☾~•Trinta

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ADDISON:

~•🌙•~


I know that you're an angel
But it's not your time to fly, now
We need you here on earth

Stay right here
I'll stay here with you, my dear
Look up to the sky and know
I am still alive
Because you want me to be”

Quando me dispus a atravessar a porta do quarto de Meredith, então eu a vi. Com alívio, vi-a deitada na cama, dormindo. E então foi como poder respirar novamente. Exprimir toda a tensão em um suspiro de alívio.

Ela estava bem agora.

Aproximei-me com extrema pressa e euforia, me empenhando a analisar todos os aspectos de si. Ela tinha os cabelos bem curtos, e uma faixa envolta à cabeça. O rosto excetuado de cor, ainda se caracterizava pálido. Uma sonda aparentemente desconfortável no nariz. Os lábios tão secos e brancos, como todo o resto do corpo, parecendo não haver sangue.

Não tinha vigor em sua figura como sempre antes. Justo ela, alguém tão sorridente e radiante, agora tão frágil.

Corri os dedos, com a maior sutileza possível para não machucá-la, em seu rosto que parecia áspero. Então ouvi:

— Addison — saudou Amélia, que se fez presente no ambiente.

— Amy — respondi voltando a atenção para ela.

A mulher tinha um prontuário em mãos e anotava algo nele. Ela estava péssima, com o rosto e todo o corpo exalando cansaço, parecia em seu limite. A cirurgia realmente demorou tempo demais. Então eu me aproximei, abraçando-a também com cuidado. Deixei vários beijos no topo de sua cabeça e ouvi-a sorrir.

— Obrigada! — segurei seu rosto entre minhas mãos — Muito obrigada, Amy! — Beijei sua bochecha — E me desculpe por ter gritado com você.

— Não se preocupe, Addie — deixou o prontuário no pé da maca.

Então ela repousou os braços na cintura, exprimindo um característico sorriso aliviado com seus olhos fechados.

— Como foi a cirurgia? — questionei servindo água do filtro em um copo descartável.

— Complexa, demorada, cansativa... — caracterizou, olhando para a loira na maca. Após eu beber a água, olhei-a fixamente, esperando a continuação de seu pronunciamento — Eu contive o sangramento em questão de pouco tempo. Mas então percebi que não adiantaria atacar a consequência, e sim a causa.

Uni as sobrancelhas, lançando-a uma feição estritamente indagativa.

— A hemorragia era a consequência da pressão que o tumor causava em uma importante glândula — explicou —, ou seja, não adiantaria eu apenas parar a hemorragia. Precisava de um modo para atingir o maldito tumor.

— Se não ela sangraria novamente — concluí.

— Exato. E foi aí que tudo se complicou — suspirou. — O tumor não estava em estágio indicado para operação, mesmo por já ter diminuído pela quimioterapia, os riscos ainda eram grandes. Mas não tinha outra opção.

— E você conseguiu? — perguntei, olhando de relance para o cabelo curto da garota, fosco, não cintilava como quando ela estava vital.

— É... — curvou-se para frente em um movimento de pernas — Eu consegui. Dissequei o tumor.

— Todo? — questionei pasma.

— Todo, completamente. Não há mais nada — sorriu, até mesmo seu sorriso demonstrava sua exaustão.

Does love overcome pain? - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora