XXXI - "Semantics"

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Quase tudo o que poderia dar errado nas ultimas horas na Corte Estival tinha dado errado.

Quase tudo, afinal tínhamos todos saído vivos... e com o Livro.

Mas Amren e Feyre quase tinham morrido.

Por uma pequena linha tecida no destino, Feyre com sua bondade tinha ajudado uma sereiana, e agora, isso tinha sido retribuído por suas irmãs. Por pouco, muito pouco.

Mas pelo inferno abaixo, tínhamos feito uma bagunça enorme.

E eu tinha ferido inocentes.

Não que eu nunca tivesse feito isso, tinha ferido e matado muitos inocentes durante os anos Sob a Montanha, mas mesmo assim, não me sentia nada bem com aquilo. Eu poderia ter encontrado outra forma... poderia.

E eu tinha roubado. Roubado de Tarquin, que parecia uma bom Grão-Senhor, que tinha boas ideias.

Que tinha sido um dos únicos a querer ser meu aliado, talvez até meu amigo. E eu roubei dele.

Roubei, feri seu povo e saí sem dizer uma palavra sequer, ou melhor, fugi sem qualquer explicação.

Eu estava perdido nos meus pensamentos no terraço, a luz do Sol logo iria embora e enfim as estrelas surgiria no céu, quando Az pousou ali.

Ele tinha uma caixa em mãos.

— Chegou a pouco na Corte dos Pesadelos. — Ele disse ao me entregar.

A caixa de madeira tinha uma adaga madrepérola na tampa. Era da Corte Estival. Eu já sabia o que era.

Abri a caixa, me deparando com três grandes Rubis. Rubis de sangue. Três promessas de morte.

Deuses.

Az não disse nada.

— Sabe o que é, não sabe? — Perguntei a ele.

— Abri a caixa antes de trazer, para saber se não era alguma armadilha, ou tinha algum risco. — Respondeu.

Fechei a tampa, jogando a caixa na mesinha ali. Fechei os olhos por um segundo, respirei fundo e então me dirigi a Az.

— Coloque seus espiões em alerta, para sabermos se a Corte Estival vai tentar nos atacar. — Instruí.

Az acenou em concordância e se lançou aos céus.

Ah, muita gente deveria querer me matar, então isso agora era apenas oficializado.

Mas agora também havia uma promessa pela vida de Amren.

E pela vida de Feyre.

🌌⭐🌌

Eu já estava com alguns copos de bebida no corpo, não bêbado, eu tinha uma certa resistência para isso depois de 500 anos com muitas noites enchendo a cara com Az e Cass.

O sol começava a se pôr, pintando o céu de Velaris.

E eu tinha roubado e ferido o povo do único Grão-Senhor que tinha me dado o benéficio da dúvida. E então eu provei a ele que era exatamente o que diziam sobre mim.

Isso não parava de rondar minha mente.

Foi então que ouvi passos leves, querendo se passar despercebido, e então aquele cheiro que sempre me despertava, mas... merda, hoje tinha sido um belo dia de merda.

Ela então pigarreou, chamando a atenção.

— Eu sei que você está aí. — Eu disse a Feyre.

— Se quer ficar sozinho, posso ir.

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora