Capítulo 14 - Amigas

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Lauren Jauregui  |  Point of View





— Mamãe! Para de me babar.

— Você está muito cheiroso, preciso te encher de beijos.

— Mas eu tenho que sair, assim vou sair babado, mamãe.

— Você vai se comportar na escola?

— Sim, mamãe. Eu amo estudar.

— Perfeito. Eu te amo. – Beijei a testa dele.

— Eu também amo você.

Ele foi pegar a mochila dele e eu estava agoniada de deixa-lo sair. É difícil controlar meus pensamentos e como as coisas podem dar errado.

— Vou deixar ele na escola e vou trabalhar. Voltamos a tarde, tudo bem, filha? – Meu pai falou e eu assenti. — Sua mãe está fazendo bolo para nosso café da tarde, ela mesmo está preparando e pediu sua ajuda.

— Vou colocar um casaco e já desço.

— Ok. – Ele se aproximou e eu me esquivei um pouco. Ele beijou minha testa mesmo assim. — Te amo, filha.

— Eu também te amo, pai.

— Vamos, vovô?

— Sim. – Ele pegou a mochila de Pat e deu a mão a ele, coloquei um moletom e desci ao encontro de minha mãe.

— Como está?

— Me recuperando do almoço. Comi demais.

— A Dona Maitê caprichou hoje mesmo.

— Bolo de laranja?

— Sim. – Ela me entregou a colher. — Mexa essa calda para mim. Vou untar essa forma. – Assenti e comecei a mexer. Logo ouvi barulhos e levei um choque quando olhei para trás, Keana e Ally estavam ali.

— Oh meus Deus. – Falei e nós comecamos a chorar, elas me abraçaram, mas eu não conseguia ficar muito tempo no aperto de ninguém, só no de Pat e no da minha mãe.

— Me desculpa, Lauren.

— Você não tem culpa de nada.

— Até hoje nos culpamos por não ter entrado naquele carro. Seriamos quatro contra um.

— Ele nos drogou, nem se fossem dez... Não tinha o que fazer.

— Pensei que nunca mais te veria.

— Eu nem sei como sobrevivi. – Falei e elas choraram mais. — Eu tenho um filho.

— Nós o conhecemos antes de entrar. Céus, Laur. Ele é lindo.

— Ele é você.

— Foi minha força pra aguentar aquilo, nem sei o que faria se não fosse ele. – Elas  choraram mais e eu não me contive. Sempre imaginei como elas estariam. — Me contem... Vocês estão na faculdade?

— Sim, Laur. Estamos fazendo administração.

Me contem mais coisas...

— E tem uma coisa que talvez surpreenda você. – Arqueei uma sobrancelha e elas me mostraram as mãos com alianças de noivado.

— São iguais.

— Porque nós estamos noivas. – Keana disse abraçando Allly e eu demorei um pouco assimilando e depois as abracei de novo.

— Desde quando?

— Nós ficamos tão próximas quando vocês sumiram que nem lembro. Acho que desde os quinze. — Nos separamos.

— Vamos ajudar sua mãe com o bolo enquanto conversamos sobre as coisas que acontecerem nesse tempo, mas só nós falamos, ok? Não queremos te fazer lembrar de nada.

— Vai ser bom pra ela se distrair, meninas. Venham. A tarde vai ser rápida pelo jeito.

Passou mesmo, não é simples lidar com isso, tenho esse hábito que me esquivar quando alguém tenta me tocar ou me entregar algo, não é proposital. Até com meu pai eu fico tensa. Não é simples, mas sobrevivi... Parece que isso realmente importa.



Camila Cabello  |  Point of View



Estava no jogo de paintball da turma do trabalho... É isso mesmo, nos distraímos atirando e eu sei que é estranho. Meu celular vibrou e eu me escondi dentro do tonel. Abri a mensagem.

“Bom dia, Camila. Espero que tenha um sábado abençoado.”

Era Mike, sorri e respondi. Dinah bateu no meu capacete e eu me assustei.

— Hey!

— Faz quatro sábados que perdemos essa disputa. Dá pra se ligar?

— Mike me mandou mensagem.

— Ownt.. E os pais das outras meninas te mandaram mensagem também?

— DJ, não me irrita.

— Você está criando uma expectativa que não vai rolar. Essa mina está toda machucada... Você sabe que ela deve estar com todas as doenças possíveis.

— Eu não estou criando nada, e não estamos na era da pedra, essas doenças são tratáveis. E eu não quero nada com a Lauren, mas me encantei mesmo pelo garoto. Confesso.

— Sei por qual olhos verdes você se encantou. – Revirei meus olhos. — Agora vamos acabar com eles.

Nós conseguimos ganhar, mas não fiquei tão feliz, pois DJ tem razão... Eu não consigo parar de pensar em Lauren, mas eu tenho que me afastar dela. O máximo possível.

×××

No domingo pela manhã, estávamos no churrasco de aniversário de Chan, a mãe dele é cozinheira de mão cheia e eu
amo as festas dele por isso. Como por duas e trago meu pequeno para comer também.

— Mamãe... você sabe quem estuda na minha escola?

— Quem?

— Aquele garotinho que você entregou o prêmio do parque, eu sabia que o conhecia de algum lugar, mas não lembrei até a moça ir buscar ele uma vez.

— Eles estavam bem?

— Acho que sim. Eu não falei com eles. Ela anda cercada por seguranças.

Assenti e voltamos a comer, até nossos bips soarem e termos que sair em missão.

×××

Precisávamos conter os extremistas que pegaram um supermercado lotado para ter reféns. Subi até o telhado com DJ e descemos os andares os revistando, mais dois se juntaram a nós e descemos para o primeiro andar.

Os nossos parceiros estavam esperando o sinal para entrar e no mercado havia cinco homens, um segurava uma moça e fomos silenciosamente avançando, até uma moça que estava no chão se assustar com nossa presença e gritar atraindo a atenção. Não tive tempo de gritar e senti uma dor horrível no braço após um disparo, chan acertou o cara bem no meio da testa e dei um mata leão no cara que segurava a menina, Dinah a triou do braço dele e começamos uma briga, ele apertou meu ombro e eu enxerguei estrelas com a dor que senti, tirei minha arma do suporte do braço e atirei na lateral do corpo dele. Ele caiu do meu lado e olhei para a lateral da minha farda que estava ensopada de sangue. Eu estava tonta e assenti quando DJ perguntou se estava tudo bem... Depois não me lembro de mais nada.

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