XXIV - "We don't bite. unless you ask."

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Eu esperava Feyre no terraço, enquanto observava a noite sobre Velaris.

Um jantar com o Círculo Íntimo. Que a Mãe me ajudasse. Sabe-se lá qual seria a impressão de Feyre sobre eles.

Então ela apareceu no terraço. Linda, completamente linda com um vestido nas cores e estilo da Corte Noturna.

Mas ainda sim, com as marcas de todo o sofrimento. O rosto magro e triste, os olhos profundos.

— Bom, se está pronta, está em nossa hora. — Eu disse e então deixei que minhas asas viessem a tona e então estendi a mão para Feyre.

— Vamos... voando? — Ela perguntou.

— Sim. — Respondi.

— De jeito algum. — Ela protestou.

Ah Feyre, por favor eu não esperava esse empasse. Apenas cruzei os braços e mexi minhas asas.

— Não. — Ela insistiu.

— A Casa do Vento é protegida para que pessoas não atravessem para dentro dela... Exatamente como esta casa. Mesmo contra Grão-Senhores. Não me pergunte por que ou quem fez isso. Mas a opção é subir os dez mil degraus andando, o que eu realmente não quero fazer, Feyre, ou voar até lá. — Lhe lancei um sorriso. — Prometo que não a deixo cair.

— O vento vai levar meu vestido embora. — Ela tentou argumentar.

Apenas sorri mais. Coisa errada a se dizer Feyre...

— Vou de escada — Ela declarou, fervilhando e seguiu para a porta.

Estendi minha asa, bloqueando o caminho.

— Nuala passou uma hora fazendo meu cabelo. — Ela insistiu.

Curvei minha asa a trazendo para perto de mim, o cheiro de Feyre me atingindo, me entorpecendo. Deuses, era tão difícil tê-la ali tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe de mim.

— Prometo que não vou deixar que o vento destrua seu cabelo. — Automaticamente, minha mão se ergueu quase tocando um  dos cachos de seu cabelo, mas meu bom senso por sorte me parou a tempo.

— Se preciso decidir se quero trabalhar contra Hybern com você... com seu Círculo Íntimo, não podemos simplesmente... nos encontrar aqui? — Ela perguntou.

— Já estão todos lá. E, além disso, a Casa do Vento tem espaço bastante para que eu não tenha vontade de atirar todos da montanha. — Respondi. Ah, eu esperava que eles cooperassem.

— Quer dizer que esta casa é pequena demais e as personalidades deles, grandes demais, e você está preocupado que eu perca a cabeça de novo. — Ela argumentou.

De certa forma sim, eu estava preocupado com isso também, não que eu culpasse Feyre por aquilo, mas ela não poderia me culpar por fazê-lo.
Minhas asas a aproximaram mais de mim.

— E se estiver?

— Não sou uma boneca quebrada. — Ela afirmou.

— Eu sei que não é. Mas isso não significa que vou atirá-la aos lobos. Se falou sério sobre querer trabalhar comigo para manter Hybern longe destas terras, manter a muralha intacta, quero que conheça meus amigos primeiro. Decida por conta própria se é algo de que pode dar conta. E quero que esse encontro aconteça de acordo com meus termos, não quando eles decidirem fazer uma emboscada nesta casa de novo.

— Eu não sabia que você sequer tinha amigos. — Provocou.

É Feyre, eu tenho. Uma família, sei que é difícil de acreditar e as vezes eu acho que eu não os mereço, mas eu tenho.

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora