Capítulo 83 - Dúvidas

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Camila Cabello  |  Point Of View





Estava revisando uns relatórios e recebendo várias ligações, eu nem sei como consigo fazer tantas coisas ao mesmo tempo.

Meu celular vibrou e o nome de Cory piscou na tela.

— Grandão!

— Cabello... Uma garotinha!

— Sim. – Já fiquei emotiva. — Porra! Eu nem sei o quanto estou radiante. Uma menininha, Cory.

— Eu imagino sim, você sempre falou sobre isso.

— Sim. Os meninos estão felizes também, está tudo certo e no lugar. Tudo indo bem.

— Camila... Eu preciso falar com você.

— Fale.

— Sobre minha volta.

— Faltam dias...

— Eu não quero voltar. – Sabe quando o coração erra a batida e não no bom sentido?

— Mas Cory...

— Eu sei, amo meu trabalho, mas ter ficado esse tempo com minha família não é ruim.

— Cory... É nossa vida.

— Eu sei, mas eu amo a minha família, Lea e eu temos economias e podemos abrir algum negócio. Preciso preservar o que me faz bem. Vou fazer bicos de segurança se a saudade bater.

— Você vai arriscar a vida para proteger um mercadinho? Isso é menos risco?

— Só estou pedindo demissão, Camila.

— Mas e eu? Demi e você são...

— Somos seus amigos e vou continuar sendo. Só não vou mais ser seu funcionário. – Comecei a chorar.

— Que porra, Cory!

— Desculpa, Camila. Nada vai mudar, eu só quero paz.

— Tudo bem, Cory. Você tem uns dias, pense bastante e quando retornar conversaremos.

— Tudo bem, Camila. Amanhã vamos visitar vocês, Lea já leu o livro de Lauren e eu estou terminando. Não sei quem chorou mais.

— Okay. Esperamos vocês.

Encerrei a ligação e bati minhas mãos espalmadas na mesa.

— Que merda! – Então na minha cabeça, começou a rodar um monte de cenas, muitos questionamentos e muitas dúvidas.

— Camila? Você está bem? – Olhei para porta e Olívia me encarava assustada.

— Estou, Olívia. – Levantei e peguei meu casaco. — Só preciso ir ver minha mulher. Volto depois do almoço.

— Claro, Capitã.

Assenti e sai dali, pegando meu carro.

×××

Minha família estava na piscina, Keana e Ally estavam pegando um sol. Tirei meu relógio e meu celular do bolso, entrei
na água e atrai a atenção de todos. Os meninos vieram me abraçar.

— Como estão?

— Bem. Veio cedo hoje.

— Queria almoçar com vocês. – Eles sorriram e depois voltaram a nadar. Abracei Lauren e fui caminhando até seu corpo se chocar contra a parede da piscina.

— O que houve, Camz? – Escondi meu rosto na curva do pescoço dela. — É o Cory?

— Sim. Ele vai sair. – Ela levou a mão até minha nuca e acariciou ali.

— Está tudo bem.

— Não. Vai ficar estranho... Ele não pode sair assim... – Falei após me afastar, esbravejei enquanto gesticulava com as mãos.

— Calma, Camila. Ele pode, é direito dele. Lea está radiante, Cory escolheu isso, ela falou que nem tocou no assunto SWAT para aproveitar melhor as férias. E ele pensou, refletiu e fez a escolha dele. Tudo tem um porquê Camila, se ele quer sair, é por algum propósito. – Coloquei a mão na testa.

— Você está certa. – Sorri para ela. — Sabia que vir aqui me ajudaria. – Ela me puxou para um abraço.

— Agora entre.

— Mas...

— Tudo bem. Fique aqui, mas não faça contato visual com a Keana. Pense nela como a Medusa. – Arregalei meus olhos.

— Vou virar pedra?

— Vai sim. – A abracei. — Oi, Ally. Oi, Keana.

— Oi, Camila. – Elas responderam juntas e segui ali com Lauren, abraçadas, até a senhora que está ajudando Lauren anunciar o almoço.

×××

A tarde não voltei ao escritório, só fiquei conversando com Demi e Dinah por vídeo conferência e assinando papéis que a Olívia me mandava por e-mail.

— Uou... – Foi o que Exclamei quando recebi um e-mail com os números do livro de Lauren. Imprimi e fui a sala onde ela estava com as amigas.

— Olha isso, amor. – Falei e entreguei o papel a ela. — Parabéns. Vocês tem que ter muito orgulho da amiga de vocês, ela é top cinco nos mais vendidos. Estão abrindo para vender ele pela internet também, pois a procura está enorme.

— Não pensei que seria diferente, um livro que prendeu a atenção da Keana deve ser considerado mundialmente mesmo. – Ally levou um tapinha de leve em seu braço.

— Eu nem acredito.

— Isso é maravilhoso, amor. Você merece.

— Obrigada.

— Parabéns, Laur.

Ficamos ali comemorando e depois a Sra Ramirez avisou que tinha um bolo de laranja com cobertura de chocolate estava pronto, eu nem sei de onde os meninos brotaram, mas chegaram primeiro que nós a sala de jantar.

— Camz...

— Fale, amor. – Segurei a mão dela.

— Quero comer banana.

— Banana? Eu pego na cozinha.

— Só que eu quero ela amassada com ketchup.

— Eca... – Todos na mesa exclamaram.

— Nossa...

— Muita vontade mesmo.

— É um desejo né? – Perguntei olhando para Ally e ela assentiu. — Meu Deus... Primeiro desejo. Já volto amor. Vou correndo.

Corri dali e escutei algumas risadinhas.

Na cozinha eu amassei duas bananas e coloquei ketchup por cima. Estava com um sorriso no rosto.

— Ela está com desejo. – Falei as empregadas e elas assentiram. Não éramos íntimos ainda, na verdade, era estranho ter elas ali, mas era necessário também.

Voltei para a sala e coloquei o prato em frente a Lauren, ela comeu tudo e pediu mais. Todos a olhavam espantados e Pat estava com uma expressão de nojo. Eu estava com o sorriso enorme e habitual em meu rosto.

— Estava bom, amor? – Nessa altura estávamos sozinhas a mesa.

— Muito, Camz. Eu não lembro de ter desejos da gravidez do Pat.

— É bom que não lembre desse período. – A puxei para sentar no meu colo.

— É bom ter você pertinho o dia todo. – Ela beijou minha testa.

— É bom ficar o dia com vocês.

A abracei e ficamos assim por um bom tempo. Até ela lembrar que as amigas dela estavam na nossa casa.

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