Capítulo 23
O ódio aos outros frequentemente é sintoma de uma ferida interna em nós mesmos."
( Mark W. Baker)O barulho da porta e a voz de Gael pararam,cheguei a pensar que ele havia desistido. Mas gritei de susto quando quebrou mais um dos vidros da janela com um soco,do lado de dentro da casa caíram vários cacos de vidros e alguns ensanguentados. - uma sensação de desespero me invadiu e minha respiração pesou,e minhas mãos tremiam assim como todo meu ser. Pensando primeiramente no Oliver,corri até a porta e pus meu peso sobre ela.
- Eu me machuquei,graças a você,está feliz?- gritou e um calafrio subiu pelo meu corpo.
- Sarah, o que está acontecendo,eu estou com muito medo. - soluçava com as mãos nos ouvidos.
- Está tudo bem,meu amor, está tudo bem, olha aqui pra mim. - tiro suas mãos dos ouvidos - Quero que vá para o quarto dos fundos e feche a porta...
- Não,Sarah, eu não vou sem você,estou com muito medo - me interrompeu.
- Oliver, eu vou ficar bem,eu já estou bem - ao observar os cacos de vidro quebrado,notou o sangue no chão,não tirou seus olhos dele. - esse sangue não é meu - seguro seu rosto para que olhe para mim- então agora você vai fazer o que estou mandando,entra lá e fecha a porta, você só pode abrir quando eu mandar, está ouvindo,Oliver ?
-Sim...sim - acenava sem para com a cabeça.
- Agora vai! - ele estava paralisado - vai,Oliver - gritei e então ele correu.
Por nenhum momento Gael parou seus gritos e os chutes na porta, mas mesmo assim não tirei o peso do meu corpo dela. Ele persistiu, e conseguiu quebrar a tranca da porta, então passei a segurar a porta apenas com o peso do meu corpo,eu já estava muito cansada e não aguentava segurar mais. Com a força que Gael se jogou sobre a porta,ele conseguiu abri- lá,me derrubar e entrar na casa.
- Agora podemos conversar sobre o que aconteceu naquela maldita festa, quero falar olhando nos seus olhos,Sarah - Eu estava no chão,então ele se aproximou e me pegou forte pelos dois braços,me sujando de sangue. Estava ofegante e fedia a bebida barata.
- Me solta, eu já chamei a polícia e estão a caminho. - minhas lágrimas estavam prontas para serem livres,mas tentei prende-las o máximo que conseguisse e manter o controle da situação.
- Espero que tenha feito a burrice de chama-los,pois tenho muito o que conversar com eles. - ao acabar de falar, Noah entrou correndo dentro da casa e o puxou pelo ombro, quando se virou no impulso, foi atingido por um soco que o acertou em cheio,ele caiu e só assim me soltou, perdi o equilíbrio mas não cheguei a cair.
- Se encostar mais um dedo nela,será você que precisará da polícia. - exclamou olhando de pés para Gael enquanto ele estava no chão, colocando a mão sobre a ferida que o soco causou em sua boca.
- Você não sabe o erro que cometeu! - tentou se levantar,mas a embriaguez não permitiu, talvez o soco também contribuiu.
- Farei o favor de te levar até a saída- Noah o segurou pelo colarinho da camisa e o arrastou para fora da casa. - Vai embora antes que a polícia chegue e leve você e fica longe da Sarah e do irmão dela. - eles chegaram até o portão - Sei que você não passa de um maluco que não quer vê-la feliz,já que não encontra a sua própria felicidade. Ela não merece uma pessoa como você na vida dela.
- É isso o que ela diz ? -gritou para que eu ouvisse - eu sei que ela não é feliz sem mim,caso contrário porque tentaria se matar - gargalhou.
- Você pode imaginar o que quiser,mas não pode fazer o que bem pensa,ela não é feliz porque você vive a perturbando,caso contrário nem de você ela lembraria mais - Noah tinha fechado o portão e entrou apressadamente para dentro de casa ao meu encontro,deixando Gael do lado de fora com seus chingamentos.
- Eu vou acabar com vocês ! - berrou
Noah correu até mim,que estava sentada no canto da sala,chorando com as mãos nos ouvidos.
- Ei - falou carinhosamente - vem cá,ele já foi embora,está tudo bem agora - tirou lentamente as minhas mãos dos ouvidos e me levantou devagar. Já de pé, não pensou duas vezes e me abraçou,no mesmo instante retribui o abraço - você está machucada ? Seus braços estão sujos de sangue - questionou me afastando um pouco do seu peito,para poder olhar em meus olhos.
- Não é meu, ele se machucou quando quebrou o vidro da janela - soluçava.
- Ok,ok - me abraçou novamente.
Depois de alguns minutos abraçados me senti mais calma.- O Oliver está no quarto dos fundos,pedi para que ele se trancasse lá,preciso avisá-lo que está tudo bem agora. - estava um pouco desorientada com tudo aquilo,pus uma das mãos na cabeça e tentei me controlar.
- Tudo bem,enquanto isso vou limpar o sangue e os cacos de vidros do chão. Mas antes vem aqui. - segurou minha mão e passou os olhos até encontrar o que acreditou ser o banheiro da casa, fomos até a pia e ele começou a limpar o sangue que estava em meus braços enquanto eu apenas o observava. - ele não precisa ver isto,vai pensar que você está machucada. Vou mandar mensagem pra Luiza e dizer que você está fisicamente bem,ela está muito preocupada - explicava enxugando meus braços gentilmente - pronto,agora você pode ir - nosso olhares se encontraram e ficamos assim por alguns segundos.
- Obrigada,Noah. - Ele apenas assentiu.
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Não Foi Por Acaso
RomanceAos 22 anos,Sarah tem uma vida marcada por tragédias,e em meio a elas,a necessidade de mudar da sua cidade natal com o objetivo de recomeçar e deixar o seu passado e tudo que aconteceu nele, para trás. Após enfrentar inumeras lutas,ela deixou para t...