Capítulo 17

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Capítulo 17

"Ele ama cada um de nós como se houvesse apenas um de nós para amar"
(Max Lucado)

Não trabalhei na segunda-feira, Luiza conseguiu uma folga e ficou comigo o dia inteiro, levou o Puppy com ela e isso deixou o Oliver super feliz.

- Quem ficou na livraria hoje a tarde ?

- Provavelmente minha vó, ela falou que você pode voltar quando estiver recuperada, Sarah.

- Será que seu primo contou o que aconteceu a ela?

- Não, não, se eu bem conheço o Noah,ele nem mesmo falou que viu você,por falar nele, ele perguntou como você estava. Também está tudo bem com o seu braço.

- O que aconteceu com o braço dele? - perguntei um pouco confusa.

- Ele também se machucou e pegou alguns pontos quando caiu com você. - pega uma xícara no armário.

- Meu Deus - coloquei a mão sobre a boca espantada - foi grave ? Eu não cheguei a vê-lo,eu deveria ter falado com ele.

- Não precisa se preocupar, ele está bem e você terá chance de agradecê-lo quando tiver a oportunidade. Café?

- Aceito - levanto da mesa para ajudá-la.

-Eu a cabeça? - percebeu quando fiz uma leve careta ao tocar no ferimento.

- Tranquilo. Obrigada por cuidar do curativo.

- Não precisa agradecer. Posso levar o Oliver na escola pra você,afinal preciso dá um pulo em casa.

- Seria ótimo. Minha cabeça ainda dói um pouco. - admiti.

- Então combinado.

***
Fui trabalhar normalmente no dia seguinte depois de ter deixado Oliver na escola.Quando cheguei à livraria a sra. Eloise perguntou como eu estava me sentindo e se eu quisesse mais um dia de folga ela daria. Agradeci; mas já me sentia bem. Na verdade precisava ocupar a mente e o meu trabalho na livraria era ótimo pra isso.

No meio da tarde alguém entrou na livraria,usava uma camiseta polo branca,uma calça jeans escura,tênis e uma mochila nas costas,era um homem atraente,com seus cabelos não muito curtos, loiros escuros, perfeitamente desarrumado, tinha pele clara,olhos azuis e um sorriso bastante encantador.

- Boa tarde, em que posso ajudar ? - ele não respondeu de imediato,ficou alguns segundos me olhando e eu não percebi que estava fazendo o mesmo.

- Boa tarde, Sarah. - finalmente disse algo.

- Como sabe meu nome? - indaguei sem jeito.

- Prazer,sou o Noah,o funcionário 1 - Sorriu.

- Oh! O prazer é meu,desculpe não o reconhecer, funcionário 1,ou Noah, não sei como te chamar pessoalmente. - perdia em minhas próprias palavras - Estou feliz em te ver,assim posso te agradecer, não tive a oportunidade a duas noite atrás.

- Não tem problemas e não há de quê - sorriu novamente - como você está?

- Eu estou bem e você? Soube que também se machucou,eu sinto muito.

- Não foi nada,estou bem e feliz que você também esteja. - um silêncio constrangedor surgiu e foi quebrado quando um cliente entrou na livraria.

 - Boa tarde,meu nome é Lucas Gabriel Santos,vim pegar um livro encomendado.

- Claro,só um momento - conferir no computador,e fui subir na escada para pegá-lo na prateleira de cima. O Noah se aproximou me oferecendo ajuda.

- Não, não precisa - respondi sem jeito - já fez muito por mim - na verdade estava preocupada com o seu braço. Subi a escada para pegar o livro,porém ele era calhamaço de mil páginas e escorregou da minha mão, rapidamente pus as mãos no rosto para proteger e me desequilibrei. Eu iria cair se o  Noah que estava bem perto não tivesse me segurado a tempo pela cintura,ele deu um gemido de dor por causa do seu braço e por um segundo eu achei que sua ferida havia aberto por minha causa .

- Ai meu Deus! - exclamei - me desculpa,Noah,me diz que não abriu a ferida - falei preocupada segurando seu braço.

- Não - falou bastante calmo - só doeu um pouco nada demais.
Por sorte também não danificou o livro do cliente que estava bem embalado e que já estava pago; então após abrir na frente do Lucas Gabriel para checa-lo eu o entreguei.

- Isso nunca aconteceu, desculpa! Tem certeza que seu braço está bem? - indago assim que o cliente vai embora da livraria.

- Eu acredito em você. E não ao se preocupe,ele está bem sim - fechei os olhos e respirei aliviada.

- Não deveria estar na escola? - pergunto organizando alguns livros,enquanto ele observava sentado. Não queria que surgisse outro outro silêncio constrangedor.

- Sim, mas minha turma foi a um piquenique com a professora de português. Pude sair mais cedo e resolvi entrar aqui. E como vai seu irmão?

- Ah, compreendo. O Oliver vai bem também, você o viu no hospital,certo?

- Sim, estava em um ótimo sono,não acordou quando a Luiza o colocou em meus braços. Ela disse que eu deveria agradecer por ele estar dormindo,caso contrário iria ter que respondê-lo porque não tenho Puppy.

- Isso é verdade - sorri.

- Preciso ir,vim ver com meus próprios olhos que estava bem. Foi bom conhecer pessoalmente a garota que trocou bilhetes durante a semana.  - sorriu.

- Obrigada por se preocupar,foi muito bom conhecer você também e mais uma vez obrigada por tudo,Noah. - o sorriso dele me deixava sem jeito.

- Não a de quê,Sarah.

Pude respirar aliviada depois que ele foi embora, me sentia totalmente sem jeito perto dele. Desastrada e nervosa. Ele foi embora mas o seu cheiro continuava ali. O perfume dele ficou na minha blusa quando me segurou. Agora eu reconheceria aquele perfume onde quer que eu o sentisse.

Não Foi Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora