Capítulo 33

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Lembram o que eu disse quando a Chaeyoung perdeu a memória?

Reformulando: Não se rejeita quem já é rejeitado.

Park Chaeyoung

Acho que eu nunca havia tido uma noite tão boa, ter ela em meus braços foi tão bom.

Seu calor, seu cheiro, seus lábios sobre minha pele, seu carinho, tudo nela é bom.

Bom, quase tudo.

O fato dela me rejeitar me incomoda.

As suas palavras para mim, as vezes sinto que deveriam me atingir mais do que o normal, mas eu já estou tão acostumada com tudo isso, que não me surpreende até mesmo minha esposa pensar essas coisas ao meu respeito.

Até hoje, todos acreditam que eu quem surtei e estraguei todos os meus brinquedos, eu fui, e até hoje devo ser, vista como um monstro descontrolado por todos eles.

E pelo visto, também estou sendo vista dessa forma por ela.

Eu não tenho culpa de ter nascido assim, talvez se dependesse de mim, eu nem teria nascido, ou já teria acabado com tudo de uma vez por todas.

Suas palavras de desconfiança me fizeram tão mal...

Será que me senti da mesma forma quando a ouvi dizer isso? O que mais será que Jisoo disse para mim e eu aguentei calada?

E por que diabos eu aguentei calada?

No que será que me transformei?

Eu acordei naquela manhã com Jisoo ainda em cima de mim, gentilmente a coloquei para o lado e me levantei, afinal, eu não posso esquecer que tenho um trabalho.

Se quero recuperar minha memória, preciso fazer por onde e aquela médica disse que voltando a minha rotina normal, pode ser que destrave aos poucos minhas memórias.

Eu tomei um banho rápido e fui até meu armário pegar minha farda.

Como que essa barrinha dourada veio parar aqui?

"Capitã Park"

Será que meu pai foi nas minhas formaturas? Isso com certeza o deixou feliz, afinal, eu supostamente tomei jeito e ainda me tornei Capitã da Quinta Companhia.

Ele deve ter ficado orgulhoso...

— Aonde vai? — Jisoo perguntou com a voz completamente rouca e arrastada, havia acabado de acordar.

— Preciso trabalhar parar arcar com seus gastos, que com certeza não são poucos. — Eu respondi com humor na voz, mas óbvio que no fundo é verdade.

— Eu descobri recentemente que antes de nos casarmos, você gastava tudo com bebida, pelo menos agora é gasto com algo que deixa sua esposa satisfeita e feliz. — Ela piscou o olho direito.

Justo.

— Eu realmente me afundei no álcool? — Coloquei minha farda após vestir minha blusa branca. — Por que não estou surpresa? Comecei a roubar as bebidas do meu pai com apenas quinze anos.

— Isso foi antes ou depois da morte do Jimin? — Jisoo perguntou como se estivesse me perguntado que roupa eu estava usando.

Sejamos sinceros, eu cresci sozinha, bom, eu tinha o Jimin, mas no geral, eu cresci sozinha e sendo assim, eu nunca conversei com ninguém sobre ele.

Acho que talvez seja porque ninguém nunca chegou e me perguntou: "Vamos conversar sobre o Jimin?" ou "Você quer falar sobre isso?"

A verdade é que talvez eu nunca esteja pronta para tocar nesse assunto sem chorar e eu realmente não estou disposta a chorar na frente de ninguém.

Captain Park | Chaesoo (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora