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Anahí Portilla Point Of View

Eu olhei para ele, incerta sobre o que tinha acabado de ouvir.

Ele queria casar mesmo comigo?

Por uma fração de segundos pensei na possibilidade de ser apenas um sonho, mas o sorriso estampado nos lábios da nossa filha, o brilho nos olhos dela, o verde dos olhos dele fixos em mim, como se de alguma forma não tivesse algo mais bonito para observar, eu soube então que não estava dormindo. Soube que o pedido havia sido real. Sem flores, sem uma banda tocando a minha música favorita, sem a luz das velas refletindo os nossos olhares, apenas... Eu e ele, perdidos em um mundo cheio de sentimentos bonitos, certezas infinitas e esperanças impossíveis de serem derrubadas; nossos filhos e um amor que parecia realmente infinito.

Algo pouco convencional, e apesar de escrever livros sobre amores que mereciam e deveriam ser eternos, a falta de uma pétala de rosa não tirou a magia que nos rodeava naquele momento. E nada na minha vida havia sido feito de forma convencional ou planeada. Nunca fui de traçar planos, aprendi da pior forma a viver um dia de cada vez, sem pressão, sem culpas, aceitando o que eu sou: meus traumas, meus medos, respeitando meus momentos, meu crescimento, e sendo grata por absolutamente tudo.

_ Você está falando sério?.- Aquela poderia ser considerada uma pergunta boba, porque se formos analisar a forma como ele me olhava em expectativa, saberíamos que aquilo era tudo menos uma brincadeira.

_ Eu não brincaria com algo tão sério, Ana.- A voz rouca ecoou baixa, se propagando por todo ambiente e ficando presa em minha alma.- Eu quero que você se case comigo, então nós podemos procurar uma casa maior.- Repetiu, tão firme quanto da primeira vez.- Você poderia me dar alguns minutos?- Pediu em voz baixa, e eu apenas assenti. Observei Alfonso ficar em pé com nossa filha nos braços e logo sumir pelo corredor.

Poucos segundos depois, Rosalie se aproximou com os dois braços esticados em minha direção, e retirou Natan do meu colo que já estava praticamente dormindo. Olhei para ela, que sorriu toda bonitinha para mim, e não consegui emitir uma única palavra, só sabia sentir as batidas do meu coração gritando por ele.

_ Oh, meu Deus!.- Murmurei em choque ao vê-lo voltar de lá com uma caixinha vermelha na mão.

_ Minha Ana, babe, você me daria o prazer e a extraordinária honra de se casar comigo?.- Pediu logo após ficar de joelhos bem na minha frente, a caixinha aberta, exibindo um anel de brilhantes encima.- E passar o resto da vida comigo.

_ Você quer mesmo casar?.- Questionei, sentindo todos os músculos do meu corpo dormentes.- Digo, você quer que eu me torne a sua esposa?

_ As pessoas já lhe chamam senhora Herrera, só vamos formalizar isso.- Confirmou sorrindo de canto.- Por favor?

_ Quando você conseguiu esse anel?.- Naquele momento eu não estava fazendo sentido nenhum, tamanha era a minha perplexidade.

_ Eu comprei quando soube que você estava grávida.- Arregalei os olhos.- Eu sei que faz muito tempo desde então. Eu pretendia fazer isso antes, mas muita coisa aconteceu de lá para cá, e eu fiquei esperando o momento certo.- Admitiu.- Eu não consigo imaginar a vida sem os nossos filhos, assim como não consigo imaginar a vida sem você.- A partir daquele momento, já não consegui segurar mais as lágrimas. Deixei que elas fluíssem por meu rosto de forma despretensiosa.- Então, por favor, seja minha esposa.

_ O coitado está com os joelhos doloridos, mãe.- Rosalie murmurou divertida, arrancando uma risada fraca de Alfonso.

_ Eu prometo lhe amar a minha vida inteira, vou te beijar todos os dias, com a minha língua, do jeito que você gosta.- Eu ri, os olhos transbordando.- Juntos seremos os melhores pais para os nossos filhos, inclua nessa lista a pequena Brianna. E eu prometo fazer o meu melhor todos os dias,  para nunca fazê-la duvidar do meu amor. Você aceita?

Destino? TalvezOnde histórias criam vida. Descubra agora