Capítulo 35 - Faz Bem

2.4K 255 14
                                    

Camila Cabello  |  Point of View





Estava deitada no tapete do meu apartamento, Lauren acariciava meu rosto e apertava o lóbulo da minha orelha as vezes. Sorria cada vez que ele fazia isso.

— Camz... Eu pensei muito e vou tentar ir a faculdade. Meu pai explicou ao reitor minha condição e ele liberou que eu trancasse a matricula quando me sentisse desconfortável.

— Lauren Jauregui... Pare de me dar orgulho. – Ela colocou a mão contra o meu rosto.

— Você me dá força, Camz. Eu me sinto muito melhor agora e estar com você me dá uma paz que pensei não existir.

— Não vá me trocar por um universitário bonitão, hein. – Ela se inclinou e deixou seu rosto mais próximo ao me.

— Você é uma boba.

— Sou mesmo, mas eu nunca tinha amado tão forte assim. – Ela se afastou um pouco e ficou me encarando.

— Você me ama, Camz?

— Sim. Eu não sei explicar o que eu sinto, mas sei que é amor. – Ergui minha mão. — Posso? – Ela assentiu e dedilhei seu rosto. — Quero fazer você feliz.

— Você faz. Eu não pensei que sentiria novamente as coisas que você me proporciona.

— Quem sabe nas suas férias, depois de conviver na faculdade, consigamos fazer aquela viagem.

— Não sei ainda se vou conseguir ir.

— Eu acompanho você até a porta. Vou fardada e tudo se você quiser.

— Não precisa ser fardada, mas me sentiria melhor com você lá.

— Eu estarei lá então.

— Mas não porque eu não tenha que fazer isso sozinha, eu gosto da sua companhia. – Ela tinha a mão apertando meu ombro e eu acariciava o seu rosto. Seus olhos estavam fechados e em seu lábios um sorriso desenhava seu rosto.

— Como está o futuro Cabello?

— Ansioso. – Sorri.

— Não é uma novidade.

— Mas ele não pode me enxergar que já começa a perguntar quando vai ser. Sua conversa com ele ajudou ele a voltar a ser como quando nos reencontramos, mais calmo e carinhoso comigo. Adônis e ele se dão muito bem, mesmo com a diferença de idade.

— Nem é tanta diferença assim, mas Pat é bem maduro.

— Adônis é parecido com você.

— Bem mais com a Nicole.

— Na personalidade. São calmos.

— Nicole é bem mais que eu, ela só não tinha paciência comigo, mas com o resto podia pisar nos calos dela que ela nem ligava.

— Meus pais não entendem como vocês podem se dar tão bem. Eles estão acostumados com as novelas que nunca
mostram antigos relacionamentos com afeto.

Na época eu fiquei com medo, se eu não aceitasse o divórcio, fiquei pensando que ela podia querer a guarda e eu teria dia marcado para ver o moleque. Ele teria que entrar em tribunais... Hoje eu sei que ela não faria isso, mas na época eu fiquei apavorada.

— Você não esperava?

— Ah... Ela falava que ia me largar, que era complicado ficar esperando eu voltar, mas eu nunca pensei que ela ia fazer isso de fato. Eu cheguei, Adônis estava na casa dos pais dela e ficamos bem, ela me esperou com meu jantar preferido, nossa música estava tocando... Achei que era uma noite romântica, mas não... Ela me fez escolher entre ela e o SWAT.

— Você tinha opções?

— Sim, mas eu escolhi minha profissão.

— Se arrepende?

— Não. Nem quando vi ela fazendo a mala e saindo do meu apartamento, eu chorei porque estava triste e com medo do que poderia acontecer, mas não me arrependi.

— Você já se imaginou sem trabalhar?

— Antes da separação, eu pedi umas férias e foram prolongadas para me reconectar com a Nic, mas ela não me aguentou uma semana.

— Sério?

— Sim. Ela disse que íamos dar uma saidinha e colocamos o moleque no carro, ela parou na frente do prédio e disse para eu entrar logo ali, pois eu não tinha mais solução. – Ela sorriu e tocou meu rosto.

— Eu entendo ela, fico muito agoniada quando você me fala que está em missão.

— Vocês pensam só na parte ruim, porque não focam na parte que estou salvando um monte de vidas.

— Meu pai diz isso, mas ele não está apaixonado como eu. – Arregalei meus olhos quando ela disse isso. — Não é como se você não soubesse. – Ela disse empurrando meu rosto.

— Ouvir é melhor. – Ela sorriu para mim. — Fala para mim... Sou muito xonadinha na Oficial Cabello. – Ela gargalhou.

— Seu ego precisa ser estudado.

— Bom... Quando você for uma psicóloga formada me ofereço para seus estudos se quiser. – Ela colou a testa na minha abraçando meu pescoço. Eu nem sentia mais a lateral do meu corpo, por conta do chão duro, mas não ia reclamar.

— Vai ficar cinco anos do meu lado? – Sorri.

— Eu fico cem anos se você deixar. – Ela selou nossos lábios.

— Parece muito tempo.

— Eu ia dizer para sempre, mas não quis te assustar.

— Você não me assusta mais, caso contrário, não estaríamos assim. – Ela colocou o meu cabelo atrás de minha orelha e eu peguei sua mão para beijar. — Não consigo me lembrar como eu era namorando antes de ir para lá.

— As meninas não te contaram?

— Elas falaram que eu me afastei na época.

— Podemos nos guiar pelo seu signo, você devia ser muito carinhosa e gostava de cuidar dele. Devia ser ciumenta e desconfiada, se afastou porque ficava a maioria do tempo do lado dele, pois não o soltaria até aprender a confiar nele de fato.

— Você é maluca dos signos?

— A Nicole é. E Adônis é do mesmo signo que você.

— E os signos de vocês combinavam?

— Não. Não mesmo, mas nos demos bem.

— E nossos signos combinam?

— Sim. Claro. – Ela gargalhou com meu desespero ao responder.

— Não sei se posso acreditar.

— Pode sim. – Falei sorrindo colocando minha mão sobre seu pescoço. —Combinamos muito, você consegue suportar toda minha carência e romance exagerado. – Ela sorriu mais largo.

— Acho que posso conviver com isso.

Ela selou nossos lábios e logo Pat chegou, deitando entre nós e contando como queria logo ter meu nome.

REMOnde histórias criam vida. Descubra agora