Paraíso?

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Quando os olhos de Mari finalmente se abriram, a mulher viu  que seu travesseiro consistia em  um par de pernas de calça jeans. Jake estava sentado com as costas apoiadas na banheira e a cabeça na parede, desmaiado. Ele parecia tão mal quanto eu. Mas que diabos tinha acontecido ontem? Eles foram a festa, a mulher lembra de ter bebido muito, onde eles estavam? A cabeça dela girava e ela se levantou para olhar no espelho.
        Ele havia tirado a maquiagem dela? Mari sorriu tocando o rosto e percebeu que estava com uma camiseta que ia até metade de suas coxas. A mulher abriu a torneira, colocando a mão debaixo da água até que a temperatura estivesse boa. Mari começou a lavar o rosto e ouviu  um gemido vindo do chão. Jake se mexeu, esfregou os olhos e se espreguiçou. Depois olhou para o lado e fez um movimento assustado, até olhar para Mari em sua frente e dar um suspiro aliviado.

- O que aconteceu ontem, Jake? - a mulher perguntou enquanto o hacker ainda esfregava os olhos.

- Você bebeu muito, subiu no karaokê, dedicou uma música para mim - Mari o olhava aterrorizada - Depois viemos embora, eu poderia ter te levado para o seu apartamento mas eu não sabia onde estava a chave então trouxe para o meu quarto de hotel. E então  você passou mal então ficamos a noite inteira aqui.

- Você passou a noite inteira comigo aqui? -  ele assentiu - Você não precisava ter feito isso, Jake.

- Está brincando? A noite passada foi uma das melhores da minha vida - ele se aproximou de Mari e segurou seu rosto com as mãos enquanto limpava com os polegares o resto que sobrou do rímel da mulher, que lhe lançou um olhar em dúvida.

- Olha Jake, eu sei que você não sai muito - Mari olhou no fundo daqueles olhos azuis intensos e percebeu as pupilas saladas do Hacker - Mas dormir entre a privada e a banheira no chão frio com uma bêbada idiota vomitando foi uma de suas melhores noites? Isso é meio triste sabe?

- Não a parte de dormir no chão exatamente, mas  te fazer companhia quando você estava mal e ter você dormindo no meu colo foi uma das minhas melhores noites. - Havia tanta sinceridade naqueles olhos que não tinha nem como duvidar da palavra do Hacker - Foi muito desconfortável, mas pelo menos eu estava com você - a mulher sorriu ao ouvir aquilo -  E você é bem meiga quando está bêbada.

-É claro, eu tenho certeza que eu estava muito charmosa vomitando. - Mari brincou e arrancou uma rizada do Hacker, o mesmo fez com que suas testas se encostassem 

- Você é a única mulher que conheço que continua linda mesmo com a cabeça dentro da privada. Acho que isso diz algo sobre você - ela estava cada dia mais apaixonada pelo homem. Ela só não sabia o que faria se tivesse que viver sem ele novamente. O mesmo havia se tornado uma parte tão presente em dias...

- Obrigada, Jake. Não vou fazer você bancar minha babá de novo.

- Não tem problema. Ninguém segura seus cabelos para trás como eu - O hacker riu e Mari riu junto. - Você está bem?

- Vou ficar melhor assim que tomar um banho. - ela se encaminhou para o box e o hacker ficou olhando. - Você quer vir junto?  - a mulher falou com um sorrisinho malicioso e Jake ficou completamente vermelho e saiu do banheiro, fazendo com que a mesma desse risada. Ela tirou a camiseta de Jake e o vestido que estava por baixo e entrou no chuveiro. Ela imediatamente se sentiu um pouco mais relaxada com as gotículas de água. Ela ficou um tempo ali embaixo até que escutasse Jake bater na porta e falar:  "Mari, anda logo, preciso tomar café" a menina saiu do banheiro e colocou a camiseta de Jake.

  Quando ela olhou ao redor, o banheiro era pequeno, não tinha janelas e era escuro. A mulher se sentiu presa e seu coração começou a bater mais rápido martelando contra o seu peito e suas mãos começaram a tremer, respira, inspira, respira, inspira Mari. 10,9,8... As paredes se fechavam sobre ela e o ambiente escureceu, sua visão ficou turva. Como se respirava? 8... 8...7... Sua garganta estava se fechando, suas mãos tremiam ainda mais "não, por favor, agora não" ela chamou o nome de Jake e o mesmo entrou no banheiro e ficou paralisado ao ver a situação da mulher. Lágrimas começaram a correr pelo seu rosto, ela sentia que estava perto de morrer. Seu coração martelava tanto em seu peito que chegava a doer.
    Ela não conseguia se acalmar, foi deslizando até o chão e começou a tremer ainda mais, as paredes estavam se fechando sobre ela. O ambiente parecia ainda menor.

As Estrelas Em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora