Capítulo 76 - Natal

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Camila Cabello  |  Point of View





Na noite do natal estávamos preparando nossa ceia. Os meninos estavam mega empolgados e eu fiquei encarregada do peru (Sem ironias) por isso conseguia ficar ajudando todos.

— Camz! Ligou a iluminação da frente? – Neguei e fui até a garagem ligar a extensão. Lauren estava mesmo empolgada com o natal, decorou tudo até nosso quarto tinha uma mini árvore.

Era como morar na Quemlândia, quem assistiu o Grinch sabe do que estou falando. Eu tenho que tomar cuidado para não chutar nenhum enfeite. Liguei a iluminação e voltei para casa, Lauren estava preparando uma torta de limão e ela estava ficando uma beleza.

— Vou ligar a TV. – Pat disse e saiu dali, estava tomando refrigerante.

— Quer me ajudar, Camz?

— Sim, amor. O que eu faço?

— Só coloque esses biscoitos em torno dela, vou ver se minhas batatas cozinharam.

— Okay. – Ela saiu e o noticiário local mostrava algo. — Aumenta o volume, Pat.

“Os moradores de rua receberam alimentos hoje, mas a demanda para o sopão comunitário foi muita, eles não conseguiram atender a todos. – A repórter se abaixou ao lado do senhor sentado no chão. — O que o senhor vai fazer? – Ele pensou. — Vou esperar até amanhã, vou ser o primeiro. – Ela voltou para frente da câmera. — Parece que ele não é o único, pois a fila está enorme. Uma realidade triste, mas precisamos mostrar que nem tudo são flores, mesmo que seja natal.”

Lauren estava estática olhando a TV. Peguei telefone assim que a matéria acabou.

— Que canal é esse, filho? – Ele me respondeu e procurei o número deles. Quando achei disquei. — Alô.

— Em que posso ajudar?

— Eu vi a reportagem de agora. Vocês podem anunciar para mim que preciso que algum dono de supermercado abra as portas para mim. Vai ser por meia hora no máximo, eu vou comprar coisas para o sopão comunitário.

— Oh meu Deus. Claro. – Dei meu número a ela e desliguei.

— O que vai fazer?

— Eu não sei. – Coloquei meu casaco. — Eu já volto. – Beijei os três e fui até o sopão, todos estavam tristes e meu telefone tocou, um comerciante do leste me ligou. — Olá.

— Oi.

— Quem é o responsável?

— Eu. – O mais velho falou e eu assenti.

— Quer vir comigo? Consegui um mercado aberto e vou ajudar a comprar os ingredientes que precisarem. – Eles se entreolharam, pareciam não acreditar no que está acontecendo. — Precisamos ir rápido, meu peru está no formo. – Ele sorriu e os outros comemoraram.

Fomos ao mercado e ele pegou tudo, ajudei ele a carregar tudo para o carro. Lotamos ele de mantimentos.

— Precisa de mais alguma coisa? – Meu celular vibrou. Era uma mensagem de número desconhecido.

“Sou dono da Padaria Lant. Sobraram várias formadas de pães e ficaria feliz em ajudar. O endereço é...”

O endereço eu sabia, é uma padaria ótima. Deixei tudo no centro e fui até a padaria, conversei com o dono enquanto ele me ajudava a encher o carro. Até no carona ia pão, pasteis... tudo que tinha em exposição ele me deu. Até as tortas... Bom... Eles vão ter até sobremesa hoje.


×××


Voltei para casa e a mesa estava quase posta, faltava o peru, cheguei com tempo de sobra, pois ele não estava pronto.

— Não vai nos contar o que fez?

— Eu não fiz nada. – Ela ficou me encarando.

— E porque seu número passou na TV?

— Não sei.

— Camz! – Abracei a cintura dela e enchi ela de selinhos.

— Não fiz nada de mais, Okay? Agora serve um vinho pra mim. Por favor? – Ela selou nosso lábios e foi a adega, peguei uns pasteizinhos que Lauren havia preparado e comi. Estava faminta.

Quando finalmente o peru ficou pronto, jantamos conversando e assistindo desenhos. Lauren estava radiante, o sorriso dela podia iluminar a sala de jantar inteira. Fico tão feliz com isso, ela está mais leve, curtindo a nossa vida e isso é meu presente de natal.

Quando a meia noite chegou, nos desejamos feliz natal e os meninos já correram para o lado da árvore.

— Vocês nos deram uma missão quase impossível de natal. – Lauren falou e eu concordei.

— Foi muito difícil escolher um presente sem vocês nos ajudarem.

— Qualquer coisa está bom. O que nós dois queríamos já aconteceu... Estamos morando juntos e é bem melhor que nos filmes. – Pat disse e Adônis o abraçou de lado.

— Eu também considero isso um presentão da porra. – Os meninos riram e Lauren bateu no meu braço.

— Camz! Não fale palavrões.

— Eles já se acostumaram. – Beijei o rosto dela. — Podem abrir. As duas caixas maiores são de vocês.

Eles abriram e uma tinha bicicletas.

— Que irado, Papa.

— Mãe... Era o que eu queria.

— Eu sei, perguntei a Nicole o que você queriam, já que bancaram os misteriosos. – Falei e Pat subiu na bicicleta e deu uma volta na sala.

— Essa outra caixa grande é de vocês dois. – Eles tiraram a tampa. Abriram a boca quando viram o conteúdo.

— Lauren pensou nisso, mas ficou com medo de vocês não saírem mais do quarto, por isso demos as bicicletas também. – Era uma caixa, com mais de trezentos jogos, de todos os estilos, dos mais antigos aos lançamentos. Eles vieram nos abraçar. — Mas é obrigatório usar a bicicleta. – Lauren disse e beijou a testa dos dois. Depois eles nos esqueceram e foram ver todos os jogos. Ficavam gritando e comemorando, estavam muito empolgados.

— Camz... – Ela me entregou uma caixa. — Seu presente. – Abri e eram ingressos para o jogo do Miami Heat... Cadeiras especiais para a final e uma camiseta autografada pelo Goran Dragić.

— Caralho, Lauren. – Cai no sofá. — Como você conseguiu? Estavam esgotados.

— Meu pai ligou para uns amigos. – Levantei e a abracei.

— O melhor presente, amor. Muito obrigado mesmo. – Ela beijou meu pescoço.

— Você merece, Camz. – Peguei o envelope na árvore e fiquei em frente a ela.

— Esse é o seu. – Entreguei a ela. Ela abriu começou a ler... Parecia confusa. — É um contrato com a melhor editora da cidade. Eu achei uma ótima proposta, eles adoraram os trechos do seu livro que eu mandei e eu falei que não sabia se vc queria lançar, mas ia tentar, eles falaram que vc pode levar o tempo que quiser, mas eles precisam lançar seu livro. – Ela pulou em mim. Me abraçou forte e começou a chorar. — Amor... Não fica assim, amor.

— Você não existe.

Beijei o rosto dela e a acalmei. Ela disse que estava com muita vontade de lançar o livro... Foi um chute, mas acabei acertando no presente.

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