Capítulo 37 - Segura

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Camila Cabello  |  Point of View





Escutei uns barulhos de panelas... Ai meu Deus! Estou sendo assaltada. Peguei a arma na minha gaveta e caminhei devagar até a cozinha, mas vi a silhueta de Lauren preparando algo, Pat e Doninho a estavam ajudando, então mais cuidadosamente voltei ao quarto, pois tinha que tirar esse cheiro de álcool do meu corpo.

Após um banho demorado entrei na cozinha. Eles estavam tão concentrados que nem perceberam.

— Bom dia, família. – Falei e fiz um aceno, os meninos vieram me abraçar, baguncei os cabelos dos dois e Adônis me puxou pelo braço.

— Está nascendo pelos. – Falou baixinho e eu o encarei.

— Aonde? – Ele fiz sinal com os olhos para baixo e eu assenti. — Entendo. E você garotão? Como está?

— Estou bem, viemos fazer almoço aqui, a mãe vai fazer lasanha.

— Uau... Que delícia. – Olhei para Adônis. — Vai no meu quarto, filho. Vamos conversar um pouco, só vou cumprimentar Lauren e pegar um café. – Doninho assentiu e saiu dali. Me aproximei de Lauren que acompanhava a interação. — Olá, Lo. – Coloquei as mãos para trás e sorri para ela. — Você está bem?

— Estaria melhor se você tivesse ligado como o prometido.

— Mas eu ligo para todo mundo quando bebo, desta vez eu desliguei o celular e quando eu bebo não consigo ligar ele. – Ela gargalhou e me abraçou.

— Você fica muito fofa bêbada. – Revirei meus olhos.

— Fico idiota. – Beijei a testa dela. — Preciso conversar com o Doninho um pouco, já voltamos.

— Tudo bem. – Ela selou nossos lábios e eu sorri. — Vem, Pat. Preciso de ajuda com o molho branco.

— Claro, mãe. – Ele se posicionou ao lado dela e eu peguei um café. Depois fui ao quarto.

Ele estava deitado olhando para o teto, me sentei e bati na minha coxa, ele se virou e repousou a cabeça ali.

— Como você está?

— Está crescendo pelos no meu saco. Estou me sentindo esquisito. – Acariciei os cabelos dele.

— É normal, filho.

— A mãe disse isso, mas não parece. Eu posso tirar eles? São bem poucos.

— Você é muito novo para isso, filho. Vai crescer bem mais, isso é sinal que você está crescendo. Logo vai crescer barba em você.

— Você tem pelos lá?

— Às vezes eu tenho, Às vezes eu tiro, mas se você tirar nessa idade vai ficar pinicando, você vai ficar coçando, vai ser horrível.

— E porque crescem pelos lá?

— Bom... É para proteção, mas quando você crescer e quiser tirar tudo bem, só acho que não seja o momento agora. As mudanças apenas começaram. Daqui a pouco meu garotinho vai ter a voz muito grossa, barba mal feita e várias garotas morrendo pela atenção desses olhos azuis aí. – Ele ficou vermelho.

— Para, mãe. Não vai ser assim.

— Claro que vai, meu pequeno é um galã, sua mãe vai enlouquecer de ciúmes. – Ele abraçou minha cintura. — Eu amo você, moleque.

— Eu também amo você, mãe.

— Quanto tempo eu dormi para você crescer tão rápido?

— Já estou grande demais para ser seu moleque?

— Nunca vai ser. Você vai estar velho, me dando um monte de netos e vai ser meu moleque ainda.

— Promete?

— Prometo, filho. – Beijei a testa dele e ele me abraçou apertado. — Fica tranquilo com esses pelos aí, qualquer outra reação que seu corpo tiver você me conte na mesma hora, okay?

— Tudo bem, mãe. – Pat apareceu na porta, estava com vergonha de entrar eu acho.

— Oi, garotão.

— Porque vocês estão demorando? – Ele disse receoso olhando para trás.

— Estamos conversando um pouco, P. Já vamos na cozinha.

— Tudo bem.

Ele saiu e Doninho me perguntou mais algumas coisas, depois fomos ajudar Lauren na lasanha.

×××

Já estava caindo a noite, os meninos estavam jogando videogame na sala e Lauren escorada na janela. Caminhei até ela, Lauren parecia pensar em algo.

— Hey, Lo. Posso abraçar você? – Ela me encarou e concordou. A abracei por trás e escorei meu queixo no seu ombro. — No que está pensando?

— Que amanhã eu vou para um lugar com muitas pessoas... – Ela apertou minhas mãos e se virou para mim. — Estou ficando com pânico, Camz.

— Calma, Lo. – A fiz levantar seu rosto para me encarar. — Nada vai te acontecer, é um lugar seguro, Lo. – Fiquei encarando ela por um tempo. — Nós não íamos contar, mas Mike e eu fomos lá, eu chequei todo o sistema de segurança de lá... Tem câmeras por todo o pátio até nos lugares mais afastados. Tem seguranças também, eu interroguei todos, eles e me parecem bem treinados e no portão sempre vai ter alguém esperando você. Ou eu ou seu pai, se quiser te pegamos dentro da sala de aula, mas não desiste deste passo. Estou te assegurando que nada vai te acontecer. – Ela me abraçou com força. — Se alguém pensar em te fazer mal, vai ter que se ver comigo... E provavelmente serei a última pessoa que ela verá.

— Eu queria entender uma coisa.

— O que?

— Como você consegue me deixar tão segura? Nem meu pai me deixa assim. É estranho, sei que ontem você levou um tapão, mas é real. Você me deixa segura.

— Eu gostei do tapão. – Ela me empurrou. — Eu amo você, Lauren e escutar isso me deixou muito feliz.

— Quando estou com você, às vezes, parece que nada daquilo aconteceu. Você me faz esquecer aquela dor toda porque ela é constante, Camz. Eu estou rindo, mas eu me lembro de alguma coisa e sinto vontade de sumir. É horrível, mas está sarando. Eu sinto isso, e sinto muito mais quando você está perto. Então... Talvez eu ame você também.

— Eu daria qualquer coisa para tirar todas as lembranças ruins de você, Lo. Estou falando com todo meu coração, mas vou te mostrar que você pode vencer mesmo que elas fiquem aí.

Eu estava emocionada, Lauren também... Nos olhamos fixamente por vários segundos, eu queria beijar ela de verdade mostrar meu amor em uma demonstração, mas não posso atrapalhar a evolução dela. Beijei sua testa e a abracei apertado.

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