☾~•Dezessete

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ADDISON:
🌙

Eram sete da manhã quando abri meus olhos deveras tensos. Observando os aspectos do entorno pude contestar que eu estava em meu quarto — mas sequer lembrava de como vim parar aqui. A última memória presente em minha mente era de Meredith fazendo carinho em meus cabelos no tapete da sala. E agora estou bem aqui.

Levantei-me com pesar, sentindo cada fragmento de meu corpo retroceder ao simples ato; era mais como se tivessem me pisoteado toda. Imediatamente, tratei de tomar um analgésico, assim que me vi na cozinha. Levando em consideração o fato de que teria de passar as próximas quinze horas de plantão, pensava em inventar uma boa mentira para Bailey e voltar para a cama — é, eu poderia; mas o compromisso deve sempre vir em primeiro lugar. Senti mãos firmes apertarem-me à cintura e verifiquei, mais rápido que pude, de quem se tratava.

— Amélia... Algum dia você ainda me mata — espalmei as mãos em meu peito, tentando regular a frequência cardíaca; exaltada pelo susto.

— Pensou que fosse a Meredith, não é? — pregou a piada, atravessando-se para o filtro de água.

— Não, eu... — Cocei minha própria nuca e bisbilhotei rapidamente toda a extensão da sala de estar, a loira não estava lá mesmo — Onde ela está?

— Encontrei com ela na portaria assim que voltei do plantão — contou, bebendo sua água em uma velocidade absurda.

— Sabe... — comecei, sentando-me à mesa apenas por me sentir vazia o suficiente para ficar de pé — Não me lembro de ter contado a ela sobre o dia do meu aniversário.

— Jura?! Você pode ter se esquecido. — esquivou-se, mas eu já sabia sobre sua língua afiada, portanto mantive o olhar austero bem vivo — É, eu falei.

— Não me surpreende. Por que você insiste em fazer isso?

— Isso...? O que exatamente?

— De se meter na minha vida, nas minhas relações...

Talvez eu tenha sido um pouco agressiva.

— Eu... apenas te dou uma forcinha — sorriu desajeitadamente — Addison, eu conheço você há muito tempo. E o fato de eu me preocupar com você não tem nada a ver com cuidar da sua vida. Eu só quero o seu bem, e Meredith te faz bem.

— Você não pode ter tanta certeza.

— É, eu posso, todo mundo ao seu redor pode, menos você mesma. Será que é tão difícil pra você enxergar que está apaixonada?

Apaixonada...

Aquela palavra correu defronte meus olhos mil vezes consecutivas, e sua definição também. Todo o peso e a complexidade do que é amar alguém, ou simplesmente se submeter às emoções.

— Eu não... — olhei-a, mas sua feição entregava que aquela ideia já estava fixa em sua mente, e nada que eu dissesse mudaria — Não estou.

— Está. Mas está tornando tudo difícil por ficar fugindo o tempo todo. Para de correr, Addison.

— Estou bem aqui, parada — fui breve e indiferente.

— É uma metáfora, sua idiota. Arg, você me cansa.

— Prossiga... — pedi, agora realmente interessada em seu contentamento.

— Meredith gosta de você, e você dela. Então não fuja, encare isso. Não venha dizer sobre medo ou passado ou qualquer coisa relacionado — a morena se aproximou, segurando minha mão com firmeza, apenas me dispus a analisar o toque, não conseguia olhá-la — O presente é agora, não desperdice a sua oportunidade de ser feliz.

Does love overcome pain? - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora