Camila Cabello | Point of View
Estava com Tatum e DJ escrevendo o relatório sobre a invasão, sempre nos juntamos para escrever, pois se um
esquece algum detalhe o outro complementa.— Cabello... – Olivia entrou na sala. — O chefe espera você.
— Obrigada. – Sorrindo ela deixou nossa sala. — O que será que houve?
— Espero que ele nos elogie pela missão, pois ela não vai sair da minha cabeça nunca mais. – Tatum falou e eu assenti.
— Se foi torturante para nós, imagine para elas.
— Nem me fala. – Dinah exclamou. — Eu sonhei com aquele cheiro. Na verdade, acho que estou fedendo aquele lugar ainda.
Eles seguiram o diálogo e eu caminhei até a sala de Michael Fassbender, mais conhecido como chefe. Bati na porta e entrei.
— Com licença, Chefe.
— Bom dia, Cabello. Parabéns pela missão e não imagina quantos elogios eu recebi por vocês terem ajudado mesmo depois de terem feito a parte de vocês. Mas... Você não vai aceitar a proposta deles, vai?
— Claro que não, Chefe. Eu amo a nossa corporação, nunca a deixaria. Só quando me aposentar.
— Perfeito, Cabello, mas... Eles realmente estão empenhados em você.
— Eu não vou sair daqui. Fique tranquilo.
— Bom... Eles conseguiram uma autorização com o secretário, querem você e mais um ou dois agentes de sua preferência para dar um reforço no galpão das mulas. Fica em Tampa... Quatro horas de viagem. Podem ir com nossa van e armamento pesado.
— Mas nós...
— Ordens, Cabello. Precisam de escolta lá, pois a vigilância lá deve estar pesada agora. E eles acham que você está bem inteirada ao caso e será de grande valia.
— Tudo bem, estamos terminando o seu relatório, partimos a noite.
— Ótimo. Se cuidem e me mantenham informados. – Assenti e sai lá, falando com DJ e Tatum sobre nossa viagem.
×××
No final da tarde, resolvi passar no hospital e ver como as meninas estavam. A maioria foi liberada para seus países e darão o testemunho por vídeo. A menina que quebrou a pélvis estava se recuperando bem, conseguiram encontrar a família dela.
Cheguei ao quarto de Lauren e quando abri a porta, ela pulou, sentando na cama e arregalando os olhos.
— Me desculpe. Eu tento ser cuidadosa.
— Você não tem culpa. – Ela se recostou.
— Como se sente?
— Estranha, mas acho mágico ter água limpa disponível sempre que tenho sede. – Falou assim que ergueu o copo que estava ao lado de sua cama.
— Recebe alta quando?
— Minha avaliação com a psicóloga é amanhã. E as outras meninas?
— A maioria está nas casas com os pais. Vão dar depoimentos por vídeo. – Ela assentiu. — Eu sou da SWAT, como você já sabe, mas me convidaram para ir hoje ao galpão que ficam as mulas. As crianças que saiam de lá eram levadas para tampa.
— Meu filho está lá?
— Eu não sei, mas é possível. Você pode me falar como ele é? – Ela mordeu o lábio e parecia pensar.
— Parecido comigo, tem uma cicatriz com um D atrás da orelha.
— Como?
— Duhamel marcou o primogênito dele.
— A podridão desse cara ultrapassa qualquer lógica.
— Você não faz ideia. – Ela começou a chorar e eu tirei um lenço do bolso para entregar a ela, mas quando estendi minha mão, ela se afastou e gritou, uma enfermeira correu para o quarto.
— Desculpe, é só um lenço... Não vou machucar você. – Falei e deixei o lenço perto dela.
— Está tudo bem aqui? – A enfermeira perguntou a Lauren e ela assentiu.
— Foi involuntário.
— Tudo bem, eu entendo. – Fiquei perto da porta e a enfermeira saiu. — Você vai ficar bem. – Falei solidária e ela me encarou por um tempo.
— Acho que nunca vou ficar bem, mas se meu filho voltar para meu colo, talvez eu melhore um pouco.
— Vou achar ele para você.
— Você não pode achá-lo... Meu pai disse que você só resgata pessoas e mata bandidos. Não investiga.
— Mas esse caso é meu. Me chamaram para ajudar e eu disse que ia te ajudar. Eu vou.
— Você tem filhos?
— Tenho. O Adônis, ele tem dez anos e está viajando com a turma para o Egito. Eles foram fazer um trabalho.
— Adônis? – Assenti. — Você que escolheu?
— Sim. Foi uma briga convencer minha ex-esposa, mas eu fui bem insistente.
— Eu gostava de Mitologia. – Ela ficou pensativa. — Me deixe sozinha, preciso descansar.
— Claro. Me desculpe.
Sai dali fechando a porta e corri para a casa de Tatum, pois estava atrasada.
×××
Chegamos ao hotel que nos foi designado e ficamos aguardando orientações do FBI.
— Foi ver a tal Lauren?
— Sim. Avisei que acharam para onde os meninos eram levados.
— Vão nos deixar acompanhar os testemunhos delas?
— Acho que sim. Somos parte do caso.
— Não sei se tenho estômago. – Tatum falou e eu assenti.
— Fiquei menos de uma hora no mesmo ambiente com Lauren, em vezes espaçadas e com pouquíssimos diálogos, fiquei embrulhada.
— Se apegou na Lauren, Cabello? – Tatum perguntou e eu o encarei.
— Não. Só a acho uma mulher muito forte, desde os quatorze anos por lá, sendo torturada desde tão jovem e ela está lúcida... Tem uma visão clara. Já a moça quebrada teve um retardo, age como uma criança ainda. São traumas permanentes. Eu li na ficha dela... Trauma permanente.
— Eu me mataria no segundo dia. – Tatum disse. — Me matariam, eu não conseguira ficar como aquele tal de Vincent. Olhando, ajudando, não concordando e sendo neutro. Eu mataria os clientes a socos.
— Aquele sorriso cínico do Duhamel ele é tão confiante como se a prisão fosse nada.
— Bom, Camila... Você fez a prisão ser um nada para ele, pois agora ele está em uma cela com o Vincent, assistindo TV e comendo da mesma comida que os policiais, – Fiquei encarando DJ.
— Olha pra frente, Camila! Quer nos matar! – Ele disse puxando o volante e me fazendo olhar para a estrada.
— Eu não tinha pensado nisso. – Apertei o volante. — Agora eu lembrei porque só faço o trabalho braçal... Estou me sentindo culpada por ter ajudado ele.
O silêncio se instaurou no carro e durou o resto da viagem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
REM
FanfictionA melhor agente da SWAT entrou como reforço em uma missão muito arriscada, agora, depois de toda a barbárie presenciada, ela não conseguirá se desligar desse caso tão cedo... * Camila G!P * Aviso Legal: Os personagens encontrados nesta história são...