{Anna Kariênina}
- Filha? Espera, você não disse isso quando estávamos fazendo o acordo. - Digo irritada e surpresa.
- Porque sabia que isso poderia influenciar na tua decisão... - Lhe interrompo.
- Claro que ia, Paul! Você tendo uma filha, matade do que você tem é dela, e eu terei que dividir. - Começo a andar de um lado para o outro na sala.
- Eu tenho muito dinheiro, Kariênina, a tua parte será o suficiente. - Me aproximo dele ao ouvir aquilo.
- E se não for, Paul? Não posso colocar meu projeto de vida em risco por tua causa e da tua filha? - Aponto para ele.
- Você não tem para onde correr, Kariênina, algumas pessoas aqui já sabem do pedido de casamento e desconfiaram caso você não aceitasse. - Paul disse firme e então minha ficha caiu.
- Espera... Você armou uma emboscada para mim? - Não foi uma pergunta e sim uma afirmação. - Seu filho da puta! - Avanço contra ele pegando nas barras de sua camisa, mas ele não se defende. - Eu poderia muito bem terminar logo teus dias aqui. - Digo entre dentes, lembrando da faca que sempre carrego disfarçadamente em minha cintura.
- Então me mata, e teu plano vai todo por água abaixo! - Paul rebate.Eu o olho por alguns instante procurando em minha mente alguma alternativa de saída, mas não encontro nada.
- Porra! - Solto um grunhido lhe soltando e bato minhas mãos na mesa de madeira no meio.
- Minha filha não tem interesse nenhum em meu dinheiro, ela é só uma estudante de artes que quer ser uma pintora, não irá atrapalhar teus planos. Anna Elis tem apenas direito há uma pequena parte do meu dinheiro. - Paul explica.
- Anna Elis? - Sorrio com escárnio ao perceber que essa filha da puta é um encosto que ainda por cima que é xará.
- Ela acredita que é uma herança da mãe, que ela vai receber da mãe quando fizer 21 anos. - Paul continua, ignorando minha pergunta. - Mas, na verdade, é apenas uma parte do meu dinheiro que deixarei para ela depois que terminar sua faculdade. Sabia que se dissesse que o dinheiro era meu, ela não aceitaria, então inventei a história do testamento da mãe, mas, na verdade, Luíza não deixou nada para a filha antes de morrer. - Ele contou e eu continuei em silêncio. - Um último aviso, Elis não sabe de minha doença e quero que continue assim até que eu finalmente morra.
- Por que?
- Ela não se importaria. - Aquilo soa estranho para uma relação entre pai e filha, eu quase morri quando meu pai faleceu. - Então, Anna Kariênina, o que diz sobre esse novo estabelecimento no acordo?
- Um absurdo! - Disparo. - Você está colocando todo meu projeto de vida em risco com essa nova questão.
- Temos o mesmo objetivo, Kariênina, matar Dorgles e eu não vou medir esforços para isso, mesmo depois de minha morte. Então não tem com o que se preocupar. - Paul é invicto em suas palavras, e então tira uma pequena caixa preta dentro do bolso, ele a abre exibindo um lindo anel fino de prata com uma pedra com um diamante branco em cima. - Só cabe a você se continuamos ou não. Você aceita se casar comigo, ou irá desistir de seu grande projeto de vida por causa de um obstáculo, Anna Kariênina?Meus olhos saem de Paul e vão até o anel, o encaro por alguns instante e então um instalo soa em minha mente, como se uma lâmpada se ascendesse sobre minha cabeça.
"Você é uma assassina, Anna Kariênina, não há nada que não possa fazer, tirando um pouco de sangue." Era como se eu tivesse ouvido a voz de Lucker em minha mente.
Em um pulo, seguro a caixinha tirando o anel de dentro.- Parece que teremos um casamento esse fim de semana. - Paul diz com um sorriso mórbido no rosto, assim que me ver colocando o anel.
- Vamos acabar logo isso. - Digo indo até a porta.Saímos e logo Paul segurou minha mão pelo corredor, respirei fundo várias vezes e fechei os olhos por alguns instantes, para ter forças para ainda continuar a fingir.
Ouvimos os burburinhos da festa novamente enquanto tocava A Little Wicked - Valerie Broussard, e eu fiz o melhor número que poderia entrar em Hollywood.
Lágrimas falsas brotaram em meus olhos e assim que avisei Alana e os outros, corri até ele.- Gente, eu vou me casar! - Gritei para todos ouvirem e balancei meu anel na frente de todos, como um jogador levantando um troféu.
- Ai meu Deus, que coisa linda! - Alasca gritou, também fingindo emoção e me abraçou. - Sabia que você ia conseguir. - Ela sussurrou em meu ouvido, mas sei muito bem a que ela se refere verdadeiramente, quase me emociono de verdade.
- Parabéns, amigo! - Ouço Jones cumprimentar Paul com um abraço. Todos fingem tão bem, afinal, fazemos isso desde que nascemos.
- Cuida bem da nossa irmã, viu? - Kennedy também diz a Paul e eu me separo de Alasca.
- Claro que vou cuidar dessa jóia rara. - Paul diz bem alto e todos ao redor já estão a nos olhar animados.
- Ora, ora, parece que teremos um casamento por aqui. - O dono da festa aparece com enorme sorriso no rosto, é um homem já mais velho e totalmente enrugado mas que não dispensa uma morena jovem e bonita ao seu lado.
- Eu não podia deixar passar essa mulher, né, Joey? - Paul me puxa pela cintura e eu solto risadas, lhe dando um beijo na bochecha.
- Então, viva aos noivos! - Joey levanta sua taça de champanhe, e um garçom apareceu a nossa frente nos oferecendo duas taças também.
- Viva! - Todos gritaram de volta e Paul me puxou para um selinho demorado.Mal sabe Paul que ele acabou de beijar a morte. Se ele acha que vou esquecer que ele me traiu, ele está muito enganado.
"Você é uma assassina, Anna Kariênina, não há nada que não possa fazer, tirando um pouco de sangue."
As mudanças no plano agora são bem inflexíveis: Em breve, Paul e sua filha estaram mortos, e eu com a herança deles.
[...]{Anna Elis}
- Casar?! - Elena dispara tão alto que pude ver as pessoas ao redor no corredor nos olharem. - Nossa, tio Paul ainda está com tudo em cima, viu? Em cima, literalmente. - Ela diz impressionada.
- Da pra parar de falar isso tão alto? Eu te contei porque tu é minha melhor amiga, mas não quero que San Diego inteira fique sabendo. - Lhe repreendo.
- Tá, tá bom. Mas você entende que logo logo todo mundo aqui vai saber, teu pai é famoso na cidade inteira. - Elena pondera e eu bato minha testa dramaticamente na porta do meu armário.
- Que merda.
- Mas pensa pelo lado bom, amiga, vai ter outra mulher na tua casa. Você pode conversar com ela, sei lá, fazer uma amizade nova. - Minha melhor amiga sugere.
- Acho impossível, ela deve ser só mais uma golpista que deu a sorte de achar um cara rico pra casar. - O sinal toca e começamos a andar.
- Será que ela é daquelas piriguetes? - Elena faz cara de novo.Eu obviamente não contei tudo sobre Anna Kariênina para Elena, minha melhor amiga surtaria de preocupação ao saber que dividirei o mesmo teto que uma assassina. Meu corpo se arrepia só de imaginar.
- Não duvido de nada, nunca vi meu pai com nenhuma mulher depois que minha mãe morreu. Mas o meio que ele convive não tem bons exemplos de mulheres confiáveis. - Explico.
- Então acho melhor ir se preparando pois ela vai dar um golpe da barriga com certeza. - Elena comenta e eu bufo.
- Ah, merda.
[...]Continua...
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Já temos revelações hein
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Corpos em Chamas: A vingança de Anna Kariênina (Romance Lésbico)
Ficção AdolescenteAnna Kariênina tinha apenas 10 anos quando seu pai foi injustamente acusado de assassino, e anos depois faleceu na cadeia. Doze anos depois, Kariênina se tornou uma assassina profissional após ser adotada e treinada por uma família de mafiosos, agor...