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Prometi voltar rapidinho, então aqui estou eu!

Como eu disse antes: tanto o capítulo passado, como esse, serão pontes para o que vem lá mais para frente. Dizer que já não  falta muito para entrarmos na recta final da FIC.

Por favor, respirem fundo, bebam água e divirtam-se com o capítulo.

Os erros concerto depois!

...

Narradora Point Of View

Alfonso estava escrevendo um e-mail quando ouviu um barulho na porta do consultório.

_ Pode entrar.- Disse encarando a porta sendo aberta pela Dra. Helen, mas os seus olhos ficaram fixos em uma mulher, cabelos brancos até aos ombros e cabeça baixa. Usava um moletom azul escuro de mangas compridas, e era possível ver duas faixas brancas cobrindo os pulsos.

_ Dr. Alfonso, essa é a nova paciente, Marishelo Portilla.- Ao ouvir o seu nome sendo pronunciado, Marishelo ergueu a cabeça e fitou o neurocirurgião que engoliu em seco ao reconhecer aqueles traços.

Sem dizer absolutamente nada, ele levantou e foi em direcção à elas, lançando um olhar delicado para a mulher de cabelos escuros que logo saiu, fechando a porta e deixando apenas a mãe da namorada e ele.

Quem diria que o encontro com a sogra seria justamente naquelas circunstâncias.

O olhar da mais velha continuava fixo na imensidão verde que eram os olhos de Alfonso, como se tentasse entender o porquê da sua presença ali. Ele sorriu gentilmente estendendo a mão para cumprimentá-la. Naquele momento não era o Alfonso Herrera namorado da Anahí - que fora profundamente magoada pelos pais -, era simplesmente o neurocirurgião que precisava cuidar de uma paciente.

Marishelo encarou a mão dele que imediatamente percebeu em seu olhar um nervosismo que não estava ali antes.

_ Pode apertar, Marishelo. Estou apenas cumprimentando você. Não vai fazer desfeita...vai?.- Falou em um tom brincalhão e a viu franzir as sobrancelhas, como se estivesse ponderando se o faria ou não.

_ E-u não... Você não vai me machucar?.- Perguntou, os olhos fixos na janela de vidro.

_ Eu não vou lhe fazer mal.- Alfonso respondeu seguindo o olhar dela que continuava encarando a janela.- Quer que eu feche?.- Perguntou indo em direcção as cortinas.

_ E-eu... e-les m-me perseguem. Eu n-ão quero.- Ela murmurava enquanto abraçava o próprio corpo, e ele concentrou o seu olhar nas mãos dela que apertavam com força os próprios braços.

_ Marishelo?.- Ele chamou carinhoso.- Não tem ninguém aqui além de você e eu.- Fechou as cortinas e caminhou em sua direcção.- Está vendo? Só você e eu. Apenas quero ser seu amigo. Você gostaria de ser minha amiga?.- Questionou com um sorriso discreto nos lábios.

_ E-les n-não me deixam ter amigos.- Sussurrou como se estivesse confidenciando algum segredo.

_ Eles quem?

_ As vozes, moço.- Respondeu, olhando diversas vezes para o lado.

_ Eles não te farão mal. Se você me deixar ser seu amigo, ninguém vai poder lhe ferir. Então, o que você me diz?.- Alfonso falou sem deixar o sorriso morrer.

_ E-eu n-não posso.- Engoliu em seco.- Quero ir embora. Q-quero ir.- Ela disse agoniada e ele assentiu suspirando pesadamente. Alfonso sabia que seria difícil o primeiro contacto desde que recebeu o relatório médico e leu esquizofrenia como um possível diagnóstico.

_ Tudo bem, Marishelo. Eu só vou pedir para que você me visite mais vezes, ok?.- Disse enquanto abria a porta da sala, permitindo a passagem da mais velha primeiro. Ela não hesitou e rapidamente passou pela porta de cabeça baixa.

Destino? TalvezOnde histórias criam vida. Descubra agora