Parte 2
Luna
—Qual seu nome? — pergunto para menina em meus braços.
—Melissa— ela diz entre soluços.
Ela está desesperada, se desabando em lágrimas e eu não sei bem o que fazer. Estou abraçando ela, apoiando ela enquanto Ricci dirige para delegacia, de vez em quando vejo ele nos checando pelo retrovisor do carro.
Melissa começa a ter dificuldades em respirar e sei que está começando a ter uma crise de ansiedade.
Sei bem o que ela está passando e sentindo e é horrível passar por isso sozinha, me identifico muito com ela.
—Olhe pra mim — digo segurando em seu queixo pra ela me encarar— eu sei bem o que você está passando...Quando eu tinha 17 anos, me envolvi com uns caras barra pesada, comecei a namorar um deles e isso quase me levou a ruína....— faço uma pausa, não quero falar sobre tudo que ocorreu, é doloroso demais— um dia usamos muitas drogas e eu fiquei completamente fora de mim, ele e seus amigos se aproveitaram de mim, eu não lembro de muitas coisas, só uma flashes horríveis em minha cabeça e se não fosse por um dos amigos dele, que viu que aquilo era um estupro e me tirasse de lá, eu.... eu...— não consigo terminar de falar.
Sinto algumas lágrimas descerem, mas eu não vou desabar. Limpo elas e continuo.
"Na época eu não denunciei, porque estava muito envergonhada, não queria que minha mãe soubesse que estava me drogando, então eu apenas terminei com ele...— ele me ameaçou, mas não é hora de falar sobre isso— E vim para Harvard, parei de mexer com drogas e faço terapia. — digo ainda segurando ela—Tá tudo bem Melissa, não aconteceu nada, você vai ficar bem, vai passar...
Continuo dizendo que vai passar, que é só uma fase e vejo Melissa voltar a respirar normalmente, mas ela ainda está chorando— essa situação é muito traumática, mas ela vai melhorar.
Vejo Ricci apertando com força o volante e me encarar pelo retrovisor, sua cara está fechada, ele deve ter escutado a conversa.
•••
Fomos na delegacia com Melissa, fizemos o boletim de ocorrência e levamos ela pra casa dela.
Agora só está eu e Ricci no carro, ele no banco do motorista e eu no carona.
Estou brava com ele, mas meus olhos me traem e eu olho para as fortes mãos no volante-puta que pariu-, ele vira o volante com uma mão, enquanto passa marcha com a outra- borboletas surgem em meu estômago, ele fica tão gostoso dirigindo.
Ele percebe que estou impressionada com ele e da um risinho— babaca.
Volto a olhar pra janela, para as luzes e carros na rua, tenho que ter um controle muito grande pra não olhar pra ele, que tentação.
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Love on Ice (#1)
RomanceApós fazer uma grande merda e colocar sua posição de jogador de hóquei em risco, Lucca Ricci é punido e mandado para patinar com Luna Clarke, uma patinadora de gelo que só quer uma coisa:vencer a competição nacional de patinação no gelo. Só tem um p...