estava diante de mim, braços cruzados sobre o peito e uma expressão nada amigável — desconfiado de me ver ali mexendo nas coisas de um aluno morto. Desde o começo eu sentia algo estranho na atitude do padre, como se fosse outra pessoa e a desconfiança sobre sua relação com os crimes gritavam na minha cara.

— Estava apenas olhando — dei de ombros.

— Como abriu o armário? — sua expressão continuava a mesma e precisava usar todos os meus truques em mentir.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)Onde histórias criam vida. Descubra agora