Capítulo 80 - Decisão

2.3K 206 11
                                    

Camila Cabello  |  Point Of View




Abri meus olhos e os meninos estavam perto de mim. Apertei a mão de Adônis e ele me encarou.

— Ela acordou, Mama! – Ele disse e me abraçou. Pat pulou sobre a cama e vi os olhos de Lauren pousarem sobre mim.

— Acho que já ficamos muito tempo neste hospital. – Sorri para ela.

— Você está grávida. – Já falei chorando, ela começou a chorar e tocou a barriga sorrindo.

— Parece que estou. – Levantei tirando o soro do meu braço e abracei os meninos, depois me ajoelhei em frente a ela e abracei sua cintura, Lauren soltou o choro... Aquele profundo, de soluçar.

— Alguém acordou. – O médico disse e nós o encaramos. — Vou liberar vocês, foram emoções demais e você... – ele apontou para mim. — Se cuide melhor, muita adrenalina no corpo acaba nisso.

— O senhor acabou de me dar a notícia que eu mais esperava e quer que eu aguente o tranco? – Ele sorriu.

— Bom... Conversei com Lauren. – Levantei e peguei Adônis o colocando no meu ombro. — Repouso total, ela não pode mover uma palha. Estou falando sério, ela passou por muitos abortos e não pode facilitar.

— Tudo bem, Doutor.

— Dei o cartão do médico de confiança e consulte com ele o mais rápido possível.

— Podemos ver o sexo do bebê? – perguntei e ele assentiu.

— O exame é um pouco caro.

— Tudo bem. Podemos ir?

— Sim. Só preciso que uma assine a alta da outra e...

— Eu já assinei. – Clara disse entrando no quarto e ela estava mais sorridente que de costume.

— Perfeito. Quero ver você aqui para um check-up, Camila. Os exames periódicos do trabalho não são cem por cento confiáveis.

— Quando tiver tempo.

Falei e puxei adônis para subir ele em minhas costas. Segurei a mão de Lauren e ela a de Pat, saímos do quarto, Clara falava animada do novo neto. Que a casa estava ficando cheia como ela sempre sonhou, Lauren estava emocionada e eu... Bom eu tinha um sorriso enorme no rosto. Ele parecia rasgar meu rosto... Eu me sentia leve.

— Como vocês estão? – Demi caminhou até mim.

— Eu vou ser mãe de novo. – Falei e já senti umas lágrimas escorrendo por minha bochecha.

— Eu sei. – Ela me abraçou. — Parabéns.

— Obrigada. Eu nem sei o quanto estou feliz.

— Imagino. – Ela abraçou Lauren. — Parabéns. Lauren. Você merece esse presente.

— Obrigada, Demi.

— Preciso devolver o carro de Normani e você...

— Vou com eles. – Demi assentiu. — Você já ficou no meu lugar, já sabe como agradecer e liberar a todos pelo trabalho. E por favor... Elogie muito sua esposa, ela foi impecável.

— Pode deixar.

Ela se foi e eu entrei com os meninos do banco de trás.


×××


Lauren contava para as amigas sobre a gravidez e eu a observava. Os meninos estavam andando de bicicleta e os cachorros estavam soltos, corriam pela casa e até no mar já aprenderam a ir sozinhos.

— ... Depois te ligo. Obrigada. – Ela encerrou a chamada. — Pronto. A Lea sabe.

— Logo o Cory me liga.

— Sim. – Me deitei e segurei a cintura dela.

— Como a princesinha da mamãe está?

— Amor... E se for menino?

— E se for menina? – Ela negou e acariciou meu rosto. — Vamos ter uma princesinha. – Ergui meu tronco sobre a mão apoiada no sofá e selei nossos lábios. — Eu falei que teríamos um bebê, disse que já estava grávida na primeira vez... Estou dizendo que teremos um menininha. – Ela sorriu e levou a mão até minha nuca para acariciar.

— Eu só não quero que se decepcione.

— Se for um moleque eu vou amar da mesma forma. Você nunca vai me decepcionar, amor. Não pense besteiras. A única coisa que devemos pensar e que você não pode se descuidar, o médico disse que vai ser delicada.

— Eu sei.

— Já tinha entrevistado algumas domésticas e vou pedir para elas conversarem com você amanhã, as que eu mais gostei. Você decide quem vai te ajudar.

— Tudo bem.

— Não adianta ficar com essa cara.

— Eu gosto de cuidar da minha família do meu jeito.

— Você vai cuidar da mesma forma, amor. Elas só vão ajudar você com tarefas pesadas... Você precisa de uma mão na cozinha e outra na limpeza. Essa casa é muito grande para uma pessoa só limpar. Três acho melhor, uma vai ter que cuidar das roupas. E os meninos e você precisam de um motorista já que não quer dirigir.

— Vai ser muita gente, Camz. Eu não gosto.

— Na parte da limpeza só precisam vir duas vezes por semana, ai você sai com os meninos.

— Tudo bem.

— Vai gostar, amor. Vai sobrar mais tempo para curtir com nossos moleques. – Ela me abraçou apertado.

— Eu odiei ver você trabalhando. – Suspirei. — Você se colocou na frente de um lunático, Camila. Largou sua arma, quando ouvi o tiro não aguentei.

— Me desculpe, Lauren. Nossas ações nunca são transmitidas assim.

— Foi bom, agora eu entendo o que eu passo todos os dias. O medo de te perder vai ser maior a cada dia e só vai passar quando voltar para casa.

— Está dizendo para eu largar?

— Eu nunca diria isso. Estou comentando que não é uma situação simples e que existem pessoas... principalmente três... Agora quatro, vão estar morrendo de preocupação.

— Eles nem entendem...

— Entendem sim, Camila. Adônis explicou a Pat o que realmente é o seu emprego e como é perigoso.

— Por isso ele não fala mais em entrar para a SWAT?

— Exatamente por isso, eles me pediram para que falássemos com você sobre, mas sei que é muita pressão.

— Eu sou muito nova e amo o que faço. – Ela assentiu. — Mas amo muito mais minha família, vou pensar seriamente sobre. Prometo a você.

— Falei que nunca pediria para você sair, mas não é simples. – Abracei ela mais apertado.

— Desculpe fazer vocês passarem por isso.

— Não se Desculpe, amamos você e queremos te ver feliz. Não é um plano para agora, mas vai ser ótimo se você pensar mesmo sobre.

— Eu vou.

Fiquei pensando nisso até deitar... E acordei com o mesmo pensamento. Não querendo tomar decisão nenhuma, mas sabendo o que era certo.

REMOnde histórias criam vida. Descubra agora