II - Revenge

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Depois de me vestir e armar, fui até o saguão principal do Palácio. Meu pai já esperava.

Era estranho vê-lo vestido em roupa de batalha, sem as roupas finas do Grão-Senhor, era estranho vê-lo armado, acho que a última vez tinha sido na guerra.

Se ele estava daquele jeito, a carnificina que seria...

— Qual é o limite disso? — Ousei perguntar.

— Quer ter um limite? Eles tiveram? — Ele retrucou.

— A Senhora da Corte Primaveril. Ela não teve nada a ver com isso pai. Sabe que não. — Argumentei, não queria mais mortes injustas.

— Não tocamos nela. Não somos esse tipo de macho, prometo. — Ele disse. — Vamos atravessar para a fronteira, de lá seguimos a pé.

Assim fizemos, logo que chegamos a fronteira, iniciamos uma caminhada longa até a mansão. Cada passo pesava. Em cada passo eu pensava nos lindos rostos de minha mãe e minha irmã enfiados de qualquer jeito naquela caixa.

Lembrei do vazio que se instalou em meu coração desde que Devlon me levou até aquela caixa.

Lembrei das asas que elas tanto amavam e agora estavam pregadas em algum lugar naquela mansão como dois troféus.

Depois de uma boa caminhada, chegamos a casa. Naquele momento silenciosa, a não ser pela chuva pesada que havia começado a cair.

Poucos guardas rondavam o local, foi rápido controlar as suas mentes para que deixassem a entrada desprotegida.
Assim que entramos, nos separamos.
Encontrei os dois irmãos de Tamlin em uma sala de jogos.

— O que faz aqui seu desgraçado? Onde estão os guardas? — Vociferou um deles.

Os dois já se levantando e pegando adagas.

Como se tivessem chance. Não com toda a fúria se contorcendo dentro de mim.

Aquelas adagas que eles agora empunhavam contra mim, poderiam ter sido usadas para matar minha mãe e minha irmã, para arrancar suas asas e separar as cabeças de seus corpos.

Eu poderia mata-los apenas com a essência daquele ódio.

Mas não, isso seria muito rápido, eles não mereciam uma morte rápida.

Dei um meio sorriso que fui treinado a transparecer, quando tomei a mente de ambos.

As adagas que seguravam caíram no chão. Seus rostos ficaram pálidos imediatamente. Seus corpos inertes.

— Isso, é por minha mãe e minha irmã. Duas vidas inocentes que vocês tiraram. — Disse ao desembainhar a espadada.

Os dois ficaram inertes enquanto eu os cortava. Não eram cortes limpos, não mesmo. Eles não se mexiam, não gritavam, mas sentiam toda a dor. Eu fiz questão disso. Por que eles haviam as deixado sentir toda a dor.

Quando terminei, eles eram pouco mais que retalhos.

Sai ao encontro do meu pai, quando entrei no que parecia o corredor dos quartos, sangue já escorria.

Quando entrei em um dos quartos, o Grão-Senhor da Corte Primaveril estava morto, sangrando no chão.

E na cama, a Senhora sangrava com a garganta aberta.

Ela era parceira de um monstro, mas...

Ela era inocente. Ela pagou pelo erro de outras pessoas. Ela pagou pelo erro de outras pessoas como minha irmã e minha mãe havia pagado.

Ele prometera não tocar nela, prometera, disse que não éramos aquele tipo de macho...

Mas ele ainda a matou, e se meu pai não estava mais lá... Tamlin, era o único que restava.

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora