Capítulo 91 - Significar Algo

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Camila Cabello  |  Point Of View





Demi e eu corríamos pelo andar inteiro.

— Sai! Sai! – Ouvi os gritos dela. Abri a porta e a sala estava cheia.

— Corram para fora do prédio. Vamos! Vamos! – A correria começou. Demi parou ao meu lado.

— Minha equipe foi para o outro andar. Este está vazio. – Um aluno caminhou contra a multidão e passou por nós. — Hey! Sai do prédio. – Ele ignorou. — Hey! Não é seguro... – Ele virou.

— Kevin! – O garoto começou a correr e o perseguimos. Demi gritava a plenos pulmões. Chegamos em um setor que não havia sido revistado.

Entramos na sala e ele tirou um alicate de bateria da mochila. O auditório estava cheio.

— Corram! Vamos! – Demi gritou e alguns conseguiram sair.

— Se eu fechar isso todos explodem. – Paramos todos. Demi e eu estávamos com armas em punho.

— Calma, Kevin. Só queremos ajudar.

— Quero que saíam daqui. Agora!

— Kevin.

— SAIM! – A mão tremeu e todos gritaram. — Agora. Eu vou explodir tudo. Saiam.

Saímos da sala e revistamos as outras salas. Tudo vazio. Normani esperava do lado de fora.

— Desculpe, Camila.

— Cale a boca, Normani. Só quero saber quando o negociador vai chegar.

— Quinze a vinte minutos. – Bufei.

— Não temos essa droga de tempo.

— Não podemos fazer nada.

— Temos um novo negociador. – Falei tirando o capacete.

— Camila...

— Eu vou. Alguém tem a ficha dos alunos no teatro. São quantos?

— Doze. – A reitora me entregou as fichas. Analisei e caminhei até o prédio.

— Fora os que saíram?

— Eles me ajudaram.

— Camila... A roupa. – Demi falou e eu neguei. — É muito arriscado.

— São crianças, Demi. Doze crianças que não podem usar roupas especiais, pois não tiveram escolha.

— Tome cuidado. – Assenti e entrei... Caminhei até a sala. Entrei com a arma em punho. Ele estava confuso, nervoso e chorava.

— Eu disse que ninguém podia ficar aqui.

— O que você quer, Kevin? Eu posso ajudar você.

— Não! Vou fazer minha causa ser notada.

— Não precisa disso, Kevin. – Ele pegou o telefone e começou a conversar com o real mandante. O professor. — Você vai morrer e ele vai ficar ótimo. Pergunto o porquê dele não está aqui?

— Cale a boca! Eu não... Eu vou fazer, professor. Eu não estou com medo.

— Ele devia estar aqui, Kevin. Você pode ajudar sua causa de outra maneira. Quem é Maria? – Uma moça ergueu a mão. — Libere a Maria, Kevin. Ela é diabética e precisa da medicação. – Ele estava atordoado.

— Pare!

— Ela precisa se medicar, Kevin. Eu fico no lugar dela. – Ela me encarou.

— Pode ir. – A menina correu e eu caminhei. — Fique parada.

— Estou cumprindo o trato. – Fiquei onde ela estava deitada. — Você vai matar pessoas inocentes e morrer por algo totalmente em vão. Não é assim que as coisas vão se resolver, Kevin.

— Cale a boca. Estamos cansados desses mimadinhos de merda terem toda a regalia.

— Eu entendo, mas aqui não há nenhum mimado. – Ele tremia e eu estava com medo que perdesse a mão que estouraria o andar. — Michael? Quem é Michael? – O moço ergueu o braço. — Seus pais pagam essa faculdade?

— Não. Eles queriam, mas não temos condições.

— Você está cometendo um erro. – Peguei um livro e comecei a me aproximar. — Não é errado lutar por princípios. Todos devem fazer isso, seja um exemplo, não faça essa barbárie. Ele não faria, tanto que está se escondendo atrás de crianças.

*“Pegamos o professor.”* Chan disse no meu ponto.

— Prenda isso aqui.

— Eu só quero significar algo.

— Todos queremos, Kevin.

— Nós construímos algo e eu...

— Adam não está mais aqui para ver nada. Signifique algo vivo. Me entregue o grampo. – fui me aproximando e ele soltou o grampo contra o caderno. — Saíam! – Eu disse tirando a mochila dele.

— Sinto muito. Sinto muito. Sinto muito. Sinto muito. – Ele dizia enquanto eu algemava ele.

— Esquadrão anti-bombas. – Falei no rádio e saímos do prédio. Em silêncio total. O FBI o pegou e Normani ficou me encarando por um tempo, depois tocou no meu braço e saiu dali. Olhei ao redor e depois entrei no primeiro táxi que vi, comecei a chorar descontroladamente, mas era de felicidade por tudo ter acabado bem.

Organizei uns papéis e quando estava saindo, Demi e Chan estavam lutando no ringue.

— Vem, Mila. Vamos treinar.

— Não! Estou acabada.

— Qual é? Você já teve mais ânimo.

— Preciso ficar um pouco com minha família. Estamos nesse caso desde manhã... E acho que vocês deveriam ir também. Descansar muito, amanhã tem mais.

— Depois que eu derrubar o neandertal. – Gargalhei e Demi partiu pra cima de Chan, sorri e neguei com a cabeça. Parecem duas crianças, quem vê eles assim, não acredita no poder de guerra dos dois.

Finalmente peguei meu carro e fui para casa. Precisava de um longo banho e ficar grudada com meus pequenos.

Fui até o banheiro, escutei barulho de água e olhei para janela. Os meninos estavam na piscina e Lauren estudando na cadeira ao lado da mesma. Sorri e entrei no chuveiro, tirei um pouco do estresse e depois de um tempo razoável, coloquei uma roupa leve e fui para o lado deles.

— Oi, Mãe! – Adônis gritou e todos me olharam.

— Olá, meus amores. – Beijei a testa de Lauren e depois sua barriga. Me ajoelhei para beijar os meninos e depois me
sentei ao lado de Lauren.

— Como foi o dia? – Ela disse sentando atrás de mim. Começou a massagear meus ombros.

— Pesado. Cansativo demais.

— Amanhã podemos ir ao SPA. Deixamos os meninos na escola e ficamos a manhã toda relaxando.

— Não tem aulas?

— Não. Meu professor foi preso hoje.

— Igor Lasky?

— Seu pessoal o prendeu?

— Sim.

— Porque?

— Ele estava incentivando jovens a ir contra ricos privilegiados... Os meninos estavam fazendo bombas.

— Meu Deus! Eles estão bem?

— Um morreu e o outro foi preso.

— Morreu como?

— Um artefato explodiu quando ele estava construindo.

— Nunca gostei daquele homem. Ele era muito estranho.

— Não vai mais precisar ver ele. – Selei nossos lábios. — Gostei da ideia. Vamos fazer nada em um SPA. Eu mereço.

Ela me abraçou e ficamos observando os meninos brincarem.

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