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Medo, pânico, choque, vê-lo aqui tão perto de mim, me encarando dessa forma me trás lembranças que se eu pudesse, não me lembraria nunca mais... Esse olhar de cobiça que me dá tanto medo e tantos arrepios, esse olhar sempre via seguido de mais traumas que irei levar para uma vida inteira.
O churrasco estava rolando de boa até agora, conheci as primas do Metralha que estão morando aqui, não estou sendo obrigada a fingir ser mulher do Metralha, para o povo eu sou apenas a irmã dos meninos que mora com o Metralha de favor, eu só vim beber uma água na cozinha e ele apareceu, com esse olhar que desde os meus cinco anos se tornou o meu maior pesadelo.

Sérgio: eu sempre soube que você servia apenas de putinha de bandido, sua vagabunda inútil
Eu: o que você está fazendo aqui? Você já não fodeu a minha vida o suficiente? Me deixa em paz por favor- falo com o choro entalado na garganta
Sérgio: esse seu biquíni chega a ser um convite de tão pequeno, ah minha sobrinha, você não sabe o quanto eu estou louco por esse seu corpo- fala e eu dou um passo para trás batendo as costas na pia
Eu: Não se aproxime de mim se não eu vou gritar- falo já me tremendo toda de medo
Sérgio: com essa música alta ninguém vai te escutar mesmo- fala dando um passo na minha direção
Eu: SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA- grito e ele vai para cima de mim me tacando no chão
Sérgio: como eu disse, ninguém vai te escutar com esse som alto- fala e sobe em cima de mim puxando a parte de cima do meu biquíni que se rasgou

Pesadelo: que porra tá acontecendo aqui?- pergunta puxando o Sérgio pela gola da blusa, eu apenas cobri os meus seios e me encolhi no cantinho
Magrim: você tá bem? Ele te machucou?- pergunta enquanto se abaixa do meu lado me abraçando e eu nego com a cabeça chorando no seu peito
Metralha: veste- fala jogando uma camiseta em mim e eu visto- leva ela lá pro meu quarto e fica com ela lá, eu já subo- fala e o Magrim me pega no colo subindo comigo pro quarto do Metralha.

Ele me coloca na cama e fica abraçado comigo enquanto eu choro no seu peito, ele fica fazendo um carinho na minha cabeça na tentiva de me acalmar, o som parou e eu só escutei gritos e mais gritos, seguidos de cinco tiros, me encolhi mais no peito do meu irmão e o Metralha entro no quarto me encarando preocupado.

Metralha: se livra do corpo com o teu irmão, eu cuido dela- fala e o Magrim me solta e sai calado- deixa eu ver esse corte aí- fala e senta do meu lado analisando o meu rosto, com a queda no chão eu bati o rosto na quina da pia, deve ter feito algum corte- desde quando ele faz isso com você?- pergunta olhando nos meus olhos
Eu: cinco anos- falo e ele nega com a cabeça indignado
Metralha: te garanto que ele não vai mais te machucar- fala e alisa o meu rosto- descansa um pouco, o povo já tá indo embora e as meninas estão limpando lá em baixo- fala se levantando da cama e vai até o banheiro.

Me encolho na cama e fico olhando a janela enquanto as lágrimas rolam silênciosas pelo meu rosto, sinto um tecido quente caindo sobre o meu copo, o colchão se afunda no meu lado e eu sou puxada para trás com uma certa brutalidade, o Metralha deposita a minha cabeça no peito dele e me puxa para mais perto dele me abraçando forte e fazendo uma espécie de carinho na minha cabeça.

Metralha: se você contar para alguém que eu estou te abraçando tu é pessoa morta- fala e eu dou uma risadinha
Eu: obrigada- falo baixinho e ele me puxa mais para ele
Metralha: vai ficar tudo bem, eu prometo- fala com a voz calma e eu me aconchego mais no corpo dele
Eu: eu sei- falo e ele tira o cabelo do meu rosto
Metralha: olha aqui para mim- manda e assim eu faço, olho para ele e passa mão pelo meu rosto secando as minhas lágrimas- não chora não, respira fundo e tenta esquecer tudo, tudo mesmo, sem excessões- fala e eu respiro fundo engolindo o choro- vai, agora levanta, toma um banho, se arruma que eu vou te levar para sair- fala e eu fico confusa
Eu: tô muito afim não Felipe, me deixa quietinha hoje por favor- falo e ele nega com a cabeça
Metralha: vai que eu tô mandando- fala e eu vou contra a minha vontade mesmo, tomo um banho rápido e saio enrolada na toalha, ando até a porta prestes a ir até o meu quarto porém, o Metralha me chama me fazendo parar no lugar
Metralha: tuas roupas estão no closet- fala e eu dou meio volta indo pro closet.

Visto um body preto de girassol, um short jeans escuro e um tênis preto.

 Visto um body preto de girassol, um short jeans escuro e um tênis preto

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 Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo num coque bagunçado, saio do closet vendo o Metralha saindo do banheiro só com a toalha enrolada na toalha, ele passa por mim indo pro closet e eu vou pro banheiro deixar a toalha que eu peguei, pe...

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Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo num coque bagunçado, saio do closet vendo o Metralha saindo do banheiro só com a toalha enrolada na toalha, ele passa por mim indo pro closet e eu vou pro banheiro deixar a toalha que eu peguei, pego o meu celular que já foi descoberto pelo Metralha, e a carteira que o Lucas me deu com meus documentos, um dinheiro que eu tinha guardado e um cartão que ele fez para mim, ele está sendo um fofo, ele e o Pedro aliás.

Saio do quarto e desço para a sala vendo as meninas jogadas no tapete, me sento no sofá e elas me olham preocupadas.

Fernanda: você tá bem Lê? Ele te machucou, ele encostou em você?- pergunta se levantando num pulo
Eu: tô bem relaxa linda- falo e ela senta do meu lado me abraçando
Isabela: qualquer coisa nós estamos aqui viu linda?!- fala e eu confirmo com a cabeça- tá toda arrumada, vai sair?
Eu: Metralha vai me levar para sair- falo e elas dão um sorriso maior que sei lá o que
Fernanda: eu shippo viu?!- fala e eu faço careta me benzendo.

Meu Glorioso PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora