Camila Cabello | Point Of View
De sem reação para a alheia a situação foi um passo. Eu ficava sentada na recepção, todos tentavam me tirar dali, mas eu não iria embora se não fosse com elas.
Eu caminhava até o berçário, chorava quando via minha pequena e chorava em dobro quando Lauren não esboçava nenhuma reação sobre a cama do hospital.
— Camila...
— Eu estou com tanta raiva de você.
— Lauren era minha paciente e me pediu segredo, temos uma ética medica.
— Não me venha com regras idiotas... Se ela não acordar...
— Não vamos pensar assim.
— Então o senhor me dá certeza que ela acordará?
— Eu não posso.
— Então some daqui, não pode ajudar, não me atrapalhe.
— Camila...
— Se ela se for... Eu vou acabar com você. Eu não vou sossegar até ver o nome desse hospital na lama.
— Não pode ficar aqui o tempo todo.
— Me tire daqui então.
Ele me encarou por um tempo, já deve ter ouvido várias ameaças, mas foi a única coisa que consegui pensar... Até pensar era difícil. Larguei a mão de Lauren e passei a mão por seu rosto.
— Droga! Porque você não me avisou, Lauren? Eu não lido bem com imprevistos, sabe que eu preciso planejar tudo para não perder minha lucidez. O que eu falo para os meninos? eles perguntam por você o tempo todo. Sobre a irmã. – Me ajoelhei e coloquei a mão dela conta meu rosto. — O que eu falo pra mim? Estou completamente perdida. – Novamente comecei a chorar. — Dez dias, Lauren. Logo eu terei que levar nossa filha para casa e... Eu não vou conseguir fazer tudo sozinha, não vou conseguir sair do seu lado... eu não vou me concentrar direito, você precisa acordar... Você me deve isso.
Se você está me ouvindo, isso mesmo, estou te cobrando agora. Você me deve isso, acorde agora mesmo! – Beijei a palma da mão dela. — Desculpe, amor. Eu não quero ser rude, eu não sou assim... Só estou apavorada, eu não posso perder você... Porra! Eu te amo tanto, nunca me senti tão feliz na minha vida. Eu quero te mimar até que canse de mim, Lo. Volte pra mim.O barulho irritante dos aparelhos seguia constante, Lauren não reagiu, então sai do quarto dela. Fui até a lanchonete comer algo. Um sanduiche e um suco de laranja. O de sempre...
— Precisa comer algo de verdade.
— Já estou comendo algo, esse progresso é enorme.
— Precisa tomar um banho descente, dormir um pouco e se alimentar de comida de verdade. Vai até minha casa, Sel está preparando um almoço pra você. Eu fico aqui enquanto você descansa um pouco.
— Eu não posso. Só saio daqui acompanhada delas.
— Os meninos estão lá.
— Eu não posso ver eles agora. Eu não posso desabar na frente deles, vou assustá-los, eles vão perguntar de Lauren e eu não vou saber o que dizer. Melhor ficar aqui.
— Vou trazer o almoço aqui, nós sentamos perto do jardim e você come algo realmente nutritivo. É sério, Camila. Estou preocupada com você.
— Porque ela está assim, Demi? Ninguém me diz nada...
— Ela sangrou muito, todos na sala estavam preparados para isso, fizeram todo o possível, mas ela não acordou depois disso.
— Ela já sofreu tanto nessa vida. Porque ela?
— Ela sabia de tudo, Camila. Queria te dar um filho e seguiu com a gravidez.
— Foi uma estupidez, nós poderíamos adotar... A gente se virava, já temos filhos... Que inferno! Eu esperei tanto pela nossa garotinha e agora eu tenho que ficar com ela por minutos contados e Lauren nem conheceu ela. Isso é castigo? Ela passa por tudo aquilo e merece pagar mais? Ou eu que sou a pecadora? Ela está assim por minha culpa?
— Pare com isso, Camila. Ninguém tem culpa.
— E se ela não acordar, Demi? – Eu comecei a chorar. — O que eu vou fazer com a minha vida? Eu amo tanto essa mulher, nossos filhos... o que eu vou dizer a eles?
— Não seja pessimista, Camila.
— São dez dias, Demi. Ela não deu um sinal.
— Não duvide de Deus, Camila. Se agarre a ele nesse momento.
— Não aguento mais me pedirem para rezar.
— Mas é o que deve fazer.
Adônis Cabello Kidman | Point Of View
Estávamos na casa da tia Sel, ela fazia nosso almoço preferido e fez uma sobremesa surpresa. Está tudo muito estranho. Peguei o braço de P e o puxei para fora de casa.
— Você não acha isso tudo muito estranho?
— O que? A Papa e a Mama terem sumido?
— Sim. Minha mãe disse que partos não demoram tanto assim, faz dias que não as vemos e ficamos rodando por todas as casas, todos fazem nossas vontades e nem na aula precisamos ir.
— Sim, eu achei bem estranho, mas não quis reclamar por ser bom.
— Eu sinto falta das nossas mães.
— Eu também sinto. Muita mesmo. Foi ficar grudado nelas quando elas voltarem. – Sorri e beijei a testa dele.
— Eu que vou.
— Não mesmo. Eu que vou. – Ele ficou sério de repente.
— Não acha que elas abandonaram a gente, né? Elas não fariam isso.
— Não. Nunca fariam isso, acho que alguma coisa aconteceu, algo que não querem nos contar por ser muito ruim e eu estou com medo.
— A Papa arruma isso. Ela arruma tudo.
— Você tem razão. Logo vamos conhecer nossa irmã. – Fiquei pensativo e caminhei até a Tia Sel.
— Oi, Doninho. Conseguiu achar seus canais?
— Sim. Está passando uma maratona do The big bang.
— Ah... O que enfeita seu quarto.
— Sim. Tia... A minha irmã está bem? – Ela me encarou por um tempo.
— Sim. Ela está ótima.
— Sim... Minha irmã está bem, minha mãe conversa as vezes com nós... — Oh meu Deus. Arregalei os olhos e tia Sel colocou o dedo sobre os lábios, me pedindo silêncio. — É a mama? O que a mama tem?
— Ninguém sabe, querido. Só preciso que me ajude a manter o P longe dessa situação, isso vai passar logo, você é mais maduro e precisa me ajudar.
— Mas ela está viva, né? Ela não... – Comecei a chorar e ela me abraçou.
— Não chore. Vai ficar tudo bem. Só distraia seu irmão o máximo que conseguir.
Assenti, ela está certa, P já passou por muita coisa e não pode ficar abalado agora que está fazendo tratamento.
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REM
FanfictionA melhor agente da SWAT entrou como reforço em uma missão muito arriscada, agora, depois de toda a barbárie presenciada, ela não conseguirá se desligar desse caso tão cedo... * Camila G!P * Aviso Legal: Os personagens encontrados nesta história são...