Capítulo 5

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Capítulo 5

"Deus é um Deus bom. [...] Ainda que não entendamos suas ações, podemos confiar em seu coração."
(Max Lucado)

Enfim chegamos em casa e convidei Luiza para entrar.

- Aceita uma água,um lanche ? - perguntei.

- Uma água está bom - respondeu enquanto colocava Oliver deitado no sofá com a cabeça em uma almofada.

-Nem acredito que me acompanhou até em casa,foi muita gentileza sua. - lhe entreguei a água e sentei ao seu lado.

- De qualquer forma eu também voltaria para Prontera hoje,então foi bom ter uma companhia. E se meu carro não houvesse quebrado a alguns dias atrás,não tínhamos passado tanto sufoco naquele ônibus.

- Vim o caminho todo falando sobre as tragédias da minha vida - sorri sem jeito,relembrando uma frase que meu pai sempre falava " quando você tem quem lhe escute em um momento difícil,esse momento se torna menos insuportável" - me fala um pouco sobre você, sei apenas o seu nome e onde trabalha e que é a pessoa mais gentil que encontrei na cidade.

- Ah, não tenho muito o que falar de mim - um discreto sorriso surgiu em seu rosto - eu sou filha única,tenho vinte e quatro anos, a minha mãe é médica e se chama Norah nós trabalhamos no mesmo hospital,o Hospital Esperança. Meu pai se chama Guilherme, ele é empresário e vive viajando,então na maioria do tempo é sempre apenas eu e minha mãe,tenho uma avó que amo muito e a considero como uma segunda mãe,seu nome é Cora .  Eu amo muito meu trabalho pois sempre foi um sonho ser enfermeira,ah- levantou seu dedo indicador- sou solteira e moro com minha mãe,bom...acho que é isso - deu mais um leve sorriso.

- Você deve amar muito sua família,seus olhos brilham quando fala deles - imaginei o quanto seria divertido ter uma casa cheia,ou melhor...uma família completa.
-Eu realmente os amo. E tenho orado por você e pelo Oliver- faz carinho gentilmente em sua perna - não consigo imaginar sua dor mas sei que Deus tem o consolo que precisa.

- O Oliver gostou bastante de você,e olha que ele não curte muito enfermeiras nem médicos,na verdade ninguém que segure seringas. Ele falou que apesar de você não ser criança sabe brincar muito bem - acariciei os cabelos dele.

- Oliver é um garoto maravilhoso. Eu -

O telefone da Luiza tocou interrompendo o que ela falaria em seguida.

- Oi,mãe, estou na casa de uma colega mas já estou indo pra casa, já acabou o plantão? Nossa,eu esqueci completamente...a que horas ele chega?... Não se preocupe não estou muito longe de casa vou pegar um táxi e chegarei o mais rápido que posso,beijos - desligou o celular - Sarah desculpas mas tenho que ir - levantou enquanto se "justificava" - esqueci que meu pai chega de viagem hoje depois de quase três semana fora; pode me dar um papel e caneta? vou te deixar meu número, você pode me ligar sempre que quiser. Amei te conhecer apesar de não ser em boas circunstâncias.

- Obrigada, Luiza. Foi ótimo de conhecer e mais uma vez obrigada por toda a ajuda - ela foi embora às pressas depois de me abraçar e beijar o Oliver.

- Quem era,Sarah? - Ouço a voz do meu irmão assim que a porta é fechada.

- Era a Luiza,e que bom que acordou,assim posso te dar um bom banho - beijei sua testa.

Não Foi Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora