Capítulo 30 - Ajuda

2.5K 248 39
                                    

Camila Cabello  |  Point of View





Acordei com um choque gelado contra o meu corpo. Abri meus olhos assustada e Dinah e Channing gargalharam.

— Que porra é essa?

— Nova chefe! Queríamos ser os primeiros rostinhos para você ver hoje.

— Filhos da puta! – Levantei com meu travesseiro em mãos e comecei a correr atrás deles. — Vocês me pagam.

— Você que vai nos pagar, você é a chefe. – Channing disse apontando os indicadores em minha direção e piscando. Corri e joguei meu corpo contra ao dele o derrubando.

— Você é só tamanho, Chan. – Dinah falou. — Olha a facilidade que essa magrela te derruba.

— Eu estava distraído.

— Você estava olhando para ela.

— Vai se foder, DJ. Me ajuda. – Ela me puxou pelos braços e ele deitou sobre mim. Senti o aperto de Dinah diminuir e Chann me soltou.

— Larga ela! Vocês estão machucando ela. – Pat exclamava, ele estava vermelho de raiva e socava Chann com força.

— Hey, Pequeno. Estamos brincando, está tudo bem.

— Eles estavam te matando.

— Não, meu estressadinho. – O puxei para um abraço e Mike fez um positivo para mim, se retirando em seguida. — Estamos brincando.

— É, Pat. Não faríamos mal a ela. – Ele começou a chorar.

— Não chora, Pat. Se acalma, foi só uma brincadeira.

— Eu não gosto dessa brincadeira. – Limpei as lágrimas dele.

— Está tudo bem, não precisa chorar. – Beijei a testa dele e o sentei no meu colo, ele estava enorme, mas eu ninei ele até Pat parar de chorar.

— Desculpe, Mila. Não achamos...

— Está tudo bem. Ele só se assustou.

— Ele é forte. – Beijei a testa dele e ele havia dormido ali.

— É meu garotão! Tem que ser forte mesmo. – Sorri para eles. — Nem lembrei que hoje os levaria a escola. Doninho deve estar nervoso com minha demora. Vou tomar um banho. – O deixei no sofá porque minha cama estava molhada e rapidamente me aprontei. — Nos vemos no prédio.

— Até logo. – Eles saíram e eu me ajoelhei ao lado de Pat.

— Hey, garotão. – Toquei seus cabelos. — Vamos para a escola. – Ele abriu aqueles enormes olhos verdes e sorriu para mim.

— Sim. – Peguei a mochila dele que estava jogada no lado da porta e ele segurou minha mão.

Levei um sermão de Doninho e logo estávamos na escola. Eles se despediram de mim e correram para suas salas de aula.

×××

Depois de ser apresentada ao time como nova encarregada, me explicaram quais eram minha novas obrigações, parte burocrática e bem chata para ser sincera, mas disseram que as missões vão chegar primeiro na minha mesa e eu posso participar de qualquer uma, mas como líder, devo me preocupar mais com minha integridade física. E meu salário aumentou bastante também e finalmente vou poder trocar de apartamento.

Recebemos umas missões simples e deleguei a Chann e DJ coordenarem duas equipes para resolver. Logo Dane estava na minha sala, sem o terno habitual, com um mais elegante na verdade.

— Cabello.

— Dane.

— Como está?

— Estou me adaptando e você?

— Também estou me situando. Estou preocupada com você.

— Não precisa ficar.

— Foi bem difícil explicar como aqueles troféus foram parar ali em legítima defesa e porque eles estavam sem testículos.

— Eu não sou uma pessoa ruim, Dane, mas matar pessoas faz parte do meu dia-a-dia. Eu não vou me sentir culpada por nada naquela noite, você os ouviu... Eles eram piores que o escorpião. Eles consolaram as mães das vítimas sendo que a maioria dos ferimentos foram eles que causaram.

Não estou falando para você se arrepender, só estou comunicando que tudo está certo. Revertemos a situação e você não terá problemas.

— Se eu tivesse problemas matando estupradores e traficantes de menores eu desacreditaria muito no sistema, mas
assumiria toda e qualquer culpa. Fiz pelo bem.

— Eu sei. Eu teria feito o mesmo.

Pedi um café para nós e Erick estava ali para me apresentar um projeto de integração FBI e SWAT. Falei que por nosso time tudo bem.

×××

Chann e eu estávamos fazendo umas cestas nos fundos do prédio. A turma da DJ estava resolvendo a missão ainda e a dele nós dispensamos quando conseguiram completar com sucesso a deles.

— Estava conversando com a DJ... Faz quanto tempo que você não transa? – Errei a cesta quando ele falou.

— Vocês não tem assunto mais interessante?

— Só queremos ajudar.

— Não me atrapalhem. Já é ajuda suficiente. – Ele gargalhou. — É sério. Eu estou ótima.

— Nós sentimos sua falta, Camila. Sei lá, nós saíamos, íamos aqueles boates e zoávamos, mas desde que se envolveu com Lauren não faz mais nada por você.

— Eu fico com Lauren por mim. Ela não precisa, Chann. Ela já é suficiente, mas eu gosto de ficar com ela e ela gosta da minha companhia.

— Não estou dizendo para não ver ela, estou me referindo que não precisa se afundar tanto nela.

— Vocês me conhecem, se não for pra me jogar de cabeça, nem entro no jogo.

— Se jogar de cabeça é bom, mas tem que tomar cuidado para não perder a consciência em um pancada. – Fiquei
encarando ele e meu bip soou. O dele também.

— Dinah está com problemas, vamos ajudar ela.

Ele assentiu e rapidamente colocamos nossas fardas e saímos dali.

×××

Me joguei no sofá e tirei meus tênis. Que dia cansativo, preciso de um banho. Meu celular vibrou e era Lauren.

— Hey, Lo.

— Camila, estou um problema e preciso da sua ajuda.

— Claro, Lauren. O que houve?

— Patrick socou um colega no rosto. – Fechei meus olhos. — Eu não sei o que faço, ele está irritado comigo por não entender, mas eu só estou explicando que é errado... – Ela começou a chorar. — Eu não sou uma boa mãe, ele nem me respeita... Nem sei se ele gosta de mim.

— Eu sei qual é o problema, sou tomar um banho e chego aí em vinte minutos. Não fale com ele, o deixe de castigo no quarto.

— Vem logo. Estou nervosa.

— Estou indo.

Nem tomei banho, só coloquei o tênis e peguei meu carro.

REMOnde histórias criam vida. Descubra agora