Camila Cabello | Point of View
Estava com Doninho com a cabeça repousando no meu colo, passava as mãos pelos cabelos extremamente curtos dele.
— Sua mãe aprovou o corte? – Ele sorriu.
— Disse que vai te enforcar, mãe. – Gargalhei.
— Imaginei, mas está ótimo. Você está um gato.
— Ela disse isso também, que sou lindo como você, não adianta me auto sabotar. – Neguei e beijei a testa dele.
— Como está ela? Feliz? Bem?
— Sim. Ela voltou a dar aulas.
— Eu sei, por isso tens ficado mais aqui comigo.
— Isso é muito bom. Ficar um tempo com vocês duas, mas eu queria morar aqui.
— Eu sei, amor, mas você sabe como é o meu emprego, do nada eu sou chamada e não posso te deixar sozinho por muito tempo porque se alguém descobre, Nic e eu nos encrencamos.
— Eu sei, mas a mãe disse que quando você se casar, vou poder morar com você.
— Vai mesmo, mas não sei se vou me casar novamente, filho.
— E a Laur? – Encarei os olhos azuis que me fitavam curiosos.
— Ela não quer casar, filho. Ela nem consegue abraçar ainda.
— O que houve com ela, mãe?
— Ela foi sequestrada quando era mais nova e eu resgatei ela. Só que fizeram muito mal a ela e agora ela não consegue ter contato com as pessoas. É difícil para ela, mas não comente nada com ninguém, ok? É um assunto delicado. Nem o Pat sabe direito o que aconteceu.
— Porque o P odeia tanto o pai dele? Odiava, ele morreu.
— Foi o pai dele que fez as coisas ruins com Lauren, mas eu não sei se ele chegou a acompanhar alguma coisa, pois ele era muito novo.
— Bom... ele odeia bastante o cara, algo ele deve lembrar.
— Ele nunca comentou nada comigo. – Falei e beijei a testa dele. — Mas eu quero saber de você... Quando vou conhecer minha nora?
— Para, mamãe. Eu não tenho namorada.
— Ainda não? Um deus grego legitimo não tem namorada ainda?
— Não. Minha mãe disse que eu não posso namorar até os vinte e não posso conversar muito com as professoras também. – Soltei outra gargalhada.
— Ela era minha professora, sabia?
— A mãe?
— Sim. Ela era minha professora de filosofia e depois que eu fiz dezoito nós começamos a namorar.
— Isso explica muita coisa. – Ele disse sorrindo e eu apertei no nariz dele.
— Mas estou brincando com você, sei que é cedo ainda.
— Eu nem penso em namorar, só quero jogar vídeo game e ficar com você e a mamãe. – Segurei a mão dele e entrelacei nossos dedos.
— É um ótimo pensamento. Que tal jogarmos algo?
— Seria incrível.
— Mas nada com tiros, essa semana foi cheia para mim.
— Futebol?
— Futebol! – Ele levantou e eu peguei o telefone. — Vou pedir umas pizzas.
— Não tem refri, mãe.
— Tem no meu carro. Vou lá pegar.
Ele assentiu e eu desci as escadas, e no parabrisa do carro tinha um envelope.
— Droga! Como eu não vi a multa antes. – Peguei e coloquei no bolso.
Peguei o fardo e coloquei no ombro, o engrado de latas com a mão livre. Eu preciso de estoque de refrigerantes, minha rotina é muito agitada, eu preciso ingerir muitas calorias diárias, refrigerante é o meio mais rápido para isso, já que não tenho muito tempo para cozinhar ou até mesmo ir a restaurantes.
Subi as escadas e coloquei alguns para gelar e peguei o envelope.
— O que é isso, mãe?
— Acho que é outra multa. Se eu não fosse oficial não teria mais minha habilitação.
— Elas vem em envelopes?
— Sim. Quando tem várias acumuladas. – Ele assentiu e eu abri o envelope, mas ele não era multa, era uma carta mesmo, escrita à mão.
— Não é multa, né?
— Não.
“Agente Cabello,
Vi seu empenho no caso do escorpião, mas deixaste um fio solto. A morte dos líderes não extinguiu a organização por completo, sobrou um membro e ele já está organizando um novo lugar e já tem meninas em posse. Ele é bem mais perigoso, mais inteligente e se camufla muito bem na sociedade. Se eu fosse você, não confiaria em ninguém, pois ele está bem mais perto do que imagina. – Desconhecido”.
— Que porra é essa?
— O que houve, mãe?
— Me desculpe, filho. Problemas no trabalho, amanhã eu penso isso.
O amanhã penso nisso soou bem falso, pois não parei de pensar nisso um só segundo, mas disfarcei para isso não atrapalhar a noite do meu filho.
×××
— Mamãe? – Olhei para Doninho e ele me encarava. — Tio Mike no telefone, seu celular só dá na caixa postal ele falou.
— Aconteceu alguma coisa? – Falei correndo para a cozinha. — Mike? Aconteceu alguma coisa? Lauren está bem?
— Sim, Camila. Desculpe ligar essa hora, mas o Pat está muito triste e não conseguimos animar ele. – Levei a mão ao peito. Que susto.
— Estamos indo para aí. – Desliguei e tomei uma água. — Se veste, filho. Vamos dar uma força para o Pat.
— Tudo bem, mamãe.
Nos arrumamos e fizemos uma mochila. Logo estávamos lá.
Entramos no quarto de Pat e se podia ouvir o chorinho dele. Fiquei de coração apertado.
— Meu garotão! Porque está assim?
— Tô com saudade da mama, Papa. – Doninho e eu deitamos um de cada lado dele.
— Não fica assim, P. logo ela volta.
— Mas já faz um tempão e eu estou com saudade. E eu não gosto de falar no telefone, é diferente.
— Vou confessar uma coisa.
— O que, papa?
— Eu também estou morrendo de saudade.
— Então vamos buscar ela, papa. O vovô não quer ir.
— Não podemos, pequeno. Eu sei que a saudade dói, mas ela está se tratando para vir melhor para nós. Mais feliz.
— Mais feliz?
— Sim.
— Ela vai sair mais com a gente?
— Talvez, mas precisamos deixar ela mais um tempo lá, okay? Enquanto isso vamos ficar aqui, cuidando uns dos outros, tudo bem? Não fique triste, a saudade vai fazer a volta dela mais festejada.
— Vamos ao parque juntos?
— Vamos tentar.
O abraçamos e depois ficamos conversando sobre os nossos jogos e Pat fez prometer que a noite seria igual e com ele na próxima vez.
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REM
FanfictionA melhor agente da SWAT entrou como reforço em uma missão muito arriscada, agora, depois de toda a barbárie presenciada, ela não conseguirá se desligar desse caso tão cedo... * Camila G!P * Aviso Legal: Os personagens encontrados nesta história são...