Reencontro de natal [Concluído]

44. Eu vou sentir tanta falta dela

Pietro me deixou no apartamento e eu me permiti não raciocinar, só chorar e tentar arrancar ao máximo aquela sensação horrível de dentro de mim.

A minha irmã tinha uma vida inteira pela frente, ela já tinha encontrado um marido maravilhoso e eles estavam planejando aumentar a família.

Por que ela foi embora? Por que não eu? Respirei fundo algumas vezes quando percebi que iria hiperventilar.

Que merda! Às vezes a vida é uma grande bosta! Peguei o travesseiro do meu lado e comecei a socar.

Eu nunca imaginei enterrar a Sierra antes dos nossos pais, é duro demais pensar que nunca mais vou ver a minha irmãzinha entrando pela porta e iluminando a casa.

Nunca mais vou ouvir a voz dela, as suas piadas ruins ou até mesmo os seus desabafos sobre o trabalho ser maçante.

Ela dizia todo dia que eu sou mais esperta porque abri minha própria empresa, então não preciso ficar aguentando chefe chato no meu pé.

Fora que ela tinha a grande ilusão de que eu sou rica só porque sou empresária, eu expliquei várias vezes que de todo o dinheiro que sai da empresa, uns 80% voltam para a empresa, mas ela dizia que a longo prazo eu iria ser a prima rica da família.

Lembro da época que nós duas estávamos na faculdade, igual meu avô dizia, nós duas bebíamos mais do que Opala.

Quase sempre ela me arrastava de volta para casa e, quando eu agradecia por ela ter me levado até a minha cama, ela falava que esse é o trabalho das irmãs mais velhas.

Eu vou sentir tanta falta dela... Por que as famílias não são eternas? Por que as pessoas não são eternas? Por que aqueles que amamos não são eternos?

A campainha tocou e eu praticamente me arrastei até a sala, olhei pelo olho mágico e vi que era o Pietro.

Abri a porta e o rosto dele estava inchado de tanto chorar e, assim que me viu, ele me abraçou forte e eu me agarrei a ele antes de receber a pior notícia da minha vida.