Capítulo 31 - Bem Simples

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Camila Cabello  |  Point of View






Cheguei na mansão e fiquei com o carro estacionado no portão, estava cansada até para caminhar entre o jardim. Estacionei ao lado do carro de Clara e peguei minha mochila, pois teria que tomar banho ali, ou morreria com minha própria catinga.

Lauren me esperava na sala e tinha um semblante triste.

— Nem pense em ficar triste e se sentindo inferior. – Ela se assustou com minha voz. — Você é uma ótima mãe, mas Patrick viveu no inferno com você e depois foi criado por um homem violento como o Duhamel. Ele só não está conseguindo canalizar a raiva.

— Ele não era assim.

— Ele está crescendo, Lauren. Ele está começando a entender o que a memória dele gravou e é normal se revoltar com tudo, mas vou conversar com ele. E você não vai ficar triste, não é culpa sua e eu já tenho uma solução.

— Qual?

— Vamos colocar ele nos SWAT mirins. Meu time está sempre treinando uma leva de crianças, ele vai aprender disciplina, ética, se ele estiver com dificuldade em alguma matéria também terá auxílio e vai aprender alguns estilos de lutas também.

— Você vai ensinar o menino a lutar quando ele está tendo ataques de raiva?

— Ele vai canalizar essa raiva e vai aprender onde e quando usá-la. Estou só te dando uma ideia.

— Eu nunca ouvi falar sobre isso.

— É só para filhos de Agentes.

— Como ele vai entrar então?

— Você vai comigo até o cartório e registamos o moleque no meu nome. É bem simples. – Ela abriu a boca e fechou algumas vezes. — Vai pensando aí, fale com seus pais. – Subi as escadas e Pat estava deitado de bruços na cama com o rosto contra o travesseiro. — Patrick.

— Papa.

— Problemas?

— Aquele babaca ficava só me zoando e a mãe achou ruim eu revidar.

— Você está errado, Pat. Sua mãe só está tentando te ajudar.

— Meu pai dizia que era mais simples assim.

— Seu pai era um babaca e você não deve seguir nenhum conselho dele. Agora você está encrencado na escola, seus avós estão chateados e sua mãe está se sentindo uma péssima mãe. Acha mesmo que vale a pena resolver as coisas dessa maneira? Você contou para o Adônis que esse menino estava te enchendo?

— Não.

— Na próxima vez você conta, ele vai te ajudar a resolver.

— Só queria as coisas diferentes.

— Diferentes como?

— Queria uma família.

— Meu amor... Eu sei que você tem essa ideia, mas não sabe da sorte que tem. Voltar aqui para essa casa é a melhor coisa que podia ter acontecido a você. E você já parou para pensar que estamos sempre juntos? Eu saio do trabalho e já estou aqui. Doninho e eu ficamos o final de semana aqui também, não vai mudar muita coisa se morarmos juntos.

— Vai sim, vamos decidir os programa para assistir e vamos estar sempre juntos, podemos ter até mais irmãos e não vou ter que ficar pedindo para o vovô me levar para ver você quando eu tenho saudade. – Me deitei ao lado dele e o puxei para um abraço. — E você ia me chamar de filho como chama o Doninho e ninguém nos faria mal porque você estaria perto.

— Ninguém vai fazer mal a vocês, Pat. Posso estar trabalhando, mas vou estar sempre protegendo vocês.

— Mas seria diferente.

— Pat, eu sei que Adônis está te enchendo de ideias, ele sempre quis morar comigo, mas você magoa sua mãe quando fala essas coisas. Parece que não gosta de ficar com ela e não estamos morando juntas porque ela tem um problema com isso. Entendeu? Ela vai melhorar se nós dermos muito carinho a ela e mostrarmos o quanto ela é especial. Ficar forçando a barra só vai fazer as coisas demorarem mais. – Olhei para ele e tirei o cabelo de seu rosto, depois acariciei sua bochecha. — Esquece tua vida antes disso, Okay? Antes de voltar para sua mama nada aconteceu e eu sou sua papa agora. Você já é meu filho, não precisamos morar juntos para isso acontecer.

— Sério?

— Sim. – Ergui o mindinho para ele. – Promete que não vai mais falar sobre família para sua mãe e vai me ajudar a dar muito carinho para ela ficar boa logo?

— Prometo. – Ele entrelaçou o mindinho no meu e sorri para ele.

— Sem estresse e sem pressão?

— Sem estresse e sem pressão.

— Perfeito. Agora vai tomar um banho que vou convidar sua mãe para tomarmos um sorvete.

— O Doninho vai também?

— Vai sim. Já estou mandando mensagem para ele.

— Ele correu para o banheiro e eu desci as escadas. Lauren estava no escritório com os pais, vi quando cruzei o corredor que dá acesso ao cômodo. Depois de um tempo ela chegou ali, sentou ao meu lado e me encarou por um tempo.

— É. Eu não tomei banho mesmo. – Falei me referindo ao estado que me encontrava.

— Meus pais adoraram a ideia, mas eles disseram que conseguem outras atividades aí você não precisa registrar ele.

— Mas eu quero registrar ele.

— Camila... Isso é um passo enorme.

— Acha mesmo? Já agimos como se ele fosse mesmo meu filho, o que de ruim tem em oficializar isso? Jauregui Cabello combina, Lo. Esse menino é meu, Lo.

— Eu adoraria que ele fosse mesmo seu, Camila, mas ele não é. Eu sei que você quer me ajudar, mas não precisa de uma responsabilidade dessas nas costas.

— Você fala como se fosse uma coisa ruim, mas não é. Eu vou amar dar meu nome pra esse moleque, Lo. Não vou te pressionar, mas pensa com carinho. Eu quero muito e nós dois vamos ficar radiantes se você topar. E eu quero ele lá na escolinha comigo, aprendendo disciplina e como centrar a raiva comigo por perto.

— Tudo bem, Camz. Eu vou pensar.

— Vamos sair para comer alguma coisa? Tem um japonês na Collins que é bem caro e poucas pessoas vão.

— Você vai gastar um monte.

— Eu fui promovida, Lo. Me deixa gastar a vontade.

Ela sorriu e assentiu. Logo foi se trocar e eu fui tomar meu abençoado banho.

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