XXXII - It's just your body reacting...

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Os últimos dias tinham sido um estressantes ao extremo.

Ainda mais depois de falarmos com as Rainhas Humanas.

Depois de perceber que teríamos que sacrificar um segredo de milênios para podermos ter um futuro.

Ninguém estava feliz com isso, muito menos eu. Mas elas queriam um prova.

Eu também havia enviado uma outra carta. Quase um apelo, pelo bem de Prythian, dos Humanos. Pela mulher que eu amo.

Eu esperava que isso ajudasse.

A única coisa que não me fazia enlouquecer era Feyre. Todos os pequenos momentos, as brincadeiras e provocações, eram o suficiente para deixar o dia mais leve, deixar tudo isso mais suportável.

Era um alívio para mim todo dia ver ela se alimentando direito, notar que seus pesadelos diminuíam, ver ela treinando com Cassian, rindo com Mor, se enturmando com nossa família.

E a cada pequeno olhar, pequeno gesto de Feyre para mim, eu me enchia de felicidade. Ela parecia a cada dia confiar mais de mim, e eu poderia ousar dizer que ela gostava um pouco mais de mim a cada dia.

Tempo... com o tempo talvez as coisas pudessem mudar... com o tempo.

Eu eu poderia esperar mil anos se Feyre quisesse. Eu a esperaria mil anos se fosse necessário.

Mas agora, tínhamos um compromisso que não animava a ninguém.

A Corte dos Pesadelos.

E animava muito menos o papel que eu teria que pedir para Feyre desempenhar.

Colocar Feyre novamente sob uma montanha, em uma posição como aquela...

Eu me perdia em meus próprios pensamentos quando ela chegou da Cidade.

Ela analisou meu rosto, vi meus pensamentos nele.

— O que foi?

— Estou pensando em pedir que você fique aqui amanhã. — Confessei.

Ela cruzou os braços.

— Achei que eu iria. — Ela disse parecendo desapontada.

Eu lia em seu rosto, quase um pedido para que não a afastasse disso, não trancasse...

— O que preciso ser amanhã, quem preciso me tornar, não é... não é algo que quero que veja. Como tratarei você, tratarei os demais...

— A máscara do Grão-Senhor

— Sim. — Me sentei na base das escadas.

— Por que não quer que eu veja isso?

— Porque você acabou de começar a me ver como se eu não fosse um monstro, e
não suporto a ideia de nada do que verá amanhã estar sob aquela montanha, colocar você de volta naquele lugar onde a encontrei. — Disse o que tanto me angustiava.

— Me deixe ajudar. Como eu puder. — Ela insistiu.

— O papel que precisará interpretar não é agradável.

— Confio em você. — Ela disse e deuses, como ouvir aquilo me fez bem. Ela então se sentou ao meu lado. — Por que Mor parecia tão perturbada quando foi embora?

Minha prima odiava aquele lugar assim como todos nós, mas ela tinha muito mais motivos para odia-lo.

Eu sabia que ela não se importaria que eu contasse a Feyre.

— Eu estava lá, na Cidade Escavada, no dia em que o pai declarou que Mor seria vendida em casamento a Eris, o filho mais velho do Grão-Senhor da Corte Outonal. Eris tinha a reputação de ser cruel, e Mor... me implorou para que eu não deixasse aquilo acontecer. Apesar de todo o poder, de ser tão selvagem, ela não tinha voz, não tinha direitos para aquela gente. E meu pai não se importava muito se os primos usassem as crias como animais de reprodução.

A Corte do Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora