Capítulo 26 - Lua

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Camila Cabello  |  Point of View





Estava passando um anestésico para dor nas minhas pernas. Todos estávamos um caco, eram espinhos, acho que eu cai umas trinta vezes naquele pastiçal.

— Carta para você, Cabello. – Olivia entrou na sala e me entregou um envelope.

— De quem?

— Foi um entregador desses de bicicleta. – Assenti e peguei a carta.

— Quem ainda usa carta? – Dinah perguntou e eu sorri.

— Verdade.

Agente Cabello...

Esperei mais empenho para procurar o ajudante/novo chefe do escorpião, mas você não deve ter falado para ninguém, pois está desconfiando até da sombra agora. Ele não faz parte do FBI e tem um ajudante tão importante quanto. Essa dica é quente e antes que se pergunte quem eu sou, sou uma pessoa próxima ao escorpião, mas nunca compactuei com os negócios dele e acho que não pode continuar. Claro! Isso existe em todo o mundo, mas na nossa cidade eu não quero mais. Ninguém quer, só os doentes. Ele é dissimulado. Tome cuidado. Você está entre duas cobras”.

Desconhecido

— Mas que droga! – Coloquei a carta sobre o colo. Matthew McConaughey piscava em minha mente como se fosse uma lógica. — Se eu quiser um nome, de alguém inteligente e importante do nosso meio, mas que não faça parte do FBI... Quem vocês chutariam?

— O secretário de segurança. – Chan falou e eu assenti, pensou igual a mim.

— Sim... Importante e inteligente, só o McConaughey mesmo.

— Precisamos averiguar umas coisas. – Falei e eles levantaram. — Levem as armas. – Falei vestindo meu colete.

— O que houve?

— Veio de carro hoje?

— Sim.

— Vamos usar ele.

Eles não perguntaram muito, só arrumaram a farda e foram me seguindo até o carro.

×××

Paramos na frente ao prédio que o McConaughey trabalhava.

— Porque estamos aqui mesmo?

— Acho que McConaughey está envolvido a um esquema aí, mas preciso de provas.

— Como assim?

— Estou recebendo essas cartas e elas falam sobre o nosso caso, parece que ele não acabou ainda.

— O das meninas?

— Sim.

Nós ficamos seguindo ele o dia todo, mas nada de suspeito por ali. Combinamos de seguir ele a noite.

×××

Estava correndo com Doninho no parque e ele parou um pouco para descansar.

— Já?

— Você é muito rápida, mãe. Socorro.

— Você quer fôlego para jogo... Vai se adaptar aos poucos.

— Eu sei... corremos quanto?

— Vinte minutos, mais dez minutos e estaremos no topo.

— Como você corre uma hora?

— Você vai conseguir também, não é uma grande coisa.

— Eu acho... Estou com fome.

— Vamos fazer um lanche reforçado? – Ele assentiu.

Comemos por dez, não queríamos emagrecer, só melhorar nosso condicionamento.

×××

Acordei no meu na noite, estava com um sono leve, fiquei pensando nessa droga de carta e não conseguia ter paz. Peguei meu celular e mandei mensagem para Lauren.

Eu: Sem sono!😕

Lo: Pesadelos! 😥

Eu: Saudade de te ver! 🥺

Lo: Esperando você! 😊

Eu: Muito tarde? 😬

Lo: Vem logo! ☺️

Sorri e tomei um banho, peguei minhas chaves e sai.

Cheguei na mansão dos Jauregui e o segurança me olhou com expressão irritada.

— Eu fui convidada. – Ele abriu o portão e agradeci.

Caminhei até o gramado e Lauren estava deitado no mesmo.

— Vai ficar resfriada nesse sereno.

— A noite está linda hoje. Não acha?

— Acho que você não gosta de elogiar atos da natureza.

— Não gostava, agora entendo que a noite está bonita. Estrelas e calmaria. – Deitei ao lado dela e fiquei admirando seu perfil.

— Gosta das estrelas?

— Gosto da lua. – Ela se virou para mim. — Eu olhava para a lua no spa e pensava em você, pois você me contou a história da lua e do sol e eu fiquei com aquilo na cabeça.

— É uma história triste.

— Não, existem eclipses e a lua tem as estrelas. – Com sutileza ergui minha mão e aproximei do rosto dela. Toquei o rosto dela e arrastei meus dedos por sua pele macia. Ela não se esquivou, mas acompanhava minha mão com seu olhar.

— Vamos viajar?

— O que?

— Sim! Você vive falando que queria ter viajado e conhecido o mundo todo. Pegamos os moleques e vamos espairecer, em qualquer lugar por ai... Só nós. Você escrevendo seu livro e eu com um babador por ficar admirando você o dia todo.

— Você é uma boba.

— Estou falando sério, Lo. Vai te fazer bem, só saímos por umas horas dessa cidade e você deitou no meu ombro. Isso vai te ajudar ainda mais.

— Prometo pensar. – Sorri para ela e toquei sua cicatriz perto do lábio. Ela se inclinou e me abraçou. Sorri contra seus cabelos e os beijei. — Você é cheirosa.

— Esse é meu cheiro normal. Deleta o outro. – Ela gargalhou contra meu pescoço e eu quase desfaleci por ter a feito sorrir. Ela tinha um cheirinho de cereja nos cabelos, fiz carinho neles e ela não saiu de perto, ficamos no silêncio, só escutando os grilos.

— Lauren?

— Hum?

— Vamos dormir aqui?

— Não está bom assim?

— Está muito bom para mim, mas para você não é desconfortável?

— Te aviso se ficar.

Fazia tempo que não ficava com o coração acelerado assim, nem os tiros que levo me aceleram assim. Fiquei só suspirando a cada respiração quente dela contra meu pescoço, o certo era falar que eu queria morrer... Mas não! Eu quero viver... e se for possível para sempre, nunca mais sair do abraço dela.

×××

Abri meus olhos e o sol começava a surgir, Lauren dormia no meu peito e eu sorri quando olhei para seu rosto tranquilo. Mike caminhou até ali e analisou a cena.

— Não podia ser no sofá? – Ele perguntou e eu sorri.

— No sofá não podemos ver as estrelas. – Ele sorriu e negou.

— O que houve? – Lauren acordou e ergueu seu tronco.

— Já amanheceu, Lo. Podemos fazer um café, o que acha?

— Eu sei fazer panquecas... Quer dizer, faz muito tempo que não faço, mas elas eram ótimas. – Minha barriga roncou e ela sorriu.

— Isso foi um sim. Vamos logo.

Levantamos e dispensamos a senhora que cozinhava, mas eu só auxiliei ela, não fiz praticamente nada.

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