64°

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Carol: você vai com o Metralha, está sem espaço com os meninos- fala e eu faço careta
Eu: eu vou com o Magrim- falo e ela nega com a cabeça com um sorriso divertido
Carol: o seu irmão já foi embora- fala e eu vou para o carro do Metralha num bico maior que a porra.

Entro no banco de trás com a Va e ele já me olha estranho ignoro ele e a Va já vem sentando no meu colo de frente para mim, deitando a cabeça no meu peito para dormir.

[...]

Metralha: agora você vai me ouvir?- pergunta parando num farol vermelho
Eu: não- falo mechendo no cabelo da Va que está dormindo no meu colo- namoral Metralha, eu tô cansada, eu tô aqui quase dormindo, tô puta com você, se eu for te escutar mais uma vez eu vou te xingar de tudo que é nome, então é melhor eu ficar calada- falo e ele fica caladinho.

Já estamos quase chegando no morro, esse se não me engano é o último farol antes de chegar na favela, o que é menos mal. Logo o farol abre e o Metralha sai com o carro acelerado, quando eu penso que não já estamos subindo a favela e ele me deixa na frente da minha casa, deixo a Va no banco com cuidado para não acordar ela, pego a minha mochila e desço do carro lindíssima, dou a volta no carro e vou até a janela do Metralha.

Eu: quando as minhas coisas chegarem eu vou buscar ela lá na tua casa para dormir aqui comigo- falo e ele confirma com a cabeça e sai com o carro.

Entro em casa trancando a porta e subo jogando as minhas coisas de qualquer jeito em cima da mala, me mando para o banheiro e já tomo aquele banho, com direito a lavar cabelo e tudo mais, saio enrolada na toalha, passo uma pomada nas minhas tatuagens novas, um hidrante nas que eu já tinha, visto uma calcinha e uma camiseta qualquer e me jogo no meu colchão inflável apagando logo em seguida.

[...]

Está é milésima vez que eu digo isso só no dia de hoje, eu odeio o Metralha! Hoje eu acordei, tomei um banho, botei uma roupa e já vim trabalhar, o Metralha hoje tá com formiga no cu, não para quieto, também não pode ver uma oportunidade de me provocar que já tá se jogando de cabeça, se eu pudesse matar esse homem eu já teria feito.

Metralha: vocês vazem- fala sentando na cadeira dele em cima da lage da principal e eu já ia saindo com os moleques- Cobra fica- fala e eu reviro os olhos voltando a ficar do lado dele com a fuzil na mão- vai ficar na pose de marrenta mesmo?- pergunta me olhando divertido e eu continuo séria
Eu: eu estou armada, se você continuar me estressando hoje eu atiro em você sem pensar duas vezes- falo séria sem nem olhar para ele e a peste começa a dar risada
Metralha: perigosa ela, bandidona mil grau- fala e eu apenas reviro os olhos.

Vai Letícia, respira, inspira, mira e atira, é só isso que você tem que fazer, só isso meu bem, atira e você se vê livre desse cretino maldito.

Eu: eu te odeio cretino- falo e ele da risada enquanto dichava a erva que vai fumar
Metralha: e agora vai começar a me xingar- fala dando risada- vamos pular logo para a parte que tu volta para mim vai- fala e eu caminho até a beirada da lage
Eu: quer dizer que o vagabundo não está conseguindo ficar sem a dama?- pergunto e sinto a mão dele na minha cintura, ele da um cheiro no meu pescoço seguido de um beijo que me arrepiou todinha
Metralha: tu sabe que não- fala baixinho no meu ouvido- só quer que eu fale para me humilhar- fala e eu dou risada da cara dele me afastando dele
Eu: mas essa dama aqui tu perdeu cretino- falo me sentando na cadeira de plástico que ele estava agorinha pouco- essa dama pode ser de qualquer marmanjo, menos tua- falo e ele fica serinho, as veias do pescoço dele chegam saltam para fora
Metralha: eu mato- fala me olhando serinho- tu sabe que eu mato- fala e eu dou risada
Eu: não mata não, porquê tu sabe que se tu matar eu nunca mais olho na tua cara- falo e olho para ele com uma sobrancelha erguida- e tu é fraco Felipe, tu é fraco, tu não consegue viver sem uma mulher, que tipo de bandidão tu é?! Uma mulher consegue te deixar doido- falo e só deixo ele mais puto.

Dou risada e pego um maço de cigarro no bolso do meu shorts e abro pegando um baseado já bolado que está misturado com os cigarros e o meu isqueiro, acendo o baseado e fico fumando na minha enquanto o Metralha tá no outro canto sa lage com o baseado dele na boca, tá tão puto que eu tenho certeza que ele nem vai aproveitar a brisa.

Pesadelo: ae chefe- fala subindo na lage- patroa- fala me olhando divertido e eu levando o dedo do meio para ele
Metralha: qual foi?- pergunta serinho
Pesadelo: Vanessa tá aí querendo ver tu- fala e me olha meio assim
Metralha: manda para a minha sala- fala e o Pesadelo vai- num é tu e nem mulher nenhuma que vai me atazanar Letícia- fala e sai todo todo se sentindo o gostoso e eu vou atrás.

Sigo ele até a porta da sala dele com os outros moleques e logo começa os gemidos altos da cachorra, parece que tá matando a mulher, Deus me livre viu?! Não, sou muito mais eu viu?!

Pesadelo: quer vim aqui?- pergunta na porta da dele e eu nego com a cabeça forçando um sorriso
Eu: estou trabalhando bebê- falo e ele nega entrando na sala dele
Magrim: da o troco nele, faz ele rastejar por tu- fala entrando atrás- quando quiser a porta está aberta- fala e fecha a porta.

Vou mentir, escutar a foda do Metralha está me deixando incomodada, vou com certeza está mentindo se eu disser que não gosto do Metralha, mas como eu sempre digo, gostar não é amar não é mesmo? Ele que engula a vagabunda e morra engasgado.

Meu Glorioso PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora