crise

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Mari se levantou devagar, sentindo ansiedade percorrer todo o seu corpo, o medo se espalhando em seus membros e tentou pensar em algo, com as mãos para cima se virou completamente e deu de cara com o homem sem rosto olhando fixamente para ela. A mesma pessoa que a tinha atacado antes, mas não parecia a mesma com o dia das árvores, confirmando que provavelmente eram 2. Por alguns segundos, a única coisa que puderam escutar foi o barulho da água caindo e o vento fazendo as folhas balançarem. O homem estava com a arma apontada para a cabeça dela. Ela precisava fazer ele falar. Precisava de informações.

- Oh, você me encontrou – Mari deu um sorriso frágil e deixou mais lágrimas escorrerem pela sua face enquanto ouviu a risada pelo modificador de voz.

- Eu achei que você era inteligente - ele respondeu chegando mais perto dela e Mari sentiu apreensão tomar conta dela.  O homem circulou ao redor dela a avaliando.  Mari teria que levar a situação na base da conversa, ela não poderia de maneira nenhuma tentar reagir a uma luta enquanto ele estava armado e ela não.

- Eu não imaginei que você estaria aqui – Mari falou e a voz modificada riu, a causando um arrepio na espinha e ele voltou a se colocar novamente em frente a ela

- Eu realmente superestimei você então – a voz modificada falou e Mari analisou todo o homem, e tinha algo em sua mão. Uma cicatriz profunda e que não parecia ter sido bem cuidada, ele vestia um casaco cinza comum e ela tinha certeza de que conhecia, só não sabia aonde – Vamos, você vai fazer companhia a Hanna. – Ele segurou no braço de Mari a levando mais para dentro da floresta. Ela tropecei várias vezes no caminho e nas raízes que tinham ali.

- Porque você sequestrou a Hanna? – Mari perguntou tentando ganhar tempo - Ela não era uma boa pessoa?

- Porque ela pecou, e merece pagar por isso

- Mas o que ela fez? – o homem deu um torção no braço de Mari a fazendo gritar de dor  - Eu entendo, você pune pessoas ruins. Isso é ótimo, mas o que ela poderia ter feito de tão ruim assim? - ela perguntou e sentiu o aperto do homem sobre seu braço diminuir um pouco.

- Pare de fazer perguntas – ele sussurrou com a voz modificada e parecia cansado.

- Porque você se esconde atrás da lenda do homem sem rosto? – ele suspirou, era agora ou nunca. Ela tinha que pensar rápido. Mari olhou para a árvore grande ao lado do homem e teve uma ideia. Ela inspirou, juntando toda a sua força e chocou seu ombro contra o do homem, o empurrando em direção a árvore e fazendo ele bater com tudo ali, ele gritou de dor e um envelope caiu do bolso dele no chão. Enquanto ele tentava se recuperar Mari pegou o envelope e tentou correr, mas ele segurou a perna dela, a fazendo cair no chão e sua visão escurecer ao sentir o ar faltar de seus pulmões.
  
O homem sem rosto caiu por cima dela, e a deu um soco na cara, a fazendo gritar de dor, Mari levantou o Joelho e o acertou nas partes íntimas o fazendo gemer de dor, ela mudou a posição deles, e conseguiu pegar uma pedra que estava perto do homem batendo com ela em sua cabeça, ele ficou com o corpo mole sobre ela e quando Mari iria retirar a máscara dele, ela ouviu passos e quando olhou para às árvores viu outro rosto mascarado. Ela pegou a carta do chão e correu o mais rápido que pode, escorregando e caindo algumas vezes no caminho, com o coração acelerado e a sensação do sangue dele escorrendo entre as mãos dela. Ela quase havia matado alguém. Porra. Lágrimas escorriam de seu rosto enquanto Mari corria. Ela sabia que só estava tentando se defender, mas as palavras ecoavam em sua mente. Assassina. Você é um monstro.

Mari parou de correr quando olhou ao redor e não reconheceu onde estava, ela encostou as costa em uma árvore e analisou um pouco o ambiente, a floresta estava cada vez mais escura e o som dos galhos quebrando cada vez mais altos. Era realmente uma floresta sombria e a mulher sentiu a sensação de medo percorrer todo seu corpo, e se ela não conseguisse achar a saída? "siga o rio" as palavras do sonho ecoaram em sua mente. E ela fechou os olhos, se obrigando a ficar calma. Ela tinha que seguir o rio. Mas onde estava o rio? Ela inspirou fundo e se concentrou nos barulhos ao seu redor, podendo escutar ao longe o barulho de água corrente. A mulher abraçou a carta e foi seguindo o som, seus passos cada vez mais trôpegos, e seu estômago roncando a lembrando de que ela não havia comido quase nada no dia. Ao olhar para a floresta escura apertando os olhos ela conseguiu distinguir o rio, suspirando de alívio e ao chegar encontrou a bolsa e a arma, a mulher pegou o celular na bolsa e verificou, mas não tinha sinal naquela parte da floresta. Ela sorriu, sentindo seus membros relaxarem um pouco. Dali em diante seria fácil voltar para a estrada, era só seguir as marcas que ela havia feito nas árvores. Ela ouviu passos ao longe e seu corpo tremeu. A mulher começou a correr pelo caminho nas árvores  e podia chorar de alívio quando finalmente chegou ao final da floresta, mas não diminuiu o passo. Ela não parou de correr até chegar ao hotel. Ela passou como um furacão pela entrada, pronta para ir ao seu quarto. Quando alcançou a porta, percebeu que havia algo errado antes mesmo de entrar.

As Estrelas Em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora