ADDISON:
🌙Evitei Callie, Amélia e todo o interrogatório insuportável das duas; minha noite e o início de minha manhã haviam sido bons demais para eu me submeter ao desagrado do estresse. Então, mantive minhas tarefas no hospital durante todo o dia de maneira amena. Acho que devo admitir que tudo estava tão mais leve, e tudo se transcorria dessa forma, interna e externamente; como se a vida e seus aspectos se tornassem simples. Ou eu quem comecei a ver tudo muito simples.
Mas, de qualquer forma, eu não queria pensar sobre aquilo; não queria me lançar aos questionamentos, queria continuar me sentindo tão bem quanto quando ao lado de Meredith. Quando nos beijamos e eu tenho a certeza de que é real.
Depois do fim do expediente as garotas me convidaram para o bar do Joe, mas eu neguei, pretendia me encontrar com Meredith em seu trailer. Porém, prometi que na noite seguinte iria, e contaria-lhes tudo de novo sucedendo em minha vida.
— Mer? — bati cautelosamente ao metal da porta de seu trailer, mas som nenhum ou movimento ocorreu em prol de evidenciar se ela estava lá — Meredith?
Ela sabia que eu viria, sim; então, provavelmente ela estava lá. Chamei novamente, agora em tom mais alto. Logo eu ouvi uma resposta e aquiesci, afinal, sempre temia que algo de ruim pudesse estar acontecendo com ela.
Quando a porta foi aberta, e todo o interior revelado, eu lancei-lhe um sorriso ameno. Meredith estava de uma forma bastante engraçada, com uma camiseta lilás dez vezes maior que seu tamanho, rosto sujo de tinta e os cabelos presos a um coque caótico. Então ela correu em minha direção, pulando em meu colo. Minhas mãos estavam ocupadas por uma sacola com nosso jantar, sendo um pouco difícil segurá-la com afinco, acabamos quase ao chão. Seus braços enlaçaram meu pescoço com força e eu implorei por ar.
— Senti saudades. — entrei no trailer com a garota ainda no meu colo, fechando a porta com o pé — Muitas saudades.
— Mas nós nos vimos hoje de manhã — redondi abafado em seu pescoço. Abaixei-me para deixar seu corpo na cama.
— Mas eu sempre estou com saudades — sentou-se cruzando as pernas.
A cama estava com uma bagunça ainda maior do que pela manhã, além dos lençóis havia também roupas, potes de tinta e livros. Meredith não parece ser tão atrelada à organização.
— Estava pintando, não é? — Perguntei, direcionando-me à espécie de cozinha para deixar a sacola.
— Estava. Quer ver? — voltei ao quarto.
— Claro — segui com o olhar para onde seu dedo apontava.
A tela ainda presa ao suporte revelava a pintura quase idêntica à foto que Meredith tirou de mim pela manhã. As cores seguiam o mesmo padrão, dando-lhe total vivacidade. Aproximei-me um pouco mais para observar bem de perto; estava lindo.
— Ainda não está pronto e eu errei em algumas partes no sombreado, mas... — interrompi-a, voltando-lhe minha atenção.
— Está perfeito para mim, não vejo nada incompleto, ao menos erro — sentei-me ao seu lado e toquei seu cabelo em um carinho, alcançando seu sorriso envergonhado — Não vou me cansar de dizer que você é uma ótima pintora.
Enrugou-se o nariz e ruborizou-se a bochecha em tom vermelho. Aquela loira era a melhor coisa já acontecida na minha vida, sentia isso. Sua personalidade era uma novidade pra mim, eu jamais conheci antes alguém de pura dicotomia. Ela era intensa em suas expressões e feições, mas ao mesmo tempo conseguia implicar uma sutileza graciosa.
— Como você aprendeu? — perguntei após tempo demais olhando-a.
— Não me lembro, pinto desde bem pequena, quando passei a praticamente morar em hospitais. Eu não tinha muito o que fazer então escrevia e pintava, me deixava feliz e um pouco menos frustrada com minha impotência — contou com o olhar vago.
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Does love overcome pain? - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.
Fiksi Penggemar"Até que proporção o amor supera a dor?" Meredith Grey é uma jovem de feição radiante e dona de um sorriso cativante, mas possui uma doença irremediável que a impossibilita de viver as suas maiores realizações e sonhos... Já Addison Montgomery, é a...