XVII - "Welcome back"

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A porta se abriu com um baque, e antes que eu pudesse registrar, eu tinha uma parede de músculos se chocando contra mim em um abraço.

Cassian.

— Pela Mãe, pela Mãe. — Ele dizia gargalhando e chorando enquanto me abraçava. — Você voltou, você voltou Rhys.

Eu ainda tentava me acalmar. Mas o choque já passava um pouco agora que eu finalmente revia minha família. Minha parceira estava do outro lado de Prythian com uma das pessoas que eu mais odiava no mundo, mas era isso que ela queria. Então eu não interferiria.

Eu finalmente estava com minha família. Eu teria que focar nisso.
Eles mereciam isso.

— Sim irmão. Eu voltei. — Disse forçando um sorriso.

Cassian me soltou apenas para que Az me abraçasse forte o suficiente para doer. Cinquenta anos separados. Cinquenta anos longe deles.

— Bem vindo de volta irmão. — Ele disse se afastando para olhar em meus olhos e apertando meu ombro. Az não era o tipo de pessoa que demonstrava sentimentos, mas seus olhos estavam carregados com lágrimas não derramadas e um raro sorriso de alívio pairava em seu rosto.

— É bom estar em casa. — Respondi.

Enquanto caminhávamos para a sala, os dois se colocaram um em cada lado meu, com os braços sobre meus ombros como se eu fosse desabar a qualquer momento.

E não estavam errados. O peso reconfortante em me lembrava que finalmente eu estava em casa.

Me sentei no sofá, Cassian ao meu lado, os outros também se acomodaram.

Antes que qualquer um pudesse dizer algo, a porta se abriu novamente.
Mais rápido do que eu já havia a visto, Amren entrou na sala.

Ela parou a minha frente. Surpresa naqueles olhos que eram literalmente de outro mundo.

— Bem Vindo de volta Grão-Senhor. — Ela disse sorrindo e curvando a cabeça em uma pequena reverência.

Aquilo vindo de Amren já era como um abraço caloroso.

Acenei de volta sorrindo.

Amren se alojou em uma poltrona ali.

Todos me olhavam. Esperando. Esperando para ver o que tinha acontecido comigo durante quase cinquenta anos longe.

Eu estava destruído, cansado, exausto. Por pouco não tinha desmoronado e se Feyre estivesse morta agora... bem talvez eu estivesse morto também.
Mas eles tinham me esperado por quase cinco décadas. Eles estavam aqui, seguros. Velaris pelos sons e aromas que invadiam a casa, estava bem e segura.
Eu usei máscaras minha vida toda, usar essa nova máscara para eles, de que eu estava bem. Eles mereciam isso, meu povo merecia isso. Eu tinha que estar bem para concertar tudo o que poderia estar errado na Corte Noturna depois de tanto tempo afastado e para lidar com as ameaça que eu sabia que estavam vindo.

Observei a sala, exatamente igual a como eu havia deixado como se...

— É como se o tempo tivesse congelado. — Eu disse. — Está tudo absolutamente igual.

Menos eu. Nada em mim era igual... acho que jamais voltaria a ser.

— Não mudamos nada de lugar. — Azriel disse.

— Você disse que era para te esperarmos, nós esperamos Rhys. Mesmo quando... — Mor engoliu em seco, uma lágrima caiu de seu olho. — Mesmo quando nos disse que Amarantha o tinha aprisionado, nós te esperamos, dia após dia.

Eu sequer conseguia ter uma resposta para aquilo.
Cassian deve ter lido a expressão em meu rosto quando apoiou a mão em meu ombro.

— Conte... conte o que aconteceu Rhys. —  Cassian pediu.

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora