☾~•Dezoito

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ADDISON:
🌙

Temi que não desse tempo de ir ao meu apartamento me prontificar para conhecer o trailer de Meredith, então fiz toda a arrumação no hospital mesmo. Tomei um banho relaxante — relaxar estava sendo uma necessidade profunda — e mudei as roupas. Fiz questão de deixar com que meu cabelo secasse naturalmente para formar ondinhas, Meredith gostava.

— Deus, mais sensatez, por favor. Meus olhos doem — disse após ter o desprazer de flagrar Arizona e Callie quase se comendo no vestiário. Por que sempre eu a dar de testa com essas cenas?

Logo se afastaram, sorrindo — ainda achavam graça... Vai entender.

— Você é uma estraga prazeres e tanto — Callie fixou, organizando os próprios fios de cabelo.

— É, já me disseram.

Então, Arizona passou por mim, insinuando sair do local, mas eu precisava alertá-la, então comecei:

— Ei, loira, é bom que você não faça a Callie sofrer. Sou ótima com vinganças — sorri à base de cinismo e pisquei, então ela alcançou a latina com o olhar antes de sair definitivamente.

— Você é uma ótima amiga, mas exagera às vezes — a morena se jogou no sofá.

— Ah, eu sei bem como é. Você e Amélia são exageradas tanto quanto — contestei direcionando-me até meu armário, alcançando o frasco de perfume.

Perfumei-me aos principais pontos de pulsação, delicadamente, como um ritual; sempre achei de uma graça superior esse ato, geralmente ignóbil para as outras pessoas.

— Onde você vai? — Callie indagou, e tive a certeza de que ela sorria apenas pelo timbre da voz.

— Conhecer o trailer de Meredith — fui indiferente, querendo simplesmente tratar aquela situação como deveria ser.

— Uh, vai transar — Callie, a inconveniente; Amélia anda dando aulas ou o quê?

— Vou conhecer o trailer de Meredith — enfatizei, virando-me, elucidando seriedade à minha face.

— E então ela vai te convidar a conhecer sua anatomia.

— É, mas eu não vou.

Ou iria?

— Faz quanto tempo desde que você não transa? Não deve ao menos lembrar de como se faz — sorriu audível e eu me sentei ao seu lado, com cuidado para não amassar minha camisa social.

— Será? Bom, eu acho que não tem como esquecer, não é? — gesticulei, já me preocupando.

E então a latina gargalhou ainda mais; como eu queria me enfiar em qualquer buraco. Bela gafe, Montgomery.

— Você é ótima, Addie — ainda se recuperava — Amélia precisa saber disso — então ela começou a gravar um áudio, onde constavam mais risadas do que palavras, e eu esperei impacientemente que ela acabasse.

Eu pediria algumas dicas... Como eu deveria me portar, se eu deveria ceder.

— Cal, o que você acha que eu devo fazer? Eu devo ceder? — soei sucinta, mas repreendi-me a mim mesma por insistir em questionar aquela mulher que mais sabia rir de mim.

Inacreditável que estou me submetendo a esse desagrado.

— A questão é: você vai conseguir resistir? Sabe que não e eu também.

Enveredei os dedos por meus fios ruivos tentando buscar um modo de não pensar no que poderia acontecer.

— Deixe tudo correr naturalmente — propôs.

Does love overcome pain? - 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖́𝑑𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora