XXI - "face it"

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O que se seguiu após a semana que Feyre esteve aqui, foram intermináveis dias de tensão e trabalho.

Hybern, os illyrianos, a Cidade Escavada, o retorno das atividades mercantis de Velaris.

Tantos problemas, tantos afazeres, intermináveis reuniões.

E ainda assim, eu a procurava todos os dias pelo laço.

Porque Feyre tinha conseguido me manter afastado pelos seus escudos mentais. Porém, mesmo com eles erguidos, eu deveria senti-la. E tudo que eu sentia era um monte de nada.

Feyre não sentia nada. Não sentia alegria. Não sentia raiva. Apenas... nada.

Como se alguma coisa a impedisse de sentir.

Aquilo me enlouquecia. Pela Mãe, eu queria tanto conseguir ajuda-la a se recuperar.

Já devia se passar da meia noite e eu debatia os relatórios que Az havia acabado de trazer quando um sentimento ruim me atingiu.

Angústia, desespero e então...

Medo. Puro medo.

E não era meu, era de Feyre.

Então lampejos.

Dela, de Tamlin.

E da porra do escritório da Mansão Primaveril destruído. Completamente.

Tamlin havia explodido o escritório com Feyre lá dentro.

Verifiquei para ver se Feyre estava bem... ela não tinha se machucado.

Porque ela mesma havia conjurado um escudo em torno de si, por puro extinto de sobrevivência. Pelo menos ela não havia se machucado fisicamente.

Ele poderia tê-la machucado, tê-la matado.

O filho da puta poderia ter matado Feyre, depois de ela ter morrido por ele.

— Rhys? Rhys? — Az me chamou.

Quando me dei conta, minhas asas tinham rompido pelas minhas costas, e as sombras do meu poder tomavam a sala.

Merda, eu odiava me descontrolar assim. Azriel me olhava com preocupação, nunca com medo, minha família nunca teve medo de mim, e eu os amava ainda mais por isso.

— Tudo bem? O que aconteceu? — Az questionou.

— Nada. Um dia de merda como todos atualmente. — Respondi. — Vá, descanse, está espionando por dias, precisa de descanso.

Não deixei Az responder antes que eu atravessasse para meu quarto.

🌌⭐🌌


Os dias foram passando. Até chegar novamente o dia em que eu poderia cobrar o acordo de Feyre.

Eu não queria, mas ela parecia consumida de culpa, luto, desespero e vazio. E mesmo com escudos mentais, muitas vezes eu acordava com seus pesadelos.

Eu precisava saber se ela estava bem. Precisava... tentar ajuda-la de novo.

Atravessei para a Corte Primaveril, furando as proteções que Tamlin tinha sobre a casa, ainda era cedo.

Tamlin sentiu minha chegada imediatamente quando atravessei para o corredor dos quartos.

Por um segundo, um lampejo daquele local ensanguentado me atingiu. Mas então foquei no Grão-Senhor em minha frente.

— Como entrou aqui? Dê um fora da minha casa Rhysand! — Grunhiu Tamlin.

— Péssimos modos para um Grão-Senhor, Tamlin. — Provoquei com um meio sorriso. — Mas não se preocupe, não vou demorar, apenas vim buscar Feyre para nossa semana juntos. Onde ela está aliás?

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora