Camila Cabello | Point of View
Estava deitada na minha cama, não conseguia dormir, me sentia muito fracassa por não ter encontrado o menino da Lauren. Logo meus pais entraram no quarto.
— Oi. – Eles disseram baixo. — Passou a dor?
— Sim. – Ela me entregou um saco com gelo e coloquei sobre minha barriga.
— Faz dois dias e não desinchou. – Ela disse analisando.
— Demora um pouco.
— Seu amigo me ligou, disse que recebeu uma proposta do FBI.
— O McConaughey me ofereceu um cargo lá, mas eu não tenho estômago, eu ajudei o pior monstro do mundo a ter uma estadia melhor no primeiro interrogatório que fiz e essa culpa está comigo até agora.
— Mas lá é mais tranquilo, filha.
— Não vamos ter essa conversa hoje, vamos? Estou com muita coisa na cabeça para discutir sobre escolhas que já fiz...
— Não vamos discutir, mas que você deveria pensar...
— Eu estou pensando em tudo, Ok?
Eles assentiram e minha mãe foi cozinhar, eu acho que eles estão morando no meu apartamento porque não saíram daqui desde o dia que voltei da missão.
×××
Assistia Adônis jogar basquete pela escola dele. Ele era muito bom, sempre gostou, tanto que mesmo com pouca idade, estava no time principal. Ele fez uma de três pontos e a arquibancada delirou. Apontou para nós duas, Nicole estava babando e sorri ao observar a admiração dele.
— Porque está para baixo, Mila?
— Uma missão ai que está me perturbando. – Ela segurou meu braço e apoiou o queixo no meu ombro, encarei o namorado dela que estava ao seu lado, ele era enorme e minha cota de socos nessa semana tinha acabado, mas ele nos olhou e pareceu não ligar.
— Sabe qual é problema?
— Qual, prof? – Ela bateu no meu braço.
— Vai se foder. – disse sorrindo. — Você absorve demais todos os casos. Se sente responsável, mas porque você é boa demais, Mila. Você é tão bondosa que é difícil acreditar que você coleciona mortes. Acho que já passou da hora de você sair disso e aproveitar sua vida, ter seus próprios problemas e principalmente, cuidar do seu filho. Ele sente sua falta e eu preciso de ajuda. Ele está crescendo, já coleciona bilhetinhos e eu não vou ensinar ele a usar camisinhas.
— Ele só tem dez anos.
— Você me disse o mesmo quando ele tinha dois. – Revirei meus olhos, mas eu sabia que ela estava certa.
×××
Resolvi ir a agência do FBI, queria falar com Duhamel sobre o filho dele, não estava no galpão e nem em transferência. McConaughey me deu carta branca e isso era bem estranho, mas não questionei.
— Olá, gostosa.
— Agente Cabello. – Falei repousando minhas mãos sobre a mesa. — Aproveitou bem a TV e a cela?
— Estou aproveitando.
— Aproveitou! Vai sair daqui direto para a comum.
— Porque?
— Seu filho não estava nesse galpão.
— Ele deve ser fraco como a mãe e deve ter morrido. Sempre soube que não herdaria meus genes.
— Não brinca comigo, Duhamel. Eu não gosto de ser feita de idiota, me diz para onde você o mandou e continuará com suas regalias.
— Quero ser transferido.
— O que?
— Sim. Meu irmão está na de Orlando... Quero ficar com ele. Nem precisa de regalias.
— Pode ser... Me fale do garoto.
— Não sou burro, gostosa. Me leve lá e quando eu encontrar meu irmão eu te falo.
— Não vou te transportar para depois me dizer que ele está morto.
— Ele não está morto. Posso te garantir isso.
— Já me mentiu uma vez...
— Eu não mataria meu primogênito, me apaixonei pela olhos verdes assim que coloquei meus olhos nela e nosso filho é a única coisa boa que eu fiz. Ele está bem e em segurança, te ajudo se você me ajudar.
Não falei nada, não tinha como perder a única chance de encontrar esse garoto, então me responsabilizei por ele e por seu transporte. McConaughey me disse que estou devendo uma a ele e eu detesto dever a esse ponto a alguém.
×××
Meu celular chamou, um número desconhecido e eu atendi.
— Alô?
— Camila. É a Lauren.
— Oi. – Droga. — Como você está?
— Aflita. O que aconteceu? Achou ele?
— Não, Lauren. Me desculpe, Duhamel mentiu sobre seu filho, mas amanhã vamos transferir ele para outro lugar e ele prometeu falar.
— Não se desculpe. Não se decepciona quem não esperava nada.
Foi o que ela disse antes de encerrar a ligação.
×××
Sabe quando você tem essa sensação de que algo está errado. Pedi um favor para o chefe para acompanhar o transporte do Duhamel e como sempre, arrastei Dinah e Tatum comigo. Assim que o carro do FBI saiu do prédio, comecei a seguir eles. Estávamos no carro de Tatum.
— Porque estamos o seguindo?
— Quero ser a primeira a saber onde está o garoto.
— Espero que ele diga mesmo onde ele está.
— Vou quebrar todos os dentes dele se ele não me falar. Vou mesmo, saio presa de lá, mas eu mato ele.
Eles não falaram nada, liguei para o McConaughey e pedi o número dos oficiais que levavam o carro. Demorou muito para atenderem.
— Eu sou da SWAT. Queria saber...
— Sou eu, Camila. – McConaughey falou e eu estranhei. — Não sei como cometemos um deslize desses, mas os agentes que deveriam estar no carro, estão presos na dispensa.
— Estou seguindo o carro. Podemos resolver isso. – Encerrei a chamada. — É um plano de fuga do Duhamel.
— Vamos derrubar então.
— Vamos ver o lado que ele vai.
Os seguimos por bastante tempo, eles pegaram a estrada baixa, os seguimos deixando uma margem de segurança.
Uma hora e meia... Logo cruzamos pela entrada de Naples. Pedi para Tatum estacionar e eles pararam em frente a uma casa perto da praia.— Acha que o garoto está aí? – Não deu tempo para pensar e logo um garoto apareceu na porta. Uma senhora o
empurrou e completamente receoso ele se aproximou de Duhamel. Ele bagunçou o cabelo dele e o menino ficou encarando o carro que deu partida e sumiu dali. Ele entrou chorando para dentro de casa.
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REM
FanfictionA melhor agente da SWAT entrou como reforço em uma missão muito arriscada, agora, depois de toda a barbárie presenciada, ela não conseguirá se desligar desse caso tão cedo... * Camila G!P * Aviso Legal: Os personagens encontrados nesta história são...