Capítulo 4

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Capítulo 4

"A tristeza não significa que você não confia;significa apenas que você não pode suportar a ideia de outro dia o senhor Jacó ou Lázaro de sua vida. Se Jesus deu o amor ele entende as lágrimas ponto portanto, lamente, mas não lamente como aqueles que não conhecem o fim da história."
(Max Lucado)

No lugar onde ocorria o funeral,estava lotado de familiares e amigos das vítimas,era um lugar extenso e muito bem dividido para que cada família tivesse um pouco de privacidade;eu chorava muito com Oliver em meu colo,não tínhamos conhecidos,nem amigos e muito menos familiares,era apenas eu e ele, então apenas recebemos as condolências de alguns representantes da empresa que passaram poucos minutos ali e logo foram embora.
Já estava quase no fim do velório quando observei que Luíza se aproximava.

- Minhas condolências para você e o Oliver e desculpas por não vir mais cedo,o trabalho não permitiu. - por alguns segundos fiquei sem reação,não esperava vê-la ali.

- Obrigada por vir Luíza, não esperava te ver aqui - disse enxugando algumas lágrimas.

- Prometi ao Oliver que viria quando ele me falou que gostaria muito que mais pessoas viessem ao velório do pai dele - falou apertando com carinho a bochecha do garoto.

- Ele não me falou nada, Obrigada pela gentileza de vir. - sorri fraco então Luiza assentiu com a cabeça e se sentou na cadeira que estava do meu lado. Ela não disse nada,em alguns momentos a vi secar algumas lágrima,em outros ela fazia carinho no Oliver ou mexia em seus cabelos.

No caminho de volta para casa depois do sepultamento, Oliver estava muito exausto e pediu um pouco de colo;acabou adormecendo nos meus braços. Tive a ajuda da Luiza que segurava o Oliver quando eu estava muito cansada.

- Faz muito tempo que você mora aqui em  Prontera?

- Apenas algumas semanas.

- Deve ser difícil morar em um lugar novo e sem familiares por perto.

- Na verdade, não tenho família nem aqui nem em Floreal, minha cidade natal, só tenho o Oliver. Nossa mãe morreu por complicações no parto.

- Nossa, eu sinto muito. Você já passou por momentos bem difíceis.

- Obrigada. Mas pelo visto eles não foram o suficiente. - sorri pequeno e a vi olhando para seus próprios passos vagarosos.

- O trabalho do seu pai que os levou a mudar de cidade?

- Estava em um relacionamento bastante conturbado. Mesmo assim insistia em levar a relação adiante, porém na primeira vez que ele me agrediu cai na realidade,vi que tudo aquilo havia chegado longe demais então coloquei um fim no relacionamento, só depois que descobri as inúmeras vezes que fui traída.

- Que horror,Sarah - me olhou sem acreditar. - Não consigo imaginar o quanto deve ter sido horrível passar por tudo isso.

- Põe difícil nisso. - sequei uma lágrima antes que caísse - Fiquei depressiva e meu pai achou melhor nos mudarmos,recomeçar nossas vidas em outro lugar, então cá estou eu.
- Meu Deus, quantas coisas terríveis já te aconteceram? - pegou Oliver dos meus braços enquanto  falava.

- Incontáveis,a mudança de cidade não foi para recomeçar a minha vida e sim para não desistir dela. Mas já não sei se foi uma boa ideia - falei pensativa. - ao menos lá,eu conhecia os rostos das pessoas.

- O tempo vai te responder isso,Sarah, e Deus é o dono do tempo.

Não Foi Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora