Capítulo 26

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{POV. Anna Elis}

  O fim de semana passou em uma chuva de treinamentos entre Anna Kariênina e eu, e depois ótimos momentos em meu quartos nos pegando. Eu estava nas nuvens, sorrindo atoa com o vento, nunca me senti assim antes. Choraminguei quando tive que sair cedo da cama hoje para vir para a faculdade, Anna Kariênina ficou dormindo mais um pouco em meu quarto e não vi Paul no café da manhã. Na verdade, não o vimos durante o fim de semana inteiro, ele fez todas as refeições no quarto e, se saiu para a rua, não vimos e nem sabemos. Uma pequena parte de mim está preocupada mas a outra diz que não é nada, e que não vale a pena ligar para quem não liga para mim, essas duas partes estão em intensa guerra interna.
  Na faculdade, eu terminava de pegar meus materiais do dia quando vejo Elena chegar, ela tinha um sorriso cansado e olheiras, mas não era um cansaço ruim pelo visto.

- E aí, gata, aprontou muito no fim de semana? - Sorri ao fechar meu armário.
- Sai com um carinha tão gostoso, uma que catucada gostosa daquelas. - Elena respondeu maliciosa e eu corei rindo.

Como eu disse, não era um cansaço ruim. Eu a conheço bem. Entretanto, falamos tanto em suas aventuras sexuais com mulheres, que as vezes esqueço que ela é bissexual e também pega homens.

- Ele me fez fazer garganta profunda e agora acho que estou com garganta inflamada. - Ela resmunga ao abrir seu armário e dar um gole no café que trazia em mãos, eu soltei algumas risadas e tomei coragem de perguntar a alguém mais experiente, o que eu tanto temia.
- Amiga, tem como... tirar a virgindade ficando com mulher? - Perguntei meio sem graça e para minha surpresa Elena ficou tão assustada que se engasgou com o café. - Aí meu Deus, amiga! Você está bem?

  Me aproximei de suas costas dando tapinhas, percebendo algumas pessoas nos olhar curiosos.

- Por que diabos você... cof cof... quer saber disso? - Elena perguntou se recuperando da tosse, e eu estava queimando de vergonha.
- Curiosidade. - Sorri fraco, mentindo.

  Eu não havia contado a Elena sobre Anna Kariênina, e talvez não faria isso tão cedo. Ela provavelmente acharia o cúmulo do mundo eu está quase transando com a minha "madrasta", há complicações demais que não sei se ela entenderia, ou sequer, pode saber.

- Anna Elis... - Elena deixou a ameaça no ar.
- É sério, apenas curiosidade. Não posso perguntar?
- Claro que pode, só estranhei. Mas vou fingir que acredito no que disse. - Minha amiga cede e eu reviro os olhos, rindo. - E sim, claro que pode ser tirada a virgindade de toda a forma. Amiga a virgindade vai além do rompimento de um imem, vai por você finalmente estiver preparada e livre para ter relações com alguém. O patriarcado heteronormativo prega que o homem e a mulher só perdem a virgindade juntos, mas não é verdade, já conheci mulheres que tiraram suas próprias virgindades sozinhas. - Elena contou.
- Sozinhas? - Me surpreendi. - Mas não dói? As vezes acho que não aguento nem um dedo, ainda mais dois ou um pau ou vibrador. - Confesso meio sem graça ainda, e Elena solta uma risada.
- Amiga, por que dar a alguém o direito de tirar algo que é seu? Isso é algo seu, para ser feito sozinha ou entregue a alguém que ame e resolmente confie. Com isso, tem mulheres que escolherem tiraram sua própria virgindade. - Elena contou. - E enquanto a você "aguentar" ou não, relaxa que isso é com o tempo. Algumas primeiras vezes doem, outras não, vai do seu corpo, lubrificação e etc. Basta você tiver certeza do que quer, relaxar e aproveitar o momento. - Os olhos castanhos ternos de minha amiga me tranquilizaram. - E depois é só praticar, essa é a melhor parte. - Ela piscou maliciosa fechando seu armário.
- Safada. - Brinquei e rimos.
- Prova surpresa, todos na sala agora. - Nosso professor de artes cênicas cantarolou pelo corredor.
- Droga! - Minha melhor amiga e eu resmungamos ao mesmo, batendo nossas testas nos armários, dramatizando.
[...]

{POV. Anna Kariênina}

  Meu peito parecia estar encharcado de fogo, um fogo calmo e terno que se incentivava quando eu ficava perto de Anna Elis, eu sequer senti uma brasa dessas antes dela. Esses dias que se passaram foram os mais leves que já tive, a treinando, banhando juntas, conversando ou apenas agarradas ouvindo a respiração uma da outra até dormimos. Me senti um pouco mais leve quando contei a maioria da minha história para ela e a mesma não julgou, mas ainda tenho uma angústia em peito em não ter-lhe revelado detalhes cruciais, como o fato do pai dela, nesse momento, está doente sobre uma cama.
  Resolvi não sair hoje, e pedi que Jones e os outros viessem aqui para me atualizar das espionagens, para que eu não precisasse sair do lado de Paul. Ele ainda não sabe que estou com Elis, e temo por sua reação.
  Eu estava sentada em uma das poltronas do quarto de Paul lendo um livro que havia pegado no quarto de Elis, quando ouço batidas na porta, Paul está deitado na cama, e eu digo alto um "Entre". Logo vejo Jones, Kennedy e Klaus entrarem no quarto, logo deixo de lado o livro e me levanto.

- E aí, meu velho amigo, como vai? - Jones disse Paul enquanto o segundo se sentava na cama, apoiando-se a parede.
- Morrendo. - Ele sussurrou em um tom de brincadeira. - Mas vamos logo ao que vieram fazer, depois irei dormir mais. - Jones assente após o pedido.
- Encontramos a falha que precisávamos, ou melhor, o traidor que usaremos. - Jones contou e Kennedy tomou a frente.
- Colocamos cerca de 10 espiões seguindo todos os funcionários de Dorgles, até que achamos esse aqui. - Ele me estende o celular, e eu vejo a foto de homem careca, um pouco gordo, com barba grisalha e com várias tatuagens. - Ele é Louis Del Loly, ele é assistente do assistente de Dorgles. Ele não deve ganhar lá esses salários, e então achamos estranhos ele está todas as noites em cassinos, com várias prostituas.
- Desvio de dinheiro? - Perguntei deduzindo.
- Exatamente. - Klaus confirmou. - Conseguimos alguns dados e hackeamos a conta bancária dele, e vimos vários depósitos e transferência suspeitas, em pequenas quantidade mas que somados da uma boa grana. Nossos hackers estão nesse momento tentando achar a procedência do dinheiro.
- E o que faremos com esse homem? - Paul perguntou e Jones levantou da cama.
- Vamos deixar esse homem por algumas semanas se endividar complemente nos jogos, ele só faz as transferências a cada 3 semanas no mesmo dia do salário dele para que ninguém desconfie, isso da pra ele passar vários dias jogando e curtindo. Então se fizermos ele perder muito no jogo e se meter em algumas brigas, ele vai ficar desesperado a procura por dinheiro. - Jones explicou e então o plano automaticamente se montou na minha casa.
- Procurem os donos de cassinos e cabarés que somos aliados, repassem a eles a imagem desse homem e deixem que eles façam a mágica deles para roubarem o dinheiro do idiota. Acredito que eles não vão nem pedir dinheiro para fazer isso, todo o dinheiro do homem já basta. - Explico e eles concordam.
- Depois disso, peguem ele e vamos tentar o coagi-ló a nos ajudar por dinheiro. - Paul sugere.
- Mas se ele não aceitar por dinheiro, chamem esse assassina aqui. - Completo firme.

  Não há nada que não seja resolvido com um pouco de sangue derramado.
   Eu prometi que faria de tudo para vingar meu pai, e farei.
[...]

Continua...

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  Só eu que fico com borboletas no estômago quando a Kariênina fala assim? Kkk

Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora