Não Foi Por Acaso

Capítulo 9

Capítulo 9

"Corações bondosos são silenciosamente bondosos"
(Max Lucado)

No dia seguinte pela manhã, levei o Oliver para conhecer a sra. Lora e também meu ambiente de trabalho.
Eram dez da manhã quando cheguei na frente da livraria, notei pela porta de vidro que havia um rapaz de costas para porta,ele estava em cima de uma pequena escada organizando uma das prateleiras mais altas dali,na distância que estava só se notava que era um rapaz alto,de pele clara e com um porte forte,nada mais. Deveria ser o famoso Noah. Planejava entrar pois também esperava encontrar a sra. Lora ali, mas antes de arrastar a porta a ouvir me chamar.

- Olá, Dona Lô - a vi saindo de uma casa próxima a livraria,então lembrei que quando conversamos me contou que morava muito perto dali.

- Não acredito que trouxe o garotinho para eu conhecê-lo - diz enquanto eu e o Oliver nos aproximávamos. - Que prazer conhecê-lo rapazinho - o chamou para um abraço. - Vamos entrar,moro bem aqui,lá dentro podemos conversar melhor.

- Dona Lora, a sra. também tem um Puppy?

- Como? - me olhou confusa.
Sorri antes de explicar a situação
- Oliver quer saber se a sra. tem um cachorro igual ao da Luiza.

- Ah, então você já conheceu o cachorro traquina dela, o nome é um pouco difícil para uma velha como eu lembrar - riu olhando para ele - na verdade não tenho pois sou infelizmente sou alérgica, mas também tenho algo que a Luiza não tem; que são ótimos bolinhos de chuva feitos por mim mesma, você quer provar ?

- Sim,sim!! - depois de alguns pulinhos de alegria a notícia dos bolinhos de chuva, confortaram o Oliver,o fazendo deixar de lado o fato da senhora não ter um cachorro. Seus bolinhos e seu carisma conquistaram sua amizade facilmente. Os dois faziam uma bela dupla.

- Anciosa para hoje a tarde? - o Oliver por alguns minutos a deixou em paz,sem perguntas e nem brincadeiras,saindo de fininho sem que nós notassimos.

- Muito! - esfrengo minhas mãos disfarçadamente na calça jeans que vestia com a intenção de enxugar sua umidade.

- Isso é ótimo. E não precisa ficar tão nervosa. Você dará conta do serviço facilmente, minha querida!

- Darei tudo de mim para isso - não conseguia tirar meu leve sorriso do rosto. -  Vi que tinha alguém dentro da livraria quando passei...- comentei.

- Ah, deve ser o Noah,meu neto do qual falei que fica na livraria durante a manhã e à noite, todo Sábado chega novo estoque e ele é responsável por toda a organização.

- Ah sim, isso explica o motivo dele estar em cima de uma escada. Espera,onde está o Oliver? Oliver! - ele surgiu correndo.

-Sarah, a sra. Lora tem várias plantas no quintal,vem ver - me puxava na tentativa de me guiar até a sua descoberta.

- Não acredito que você mexeu onde não devia,já conversamos sobre isso,Oliver - o repreendi.

- Mas eu não mexi,vem ver é lindo, Sarah. - insistiu.

- Não tem problema - a sra. falou - venha vê-las,amo exibir elas as pessoas - sorriu levantando,então eu segui ela e o Oliver.

Aquele lugar era um paraíso, um jardim lindo com inúmeras flores e todas bem organizadas com plaquinhas indicando suas espécies. Tinham pequenos caminhos entre uma espécie e a outra,era possível passar perfeitamente por elas sem pisa-las. O quintal era enorme e no fundo haviam dois bancos tipo de praça e um pequeno poste com luz entre eles. Era tudo tão perfeito que faltou palavras de elogios para dizer a dona do jardim.

- Nossa,que beleza de jardim,dona Lô - estava um pouco boquiaberta com o que vi - é tudo tão colorido,são tantos tipos de flores,nunca vi nada mais lindo. - sorri .

- Obrigada Sarah, digamos que esse é o meu hobby - sorriu.

- É um ótimo e lindo hobby eu lhe garanto - eu não conseguia tirar os olhos das flores. - Me desculpe pelo Oliver ter vindo ao seu quintal sem permissão - o segurava pela mão - deveria ter prestado mais atenção nele.

- Não tem do que se desculpar, é apenas uma criança e que por sinal provou ser muito educado não mexendo,não é mesmo, Oliver? - mecheu carinhosamente em seus cabelos ruivos. Ele sorriu e assentiu com a cabeça.

- Enfim,sra. Lora, amei a tarde e pelo visto o Oliver também,mas preciso ir, já chegou minha hora. - voltavamos para sala quando me despedi.

- Eu agradeço pela visita e espero que venha e traga o Oliver mais vezes, é um doce de menino.

- Obrigada, dona Lô - sorri do olhar de orgulho do Oliver ao receber o elogio.