Capítulo 09 - Fracasso

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Camila Cabello  |  Point of View





Estava deitada na minha cama, não conseguia dormir, me sentia muito fracassa por não ter encontrado o menino da Lauren. Logo meus pais entraram no quarto.

— Oi. – Eles disseram baixo. — Passou a dor?

— Sim. – Ela me entregou um saco com gelo e coloquei sobre minha barriga.

— Faz dois dias e não desinchou. – Ela disse analisando.

— Demora um pouco.

— Seu amigo me ligou, disse que recebeu uma proposta do FBI.

— O McConaughey me ofereceu um cargo lá, mas eu não tenho estômago, eu ajudei o pior monstro do mundo a ter uma estadia melhor no primeiro interrogatório que fiz e essa culpa está comigo até agora.

— Mas lá é mais tranquilo, filha.

— Não vamos ter essa conversa hoje, vamos? Estou com muita coisa na cabeça para discutir sobre escolhas que já fiz...

— Não vamos discutir, mas que você deveria pensar...

— Eu estou pensando em tudo, Ok?

Eles assentiram e minha mãe foi cozinhar, eu acho que eles estão morando no meu apartamento porque não saíram daqui desde o dia que voltei da missão.

×××

Assistia Adônis jogar basquete pela escola dele. Ele era muito bom, sempre gostou, tanto que mesmo com pouca idade, estava no time principal. Ele fez uma de três pontos e a arquibancada delirou. Apontou para nós duas, Nicole estava babando e sorri ao observar a admiração dele.

— Porque está para baixo, Mila?

— Uma missão ai que está me perturbando. – Ela segurou meu braço e apoiou o queixo no meu ombro, encarei o namorado dela que estava ao seu lado, ele era enorme e minha cota de socos nessa semana tinha acabado, mas ele nos olhou e pareceu não ligar.

— Sabe qual é problema?

— Qual, prof? – Ela bateu no meu braço.

— Vai se foder. – disse sorrindo. — Você absorve demais todos os casos. Se sente responsável, mas porque você é boa demais, Mila. Você é tão bondosa que é difícil acreditar que você coleciona mortes. Acho que já passou da hora de você sair disso e aproveitar sua vida, ter seus próprios problemas e principalmente, cuidar do seu filho. Ele sente sua falta e eu preciso de ajuda. Ele está crescendo, já coleciona bilhetinhos e eu não vou ensinar ele a usar camisinhas.

— Ele só tem dez anos.

— Você me disse o mesmo quando ele tinha dois. – Revirei meus olhos, mas eu sabia que ela estava certa.

×××

Resolvi ir a agência do FBI, queria falar com Duhamel sobre o filho dele, não estava no galpão e nem em transferência. McConaughey me deu carta branca e isso era bem estranho, mas não questionei.

— Olá, gostosa.

— Agente Cabello. – Falei repousando minhas mãos sobre a mesa. — Aproveitou bem a TV e a cela?

— Estou aproveitando.

— Aproveitou! Vai sair daqui direto para a comum.

— Porque?

— Seu filho não estava nesse galpão.

— Ele deve ser fraco como a mãe e deve ter morrido. Sempre soube que não herdaria meus genes.

— Não brinca comigo, Duhamel. Eu não gosto de ser feita de idiota, me diz para onde você o mandou e continuará com suas regalias.

— Quero ser transferido.

— O que?

— Sim. Meu irmão está na de Orlando... Quero ficar com ele. Nem precisa de regalias.

— Pode ser... Me fale do garoto.

— Não sou burro, gostosa. Me leve lá e quando eu encontrar meu irmão eu te falo.

— Não vou te transportar para depois me dizer que ele está morto.

— Ele não está morto. Posso te garantir isso.

— Já me mentiu uma vez...

— Eu não mataria meu primogênito, me apaixonei pela olhos verdes assim que coloquei meus olhos nela e nosso filho é a única coisa boa que eu fiz. Ele está bem e em segurança, te ajudo se você me ajudar.

Não falei nada, não tinha como perder a única chance de encontrar esse garoto, então me responsabilizei por ele e por seu transporte. McConaughey me disse que estou devendo uma a ele e eu detesto dever a esse ponto a alguém.

×××

Meu celular chamou, um número desconhecido e eu atendi.

— Alô?

— Camila. É a Lauren.

— Oi. – Droga. — Como você está?

— Aflita. O que aconteceu? Achou ele?

— Não, Lauren. Me desculpe, Duhamel mentiu sobre seu filho, mas amanhã vamos transferir ele para outro lugar e ele prometeu falar.

— Não se desculpe. Não se decepciona quem não esperava nada.

Foi o que ela disse antes de encerrar a ligação.

×××

Sabe quando você tem essa sensação de que algo está errado. Pedi um favor para o chefe para acompanhar o transporte do Duhamel e como sempre, arrastei Dinah e Tatum comigo. Assim que o carro do FBI saiu do prédio, comecei a seguir eles. Estávamos no carro de Tatum.

— Porque estamos o seguindo?

— Quero ser a primeira a saber onde está o garoto.

— Espero que ele diga mesmo onde ele está.

— Vou quebrar todos os dentes dele se ele não me falar. Vou mesmo, saio presa de lá, mas eu mato ele.

Eles não falaram nada, liguei para o McConaughey e pedi o número dos oficiais que levavam o carro. Demorou muito para atenderem.

— Eu sou da SWAT. Queria saber...

— Sou eu, Camila. – McConaughey falou e eu estranhei. — Não sei como cometemos um deslize desses, mas os agentes que deveriam estar no carro, estão presos na dispensa.

— Estou seguindo o carro. Podemos resolver isso. – Encerrei a chamada. — É um plano de fuga do Duhamel.

— Vamos derrubar então.

— Vamos ver o lado que ele vai.

Os seguimos por bastante tempo, eles pegaram a estrada baixa, os seguimos deixando uma margem de segurança.
Uma hora e meia... Logo cruzamos pela entrada de Naples. Pedi para Tatum estacionar e eles pararam em frente a uma casa perto da praia.

— Acha que o garoto está aí? – Não deu tempo para pensar e logo um garoto apareceu na porta. Uma senhora o
empurrou e completamente receoso ele se aproximou de Duhamel. Ele bagunçou o cabelo dele e o menino ficou encarando o carro que deu partida e sumiu dali. Ele entrou chorando para dentro de casa.

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