Não Foi Por Acaso

Capítulo 14

Capítulo 14

"As pessoas estão prestando mais atenção na maneira como agimos do que escutando aquilo que dizemos."
( Max Lucado)

Vinha de um culto às 9hrs. Mas precisei procurar abrigo em uma parada de ônibus,pois chovia forte e estava sem guarda-chuva. Sabia que não ieia dar tempo de chegar em casa antes da chuva,então assim que acabou o culto pedi para um amigo ficar com minha Bíblia,ele morava perto do templo.
Sentei para esperar a chuva diminuir e enquanto esperava observava os trajetos dos carros na avenida,como todos os Domingos ela estava bastante movimentada por eles. Havia um sinal de trânsito de frente ao abrigo onde eu estava e depois de esperar alguns minutos,vi que a chuva demoraria cessar e eu já estava cansado de esperar. Decidi que iria na chuva mesmo,num temporal daqueles minha avó iria começar a ficar preocupada caso eu demorasse muito a chegar,não tinha levado celular,a parte boa era que não iria perdê-lo na chuva,a ruim era que não tinha como avisar a "Dona Elô". A rua estava um verdadeiro deserto,toda a movimentação era dos carros, e quando fiquei de pé para enfrentar a chuva notei uma moça caminhando pela calçada lentamente como se não houvesse uma forte chuva caindo do céu. Quando ela se aproximou um pouco mais, vi que aparentemente tínhamos a mesma  idade, era ruiva,pele clara,não muito alta. Estava com os cabelos soltos e usava uma calça jeans com uma blusa de manga longa preta e um all Star preto com detalhes brancos. Eu não consegui ir embora,continuei de pé a observando. Ela não parecia ter me notado,nem sequer se assustava com as buzinas e os barulhos vindos do trânsito, ela estava muito próxima da rua,na verdade só precisava de um passo. Parou bem de frente da faixa de pedestre,quando  virou para olhar pra frente da faixa,como se fosse atravessar assim que o sinal fechasse para carros, notei que ela estava chorando. Estava a menos de dez passos dela, então pensei em ir perguntar se ela precisava de ajuda pois era só que imagina. Tomei um baita susto quando estava me aproximando e a garota deu um passo para pista quanto o sinal acabara de fechar. Então corri e a puxei pelo braço,para meu peito,em questão de segundos após a ter puxado, um carro  passou em alta velocidade,como se não tivesse visto o sinal fechado (coisa que era impossível de não ser notado) ou fez pelo fato de realmente querer machucá-la.  Nós dois caímos na calçada, acabei machucando o braço mas ela bateu a cabeça no chão e ficou desacordada.

- Oi? Consegue me ouvir? acorda pelo amor de Deus - balançava seu ombro ainda no chão e com ela em meus braços. Mas ela não reagia e eu comecei a ficar preocupado, principalmente quando coloquei a mão em cabeça dela e vi que estava sangrando. - Meu Deus, o que eu faço? - observei que vinha um táxi,então fiz sinal com a mão e o motorista parou, a peguei nos braços, pus ela dentro do carro e pedi que o motorista nos levasse ao hospital mais próximo.

Ao chegarmos desci do táxi e peguei a garota nos braços novamente. Apesar de ter passado o trajeto todo tentando acordá-la,ela continuava inconsciente.
Quando entrei no hospital vi a mãe da Luiza assinando uns papéis no balcão perto da entrada.

- Tia Norah - me aproximo dela com a desconhecida desacordada nos braços. -  ela bateu a cabeça no chão e está sangrando  - digo nervoso.

- Sarah! - se espanta ao reconhece-la - o que aconteceu, Noah ?

- Você a conhece? - perguntei surpreso.

- Eu preciso de uma maca aqui! - diz alto para que alguém ouvisse seu pedido e checou sua pulsação - ela é amiga da Luiza.

Um enfermeiro chegou com a maca e a levou.

- Tinha um garotinho com ela? Ele tem cinco anos e também é ruivo, é o irmão dela. - perguntou.

- Não,ela estava sozinha - estou confuso.

- Ok - pegou o celular no bolso do jaleco. - Você também está ferido - segura meu braço para checar mais de perto - vou pedir que um médico venha dar uma olhada, vai precisar alguns pontos. Eu vou cuidar do ferimento da cabeça de Sarah, tudo bem?