Uma vida... Uma pessoa... Uma garota.
Letícia Montenegro é uma garota de 17 anos, cuida do tio que tem problemas com drogas, trabalha dia e noite para conseguir pagar a dívida milionária do tio, mas... Nem todo o seu esforço é capaz de impedir que...
Entro na casa da minha mãe trancando a porta e já tiro a minha arma da cintura colocando ela em cima da mesa de centro junto com o arquivo da advogada lá. Passei o dia na boca e só vim de manhã para ficar com a Valentina e depois levei ela para a escola e fui para o morro de novo.
Eu: mãe? Tem almoço?- pergunto indo para a cozinha e vejo a minha mãe conversando com a advogada Carol: oi filha, acabei de fazer uma torta- fala e eu continuo olhando para a advogada Eu: o que essa mulher está fazendo aqui?- pergunto e a mulher me olha sorrindo Carol: ela está ficando aqui até tirar o Metralha da cadeia, ela é sua prima Letícia- fala e eu dou de ombros Eu: eu vou pegar as minhas coisas e a da Valentina, vou voltar para casa com a minha filha- falo saindo da cozinha e a minha mãe vem atrás com a outra lá Carol: o que você tem Letícia?- pergunta enquanto eu subo as escadas Eu: eu? Nada, só quero voltar para a minha casa- falo dando de ombros Advogada: e tem um arquivo meu- fala olhando a pasta Eu: não confio em você, e olha, já pode voltar para São Paulo, coloquei uma pessoa de confiança para tirar o meu marido da cadeia, mas obrigada- falo subindo.
[...]
Saio do banheiro enrolada na toalha e vou direto para o closet, visto uma calcinha qualquer, um body todo aberto com estampa de dólares e umas correntes, um short jeans preto e um tênis branco da nike.
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Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo o deixando solto mermo, passo uma maquiagem simples mesmo, só sobrancelha, rímel, liptint e um hidratante labial.
Va: vamos na onde mamãe?- pergunta pulando no meu colo Eu: mamãe tem que resolver uns negócios na barreira, depois a gente sobe para comer lá na lanchonete da dona Lídia- falo e ela confirma com a cabeça.
Deixo a Valentina na cama e prendo o coldre com a minha Glock na coxa esquerda, um punhal com a proteção de lâmina junto, radinho preso no cós do short, celular e carteira no bolso traseiro do short e uma corrente com o nome Metralha escrito, ele que me deu. Pego a mão da Valentina e descemos o morro juntas, lindíssimas mesmo, a minha filha tá toda linda com um vestidinho rosa, um tênis branco e o cabelo solto.
Eu: fica lá com o teu tio- falo apontando para o Magrim que tá na frente de um barzinho que tem no pé do escadão e ela vai correndo até ele.
Termino o meu caminho e antes de olha a mulher na minha frente e olho para trás vendo a Valentina me olhando no colo do Magrim, respiro fundo e olho para a mulher que espera na barreira.
Eu: veio se despedir? Porquê se for isso já pode catar o teu rumo- falo e ela da um sorriso irônico. Pietra: eu vim apenas deixar claro que vou fazer de tudo para tirar o Metralha da cadeia e fazer dele um homem livre- fala e passa a mão na minha corrente- e ele vai ser meu, eu vi ele primeiro Letícia- fala e eu empurro ela dando risada Eu: tá bom, quando a gente se divorciar eu falo que tu é a primeira da fila, mas enquanto isso, acho bom você ficar bem longe de mim, caso contrário eu não vou pensar duas vezes antes de te matar- falo colocando a minha mão em cima da minha arma Pesadelo: ou, paro- fala segurando o meu braço- que história é essa Pietra? Eu te chamei para ajudar não para dar em cima do meu cunhado, agora vai, mete o pé para bem longe daqui- fala e ela sai rindo- tua filha tá bem ali te olhando, te vigia Letícia- fala e sai andando.
Vou até a minha filha pegando ela no colo e subo o escadão lindíssima, vou para a Lanchonete da dona Lídia e coloco a Valentina sentada na cadeira e um vapor já vem até mim.
Vapor: Cobra, patrão mandou avisar que ele já tá com celular lá dentro, de madrugada ele vai te ligar- fala e eu confirmo com a cabeça Eu: vai querer o que neném?- pergunto arrumando o seu cabelo Va: coxinha e coca mamãe- fala e eu confirmo com a cabeça.
[...]
Levanto da cama com cuidado para não acordar a Va e desço com o celular na mão, vou direto para o bar e pego um copo e litro fechado e blue label indo para a área da piscina, deixo o celular em cima de uma mesa e já trato de abrir o litro enchendo o copo, pego uma carteira de cigarro e já trato de acender um cigarro. O telefone toca e eu já trato logo de atender e coloco na orelha ouvindo a respiração do meu marido.
Ligação:
Eu: como você tá?- pergunto de uma vez ansiosa para ouvir a sua voz Metralha: bem melhor agora- fala e eu não posso deixar de sorrir Eu: eu já estou cuidando para te tirar daí- falo e dou uma tragada do cigarro Metralha: eu tô ligado, e a nossa pequena?- pergunta e eu dou de ombros Eu: tá dormindo na nossa cama, ele sente saudade do papai- falo e choro já fica entalado na garganta Metralha: tá chorando?- pergunta e eu dou uma fungada Eu: um pouquinho- falo sentindo as lágrimas pelo meu rosto.
