Epílogo

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Um suspiro escapou dos meus lábios, além de uma dor fina na perna rasgada pela freira sangrenta. Eu ainda mancava um pouco e tentava esquecer a dor que de vez em quando queria me pegar. Por isso espantei aquela sensação de exaustão e dor para me concentrar no padre à frente, dando as orientações para os recrutas da Ordem.

Muitos deles foram recrutados por pessoas já dentro da Ordem e eu fui um caso à parte. Esperava que ninguém soubesse a forma nada cristã de estar ali entre aquelas pessoas. BaekHyun havia me dito que o recrutamento era cansativo e haviam várias provas para poder ingressar na corporação clériga — muitos nem entravam, servindo normalmente como clérigos em paróquias ou conventos.

Não, eu precisava entrar, pois não queria passar meus dias dentro de muros, ou igrejas maçantes. Eu tive metade da criação de forma católica, no entanto, não me considerava uma crente e muito menos tinha o sonho de ser uma freira. Toda aquela merda era exclusivamente por um macho — eu era uma mulher patética, isso sim.

Por falar em macho, ele tentou me ajudar em tudo para que ficasse confiante e devo dizer que as provas na Ordem eram terríveis e de todos ali, eu tive a pior colocação em provas físicas. Com uma perna inútil, era impossível fazer qualquer coisa envolvendo práticas físicas. O shape não estava em dias.

Já nas provas escritas, tive um pouco mais de sorte, mas não subi muitos níveis. Meu negócio era enfermagem e demorou para alguém perceber minhas habilidades nessa área serem bastante úteis. A enfermaria do centro de treinamento estava precisando de ajuda e um dos padres responsáveis pelas provas viu na minha lista de inscrição e me mandou para a enfermaria.

Muitas das provas foram colocadas de lado, pois estava ocupada na ala médica ajudando médicos ou trabalhando no PS do centro de treinamento. Minha especialidade era enfermagem escolar e licenciatura na área da educação, mas eles preferiram me jogar em um centro médico. O chefe do departamento um dia praticamente me jogou com ele em uma sala de aula para treinar freiras e padres nessa área e me fez explicar conceitos e atendimento de emergência.

Uma coisa era ensinar adolescentes, outra era ter um bando de adultos ou jovens adultos me encarando como se tivesse uma doença venérea, pois no meu arquivo nem tinha entrado para o treinamento. Os alunos ali já tinham entrado no treinamento e alguns já iriam se formar e lá estava uma recruta dando aulas de enfermagem.

— Amanhã vai ter uma prova importante de artefatos e eu não estudei nada, porque estava ocupada demais no PS da corporação e sendo a sombra do bispo Alfonso. — Me joguei na cama exausta e tinha certeza que estava cheirando a sangue, pois um padre ferido cuspiu sangue bem na minha cara.

— Posso ajudá-la a estudar, se quiser. — BaekHyun atravessou o quarto, colocando o casaco sobre uma cadeira.

— E não está cumprindo uma missão? — questionei erguendo a cabeça.

— Acabei de voltar e ficaria feliz em te ajudar! — sorriu quadrado, apertando os olhos e eu amava aquele sorriso.

— Não é justo — ele franziu o cenho. — Estou ficando velha e você parece o mesmo, nem tem cabelo branco e eu já vi três fios na minha cabeça. — Fiz um muxoxo e BaekHyun deu uma risada indo até mim, depositando um selar em meus lábios.

— Pois acho que quanto mais o tempo passa, mais fica linda, então sua mãe soube bem escolher esse nome, condiz com a dona, Bem Linda! — ri com aquela declaração, que sempre acelerava meu coração.

Como era possível um homem ser tão clichê e impressionante?

BaekHyun estava um pouco curvado na minha direção. Um dos joelhos apoiados na cama e seria muito fácil puxá-lo para um beijo, mas eu estava tão exausta, que era capaz de adormecer antes disso.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)Onde histórias criam vida. Descubra agora