Alguns meses depois...
Dia de ação no asfalto e mulher de bandido fica como? A mil no peito né?! O Metralha já saiu com o Magrim e o Pesadelo do morro, A Valentina tá na casa dos avós e eu aqui na boca ocupando o lugar do boy.
JJ: patroa, tá passando no Datena a ação- fala chegando e eu ligo a TV da boca e fico para na frente da mesma com os braços cruzados na altura do peito.
Bagulho tá doidão, vejo um menó jogando a máscara longe e o Metralha, puta que pariu homem, o que essa porra tá fazendo? O Metralha é jumento? Ele esqueceu que tem uma filha? Oh meu Deus, me dê paciência viu?! Aí Jesus, eu tô passando mal, me segura que eu tô passando mal mesmo, não é brincadeira não.
HL: trás uma cadeira aí que a patroa tá passando mal- fala e me trazem uma cadeira para mim sentar.
Fico encarando a TV atenta a cada movimento do Metralha que agora já está sem a porra da máscara, oh filho da puta, a mãe dele vai infartar junto comigo e com a minha mãe.
HL: toma patroa, come alguma coisa- fala me entregando um salgadinho e eu nego com a cabeça
Eu: eu tô legal, valeu- falo ainda focada na TV
Patrícia: aí cadê o meu homem?- pergunta entrando toda desesperada e eu já reviro os olhos.Essa é doida pelo Metralha e cismou que o Metralha é o homem dela, para começar eu detesto esse termo, "meu homem" porra, bagulho feio, e outra Metralha não tem nada sério com ninguém não, aliás tem, comigo!
Nem dou muito ibope para a Patrícia e continuo focada no jornal, Datena esculachando os moleques e eu só preocupada com os meus irmãos e com o Metralha, do nada, do nada mesmo, tudo fica escuro, apagão geral, puta que pariu viu?! Era só o que me faltava mesmo.Eu: JJ, HL, BP, BIL, NC, VW, TR E DQ, quero vocês fazendo a ronda com o resto dos moleques, o resto quero que fiquem aqui na vigilância da boca, eu tô na sala do Metralha- falo e saio andando com a lanterna do celular até o segundo andar aonde ficam as salas, passo trancando a sala do Magrim e do Pesadelo e vou para a sala do Metralha.
Me jogo na cadeira dele, e fico serinha só observando toda a escuridão que está a sala dele, a sala do Metralha, quando você abre a porta já vem o cheiro do perfume dele misturado com maconha, única droga que ele usa agora, ele me falou que antes da Vale nascer ele usava de tudo, mas aí parou pela pequena, não era o exemplo que ele queria para a filha dele, e eu super concordo com ele, simples assim.
[...]
Saio da boca trancando a porta da sala do Metralha e subo para casa apé mesmo, com a arma na mão já que tô sem nenhum segurança e graças a falta de energia está tudo um breu na rua, entro em casa e já vou trancando a porta, subo as escadas com a ajuda da lanterna do meu celular e já vou direto para o banheiro, abro o armário e já pego uma das velas aromáticas que eu comprei, acendo a mesma com o meu isqueiro e desligo a lanterna.
Tiro a minha roupa jogando no cesto de roupa suja pego o roupão e visto o mesmo o fechando com um nó só, pego a vela e saio do banheiro vendo o Metralha entrando no quarto.Metralha: tá sem luz?- pergunta jogando as coisas dele no criado mudo
Eu: não, não, tá tudo escuro e eu tô com uma vela na mão porquê eu vou fazer um pacto aqui no quarto mesmo- falo irônica e ele me olha sério
Metralha: qual foi? Tá toda grossa agora- fala e eu olho para ele serinha
Eu: que merda que tu tem na cabeça para tirar a porra da máscara?- pergunto e ele esfrega a cara
Metralha: eu não pensei caralho- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: e é numa dessas de você não pensar antes de fazer que os canas descobriram quem é tu, é numa dessas de tu não pensar antes de fazer que tu pode acabar morto cacete, tu acha o que? Que eu me apaguei em tu para acabar sozinha porra? Tu tem uma filha Felipe, uma filha, entende isso caralho- falo estressada e ele confirma com a cabeça
Metralha: dói mal ta legal? Foi mal- fala sentando na cama e eu confirmo com a cabeça
Eu: foi péssimo Metralha, foi péssimo- falo e volto para o banheiro com a minha vela e fecho a porta.Tiro o roupão, deixo a vela na pia e entro no box ligando o chuveiro, tomo o meu banho gelado mesmo, lavo o cabelo e ainda passo um tempo enrolando para sair debaixo da água fria, sinto duas mãos grandes na minha cintura e o Metralha encosta a testa na minha me puxando mais para ele.
Ficamos calados, apenas aproveitando a presença do outro e a água, depois de um tempo eu desligo o chuveiro e abro os olhos encarando o Metralha que continua com os olhos fechados.Eu: como vai ser agora?- pergunto e ele abre os olhos me olhando bem no fundo dos olhos
Metralha: bagulho agora é que eu não pisar mais na pista se não eu rodo, tu tá ligada, vai mudar tudo agora, minha preocupação agora é deixar tu e a Valentina em segurança- fala e eu confirmo com a cabeça encostando a minha cabeça no seu peito.
Eu: e tu?- pergunto e sinto ele dando de ombros
Metralha: eu me viro, o importante é tu e a nossa pequena- fala e eu confirmo com a cabeça- e como tu tá? HL já me passou a visão que tu ficou ruim na boca- fala e eu nego com a cabeça
Eu: mal estar passageiro- falo e ele me puxa mais para ele
Metralha: tu não ta me escondendo nada não né?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: não, fica tranquilo Metralha.

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Meu Glorioso Pecado
Novela JuvenilUma vida... Uma pessoa... Uma garota. Letícia Montenegro é uma garota de 17 anos, cuida do tio que tem problemas com drogas, trabalha dia e noite para conseguir pagar a dívida milionária do tio, mas... Nem todo o seu esforço é capaz de impedir que...