III - The court of dreams (pt 1)

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Depois de tomar um banho quente e colocar roupas limpas, atravessei até o Palácio nas montanhas e fui diretamente até o escritório do meu pai. Eu nunca consegui entrar antes devidos aos feitiços, mas o poder dele agora era meu então a magia respondia a mim.

Pensar em minha irmã e minha mãe ainda doía, ainda doía tanto, eu poderia muito bem gritar por dias, até ficar sem voz.
Então aquilo, tomar conta da Corte, me situar do que estava acontecendo, me distraia, pelo menos um pouco, era um propósito para que eu não me destruísse.

Meu pai podia ser um desgraçado, mas era organizado, não havia como negar.
Listas dos acordos comerciais, das finanças, funcionários, soldados, armamento e compromissos... essa última era a que eu mais procurava.

Ali, estava marcado para dali em uma hora uma pequena reunião, justamente com quem eu queria falar.

Azriel.

Meu irmão, que meu pai havia designado para espionar e fazer o trabalho sujo para ele. Devia ser uma reunião para repasses de informações antes de ele mandar Az para longe novamente.

Esperei até a hora certa e atravessei até o local.

Pouco tempo depois Az chegou. Um pequeno e raro sorriso surgiu em seu rosto.

- Rhys? O que faz aqui? - Ele perguntou me abraçava, fazia meses que não nos víamos. - Eu tenho uma reunião com seu pai em alguns minutos, ele vai te matar se o vir aqui.

- Tem uma reunião com o Grão-Senhor certo? - Perguntei a ele.

- Sim Rhysand, seu pai, o Grão-Senhor. Os illyrianos o enlouqueceram? - Az questionou.

- Se sua reunião é com o Grão-Senhor, creio que eu estou no lugar certo. Meu pai está morto Az, desde essa madrugada, eu sou o Grão-Senhor da Corte Noturna. - Expliquei.

Havia espanto na expressão de Azriel, ele então se curvou.

- Pela Mãe Az, se levante. Você é meu irmão. - Disse a ele.

- E você é o Grão-Senhor. Como? Você... você o matou? Como sua mãe e sua irmã estão? - Ele perguntou.

Percebi que Az não fazia ideia de nada. Estava fora até aquela manhã ele não fazia ideia.

Indiquei as pedras grandes que haviam próximas a nós.

- Acho melhor a gente se sentar. - Falei.

Então contei, sobre Tamlin, sobre minha mãe e irmã, sobre a noite na mansão.

Ele estava tão quieto. Azriel já era assim, mas agora, algo pesado se instalava nele. O peso que eu estava lutando para manter ao menos um pouco afastado.

Minha irmã tinha sido uma irmã para ele também, assim como minha mãe tinha cuidado dele como cuidara de mim.

- Eu... nem sei o que dizer Rhys. - Ele disse olhando em meus olhos. - Se você quiser que eu vá e termine o trabalho com Tamlin, é só me dizer.

- Não. - Eu disse desviando o olhar para longe. - Chega de morte. Chega disso. - Então me voltei para o meu irmão. - Só quero que diga que continuará trabalhando comigo. Preciso de pessoas de confiança comigo e há um número limitado delas. Você é meu irmão Az, e quero você ao meu lado. E sei que é o melhor Espião que Prythian poderia ter.

- Está exagerando. - Ele disse.

- Não, não estou. Quero que seja o Encantador de Sombras, quero que seja o Mestre-Espião da Corte Noturna. - Falei.

- Rhys.. - Ele começou, sabia que negaria.

- Azriel, tem muitas pessoas que me odeiam, que vão querer me derrubar, eu não posso confiar em ninguém. Mas confio em você. Quero que selecione os melhores espiões, os que você confia, e quero que os comande, que os coordene. Você é o único que eu confio para isso. - Eu disse firme, olhando em seus olhos.

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora