Capítulo 77 - Lembranças

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Camila Cabello  |  Point of View




Quando voltei ao trabalho, já não tinha mais aquela ansiedade. Passar esse tempo com Lauren e os meninos me mostrou que trabalho não é tudo mesmo e que devo me policiar para não extrapolar limites. Eles precisam de mim... E eu deles.

— Camila? – Olhei para Demi e ela arqueou a sobrancelha. — Algum problema?

— Não. Nenhum, eu só estava pensando que foi muito bom esse tempo em casa. Muito mesmo.

— Muito bom, mas precisamos de você aqui. E por completo, assine as férias desses aqui e vamos a ala de treinamento. Temos uns oficiais novos para você avaliar. – Assenti e assinei os documentos, depois fomos a campo e ficamos treinando com os novatos a manhã toda, mas não gostei do desempenho de nenhum, muito inferior a nossa equipe e destoaria nosso padrão impecável.



Lauren Jauregui  |  Point of View



Depois das férias da Camila... A casa ficou um pouco silenciosa demais. E não faz um dia, ela não veio almoçar e isso aumentou minha saudade dela.

No fim... A psicóloga, minha mãe e Keana tinham razão, depois do fazer amor com Camila, enxergo tudo de forma diferente, ela cuida de mim, ela me faz sentir protegida e mais confiante também. O que não quer dizer que eu não tenha pesadelos e que quando alguém me olha estranho me dê um arrepio e fique enjoada, aglomerações também me dão calafrios, mas com minha família eu tenho total segurança.

— Mama! – Olhei para trás e Pat me encarava com os olhos arregalados. — Vem cá ver uma coisa. – O segui e ele parou no quarto de hóspedes, Adônis olhava pela janela com o binóculo de Camila.

— A papa de vocês já disse para não mexer no escritório dela.

— Mama... – Doninho me chamou. — Aquele carro está parado desde que acordamos, nós o vimos quando estávamos andando de bicicleta e agora continua lá. – Ele me entregou o binóculo e olhei para o carro preto parado um pouco a frente de casa. Um cara comia algo, tinha óculos escuros e outros três caras com eles no carro.

Logicamente aquilo fez meu nível de ansiedade aumentar e fiquei tonta, me apoiei na janela e não podia assustar os
meninos.

— Deve ser algum viajante que está descansando, moramos perto da auto estrada, vai ser comum pessoas parando para descansar ali. – Falei e eles assentiram. — Vão jogar e não mexam mais no escritório da Camila que ela fica irritada. – Eles assentiram e saíram, ela só fica nervosa porque tem vergonha que os filhos descubram a coleção de bonequinhos dela.

Fiquei observando o carro e eles ficavam o tempo todos olhando para nosso jardim... Para a casa. Aquilo estava me deixando nervosa, tão nervosa que estava ficando enjoada.

— Mama! Faz nuggets pra gente?

— Já faço, meninos.

Tentei me conscientizar que não era nada demais, logo Camila chegaria e estaríamos protegidos novamente. Estamos! Ninguém seria louco de se meter com a família de Camila Cabello.

Desci as escadas e coloquei os nuggets na fritadeira e me sentei, estava corrigindo meu livro e em contato direto com a Editora que Camila conseguiu meu contrato. Eles não querem modificar uma virgula e isso me faz sentir muito bem, pois gratifica meu esforço.



Patrick Jauregui Cabello | Point of View



Doninho estava jogando futebol e eu olhando ele, não gosto muito desse jogo. Liguei o ar e me deitei na poltrona.

— Será que não é ninguém mesmo? – Perguntei e ele pausou o jogo, deitando ao meu lado.

— Acho que não, faz um tempão que estão lá. sei lá...

— E se forem bandidos?

— Seria burrice tentar assaltar a casa mais segura daqui. As outras não tem nem cerca e andamos de bicicleta a manhã toda por ali, eles não fizeram nada.

— Verdade. Seria burrice assaltar a casa de uma policial.

— Eles não sabem que a mãe é policial, P. A maioria nem sonha com isso, é perigoso para ela.

— Ser policial é perigoso, mas é tão legal.

— Eu não acho tão legal assim, a mãe é muito boa, mas se arrisca demais. É muito perigoso mesmo, e eu tenho medo que alguma coisa aconteça com ela. Eu nem sei o que eu faria... Ela é tudo pra mim.

— Pra mim também, Doninho. Vamos pedir para ela parar?

— Não podemos, isso são coisas de adultos e não podemos nos meter.

— Eu nunca tinha pesado nisso. Não quero mais ser da SWAT.

— Falando nisso tem escolinha nesse sábado.

— Verdade. Você fez a redação?

— Sim. E você?

— Também.

— Escolhe um jogo aí que eu vou pegar um refri pra nós.

Concordei e fui até a caixa escolher um jogo. Esse presente é muito irado, minha bike também... Viver aqui é muito irado. Eu tenho as melhores mães do mundo e nunca pensei que seria tão legal assim, ninguém grita comigo e quando eu faço algo errado elas não me batem. E fora que tenho um melhor amigo, Doninho é o melhor irmão do mundo.

Assim que ele entrou no quarto eu o abracei.

— Hey... Está chorando? – Ele perguntou me abraçando como podia, pois estava com os copos nas mãos.

— Eu amo você, Doninho.

— Eu também te amo, P. O que houve? Lembrou da sua outra casa? – Assenti e ele foi largar os copos e ficou de frente
pra mim. — Não precisa mais ter medo, agora essa é sua única casa e nossas mães vão proteger você de tudo. E eu também, ai de quem se atrever de tocar um fio de cabelo do meu irmão. Eu esgano. – Abracei ele apertado.

— O que houve? – Ouvi a voz da Mama e fui abraçar ela.

— Ele lembrou da outra casa. – Doninho disse e senti meu cabelo ser acariciado.

— Não fiquei assim, Pequeno. Agora não precisa mais ter medo, estou aqui. Estamos aqui para proteger você. – Ela me abraçou bem forte. — Tudo bem? – Limpei meu rosto e assenti. — Como meus príncipes lindos vão querer os nuggets?

— Com bastante ketchup e maionese.

— E queijo e presunto. – Ela beijou minha testa e depois a de Doninho.

— Quero só ver o que vão jantar a noite.

— PIZZA!

Gritamos juntos e depois caímos na gargalhada, Mama negou e começou a resmungar um monte de coisas, ela sempre faz isso, mas acaba fazendo o que pedimos.

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