XXVIII - There are a lot of things I want to do that I can't.

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Então como havia dito a Feyre, a noite saímos pra o jantar.

Feyre se mantinha um pouco atrás de nós cinco, em silêncio, apenas observando.

Não quis me intrometer ainda mais quando eu a olhava vez outra, seus olhos pareciam brilhar.

Ela observava cada detalhe de maneira diferente ao que parecia. Seu olhar, era muito diferente daquele que eu vi quando visitamos a cidade pela primeira vez no dia em que ela havia chegado a Corte Noturna.

Não, aquele primeiro dia Feyre ainda estava fechada para aquele novo mundo. Fechada para o que ela poderia viver. Mas agora... era como se aquela carta tivesse cortado a amarra final que ligava Feyre a Tamlin.

E eu não poderia estar mais aliviado de ver ela, aos poucos, voltando a vida.
Ainda seria um processo longo... mas ela evoluía aos poucos. E eu torcia por isso com tudo que eu era.

Chegamos então ao restaurante de Sevenda.
Era o meu favorito a séculos. Claro, eu não poderia dizer isso, não seria uma boa imagem para o Grão-Senhor definir algo assim mas... a comida que ela preparava era divina.

Ela nos cumprimentou e logo que nos sentamos a mesa foi abastecida com bandejas de comida e garrafas de vinho. Como sempre, estava perfeita.

Feyre comia aos montes. Alívio tomando conta de mim ao me lembrar daquela mulher tão magra e palida que havia chegado na Corte Noturna. Feyre já tinha agora uma aparênciaum pouco mais saudável, mais viva.

Sevenda sentou-se ao meu lado para discutir algumas coisas sobre os preços das especiarias... o comércio tinha ficado muito afetado depois de Sob a Montanha, ainda trabalhávamos para estabelecer a ordem novamente.

— Os mercadores estavam dizendo que os preços podem subir, Grão-Senhor, principalmente se os boatos sobre o despertar de Hybern forem verdadeiros.

— Encontraremos uma forma de evitar que os preços subam muito. — Garanti a ela.

É claro, eu não podia me preocupar apenas com Hybern, ainda precisava garantir a qualidade de vida do meu povo.

— Não se preocupe, é claro — Disse Sevenda — É só... é tão bom ter tantas especiarias disponíveis de novo... agora que... as coisas estão melhores.

— Eu não me preocuparia tanto... não quando eu gosto tanto de sua comida.

Ela sorriu e então se voltou para Feyre.

— Está do seu gosto?

Feyre observou a mesa, os pratos e então...

— Vivi no reino mortal e vivi em outras cortes, mas jamais provei comida assim.
Comida que me faz sentir... desperta.

Eu quase vomitei sobre a mesa... alívio, puro alívio em ver Feyre parecendo estar viva finalmente.

Desperta, assim como ela tinha dito, desperta para o mundo.

Ela tinha dito mais cedo que Velaris não era sua casa, mas... eu sabia que mesmo que ela negasse, aquela cidade, sua vida, estava a ajudando, como eu sempre soube que faria.

— Então, vou trazer uma sobremesa especial — disse Sevenda indo até a cozinha.

E todo aquele sentimento deveria estar ridiculamente estampado em minha cara, já que Feyre me olhou arqueando as sobrancelhas.

Apenas sorri para ela e me atentei na história que Mor contava.

Mas meu peito ainda era uma mistura de sentimentos e todos eles tinham um nome desde que eu a vi naqueles sonhos...

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora